sábado, dezembro 16, 2006

30 ANOS DE ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS















Passaram três dècadas sobre a implantação deste modelo democrático, essas três décadas permitem já fazer um balanço e mais que um balanço, permitem identificar as forças ou força politica responsável por esta ou aquela decisão, e mais que isso , identificar personagens que no espaço e no tempo foram os decisores ou executores de determinadas politicas para o bem comum ou se pelo contrário serviram primeiro que tudo interesses privados, partidários, quando não pessoais.

Num tempo em que os recursos são escassos e há critérios internacionais a respeitar, é já dado adquirido que uma machadada na corrupção que grassa em Portugal e na economia paralela , teriam um impacto positivo de tal dimensão que se estima poder Portugal igualar a Finlândia no ranking do desenvolvimento , ou que os problemas de mobilidade dentro das grandes àreas metropolitanas fazem-nos perder em combustivel gasto e tempo perdido cerca de 2% do PIB, vê-se o óbvio, que determinadas politicas ditas locais têm um impacto directo na economia nacional, na nossa riqueza e no bem comum.

Hoje Portugal tem mais 50% de àrea urbana do que há dez anos segundo um estudo cartográfico feito pela Agência Europeia do Ambiente, repito , há hoje mais CINQUENTA POR CENTO de àrea urbana do que há dez anos atráz! ou seja, um terço do que está constrído foi-o nos ultimos dez anos, os outros dois terços correspondem ao construido nos outros, oito séculos como país... responsáveis? Pense nos autarcas que estiveram no poder nesse periodo e nos anos anteriores, pensem também nos autores dos PDM para cinquenta milhões de habitantes, muitos deles ainda hoje à frente das respectivas autarquias...

Claro que as àreas metropolitanas de Lisboa e Porto e o Algarve foram as que tiveram maior expressão, por outro lado, o aumento das àreas urbanas deu-se à custa da agricultura, se bem que tenha também havido mudanças em algumas zonas de utilização agricola para florestal e vice versa.O que há também é menos vegetação natural, em 2000 havia quase dez por cento menos do que em 1990.

Depois temos outros dados assustadores, Portugal é o país da União Europeia com a maior percentagem de árvores abatidas em relação à quantidade de àrea reflorestada entre 1990 e 1999, dados do Eurostat sobre Florestas e Ambiente.

E a seguir só nos falta falar dos incêndios, Portugal está neste campo a perder floresta a uma taxa superior ao da destruição da floresta amazónica, arderam 800 mil hectares nos ultimos dez anos, e este ano o balanço ainda não acabou e já arderam até dia 1 de Setembro, 240 mil hectares (em Espanha tinham ardido até à mesma data 130 mil hectares...).

Voltando ao Betão , ao Sul e fugindo da Margem Sul, para não ferir susceptibilidades e não nos perdermos na análise fria dos numeros, temos que não se prevê a análise e correcção do erro, do modelo de desenvolvimento adoptado, é que para os próximos anos está prevista a construção de mais betão (cem mil "moradias e apartamentos") segundo alguns trabalhos jornalisticos, mas um numero sujeito a diversas interpertações e contestado pelo autarca Macário Correia, por seu lado a posição do ex. presidente da LPN-Algarve, Arquitecto Fernando Pessoa é a de que "se vai trazer a descaracterizacão total ao Algarve, em vez de se promover um turismo de acordo com as caracteristicas existentes..." .

Isto para não mencionar que há neste momento no Algarve cerca de 30 mil apartamentos à espera de comprador e que os preços começaram já a baixar de forma preocupante para os investidores e especuladores...(...)

( publicado em Set 2005 , mais que nunca actual)

1 comentário:

Anónimo disse...

O drama da sobreocupação do território é um filme que todos nós iremos pagar; não só no futuro mas agora...
Os custos na produtividade do movimento pendular das pessoas; o sub-urbanismo enquanto processo destruidor da noção de cidade ( e mesmo da cidadania )... E finalmente o custo da habitação, que foi sucessivamente empolado ( há quem diga especulado ) neste últimos 20 anos ( para gáudio de patos-bravos e autarcas ), mas que terá um desfecho óbvio no Portugal sobre-betonado... a recessão do mercado imobiliário. O pior é que os patos e os amigos autarcas já se safaram com o bolsos cheios !