sábado, dezembro 02, 2006

EM DEFESA DO MONTADO














Imagem- construção em Montado- Alcochete

Enquanto na Margem Sul povoamentos de sobreiros e azinheiras são dizimados sem apelo nem agravo , para darem lugar a mais uma urbanização, a mais uma estrada o a mais um hipermercado ou a mais um parque logístico , parece haver por parte do governo intenções de sublinhar o estatuto de árvores protegidas e de sistema florestal a ser defendido.


Nesse sentido foi lançado esta semana o manual de Boas Práticas de Gestão em Sobreiro e Azinheira. Este manual pretende ser um guia para "bem tratar os montados e povoamentos de sobreiro e azinheira" de uma forma prática e acessível a todos , no sentido de fomentar uma melhor gestão e protecção destes povoamentos (incluindo contra fogos florestais e pragas).

Estes povoamentos , para além da paisagem, e de constituirem uma fileira industrial de extrema importância para a economia nacional, formam na natureza ecossistemas de grande riqueza natural, tendo também um papel de extrema importância na protecção do solo.

Alguns números :

- A superfície nacional ocupada por montado é de 1,2 milhões de hectares (720 mil de sobreiros e 440 mil de azinheiras.

- O valor total das exportações de produtos de cortiça ascende aos 900 milhões de euros.

- O volume de produção de porco preto criado neste habitat é de 15 milhões de euros.


- O aproveitamento agricola do montado pode ser feito com recurso à produção de cogumelos, plantas aromáticas e medicinais, a caça e o turismo ecológico.

3 comentários:

Mário da Silva disse...

Deve ser a gozar, não?

JN e DN - 05/12/2006

Governo encurta avaliação ambiental do Ikea

O Governo encurtou o prazo para a avaliação de impacte ambiental da fábrica de móveis que a empresa Ikea pretende construir em Paços de Ferreira, sobre terrenos da Reserva Ecológica Nacional (REN).

Num despacho publicado na quinta-feira passada, o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, e o ministro da Economia, Manuel Pinho, consideram o projecto da Ikea como "estruturante para a economia" e por isso limitaram o prazo máximo da avaliação de impacte ambiental a 80 dias, quando o normal é de 120 dias.

Esta é uma das medidas governamentais para acelerar o empreendimento da Ikea, que está
enquadrado como "projecto de interesse nacional". O empreendimento tem levantado críticas de ambientalistas, pela ocupação da REN, onde normalmente não seria permitida uma obra daquele género.

A Comissão Nacional da REN, porém, já se manifestou favoravelmente à exclusão da área a ser ocupada pela Ikea da carta da reserva ecológica. Numa outra medida destinada a viabilizar o empreendimento, o Governo ratificou, em Outubro passado, a suspensão parcial do plano director municipal (PDM) de Paços de Ferreira. Segundo o PDM, a zona onde está prevista a fábrica está classificada como "área florestal de produção florestal condicionada" e "área florestal de protecção". R.G.

Mário da Silva disse...

É por isso que quando os autarcas dizem que cumpriram toda a Lei e que a "Comissão Nacional da REN" e as "Comissões Técnicas de Acompanhamento" deram todas o "parecer favorável" em relação aos PDMs e outros planos similares me dá uma grande vontade de rir e se me franze o sobrolho de dúvida e consternação.

Até mais.

Anónimo disse...

Isto é, em toda a essência, uma enorme palhaçada.
Ninguém acredita verdadeiramente nas leis que são feitas, pois à moda do Antigo Regime pré-liberal, tudo é passível de excepção e privilégio.
Não há pachorra, em especialmente para o Ministro Pinho, que é daqueles que nem dão para alimentar uma lareira.
Já o Sobro e o Azinho...