quarta-feira, fevereiro 01, 2006

ACIMA DAS POSSES!!!














No Seixal, na véspera das ultimas eleições surgia um novo passeio aparentemente sem custos para o utilizador ( nem um euro mencionado sobre a normal publicidade às obras municipais) , uma ciclovia SCUT se assim lhe podemos chamar...mal sabia o Seixal o quanto de contrapartidas se afiguram estar por detrás...


Escrevia Eduardo Moura no Jornal de Negócios (30/1/06) " Qualquer cidadão comum, olhando à sua volta, observa um país que vive muito acima das suas possibilidades, que ostenta sinais de riqueza de todo inexplicáveis" .

No "prós e contras" RTP Carvalho da Silva CGTP e militante PCP, criticava o consumismo e o seu fomento, o endividamento das famílias e a multiplicação de superfícies comerciais...

No Seixal as sessões de Câmara têm sido animadas com criticas ao PCP ,em maioria, por parte da "bancada" do PS que tem criticado a politica de expansão de grandes superfícies no concelho , a posição do PS é de que " o PCP e a CDU não defendem o comércio tradicional, e que se fosse com o PS tal não aconteceria" por seu lado Alfredo Monteiro tem a posição de que "O Seixal não é uma ilha de reino da pureza isolada do resto" , defendendo a expansão do consumo nos moldes que o seu camarada Carvalho da Silva e em tese o seu partido, contestam...

Voltando á primeira citação diria que no Seixal se vive muito acima das possibilidades, tão acima e tão endividados que arranjaram uma nova formula para fazer figura em termos de obras, já não basta o abrir de todo o concelho à construção de forma insustentável, de forma a entrarem receitas por via dessa mesma construção... o dinheiro já não chega para tanto luxo e a moda agora é a do faz de conta e engenharia financeira é outra:

- Começou com a construção da sede dos serviços técnicos da Cãmara, a Câmara faz de conta que a construção é sua propriedade, mas não é...o Grupo A.Silva e Silva constrói à medida e aluga à Câmara... negócio chorudo e garantido para os construtores, que passam a senhorios da Câmara e a deter sobre ela uma posição privilegiada, um negócio que aruina a Câmara e transfere o pagamento da dívida para as futuras gerações!

- Não satisfeitos com este negócio ruinoso e de clareza duvidosa, vem agora a autarquia a querer construir nos mesmos moldes e com o mesmo grupo económico A.Silva & Silva uns novos Paços do Concelho... para tal pretende fazer uma permuta de terrenos com o objectivo de construir o tal edificio de regime na Quinta do Outeiro, sim, aquele junto ao Rio, para onde está já despachada a favor do Grupo A.Silva & Silva uma Mega urbanização sobre a Baía do Seixal... o resto do esquema é o mesmo... os "Silvas" constróem e depois a Câmara aluga... e quem estiver cá no fim que feche a porta e apague a luz.... simples e claro como a àgua da Baía!!!

Estamos a viver acima das posses ou a empenhar as futuras gerações? parece-me que são ambas as coisas, mas há quem chame a isto engenharia finaceira, a mim cheira-me a desonestidade politica...oooooo se cheira! mas como diz Alfredo Monteiro o Presidente da Câmara do Seixal "O Seixal não é uma ilha de reino da pureza isolada do resto"...

3 comentários:

Anónimo disse...

E a propósito de Setúbal: http://alhosvedrosaopoder.blogspot.com/2006/02/haver-ainda-esperana.html

Anónimo disse...

Um tema interessante este que dá que pensar... Os Municípios vivem sem dúvida muito acima das suas realidades orçamentais, um pouco como a generalidade da população portuguesa. Há muito que não ousam contrariar o processo da obtenção de receita através da sobre-urbanização do seu território, custe o que custar. No entanto, um dos seus principais encargos no imediato é com salários, os dos funcionários autárquicos. Não nos podemos abstrair da entrada na administração local de centenas de funcionários que tem vindo a ocorrer desde a última década, muitos deles a conseguir o tão desejado vínculo à função pública. Hoje, esse encargo é insustentável. Não existe emanação do orçamento de estado que o cubra, conjuntamente com as ambições desmesuradas dos autarcas em realizar "a obra", num curto contexto eleitoral de apenas quatro anos (fora as transacções informais realizadas por fenómenos corruptivos). Assim, o território e o urbanismo não são mais de que um mecanismo de obtenção de fundos para colmatar, em parte é certo, a despesa corrente, leia-se mensal. Como alterar a situação? Escolher entre um desenvolvimento urbano harmonioso e coerente ou o pagamento de salários? Na minha óptica, e sempre de acordo com o actual enquadramento legal (constitucional) e num quadro de concertação social, urge a redução dos efectivos por conta dos Municípios, ou pelo menos dos encargos financeiros inerentes. O processo é complexo mas não passa necessariamente por despedimentos em massa. A legislação em vigor e as competências actuais das autarquias, nas áreas da habitação, educação, saúde, etc. (áreas que consomem actualmente uma boa e significativa parte do orçamento familiar) e na promoção de emprego (incentivos ao empreendedorismo, etc.) permite atingir um ponto de equilíbrio entre a intenção de reduzir os encargos salariais e a manutenção (e mesmo reforço) da coesão social. Têm razão aqueles que levantam a seguinte questão: então porque não gerir com eficiência os recursos financeiros em lugar de os desbaratar? Porque, quer queiramos quer não, o dinheiro não chega para manter o quadro das actuais exigências e porque a administração se demite, pura e simplesmente, do seu papel estratégico e regulador, tanto na componente espacial como temporal, e não basta acenar com planos coloridos quando desprovidos de verdade. A solução é antiga e já todos a conhecem. Hoje, em Portugal, valoriza-se o território por m2 de construção. Se a perspectiva é de facto o desenvolvimento, então já vai sendo o tempo de o valorizar, não só pelo número de postos de trabalho em potência e com qualificação (e não acenando números ao acaso para justificar o injustificável), mas também com a correcta gestão dos recursos onde a defesa do Ambiente ganha uma relevância indispensável.

Anónimo disse...

Outro negócio ASilva e Silva: Mega projecto de construção em frente à escola das cavaquinhas.

Betão, mais betão...