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domingo, fevereiro 26, 2006
GRAFITTI E AMBIENTE URBANO - A VIOLÊNCIA
Segundo uma recente sondagem europeia, esta forma de expressão gráfica irrita 65% dos portugueses, havendo o sentimento de que já alterou a paisagem urbana. Em Lisboa a remoção de grafittis das paredes e de cartazes custa cerca de 70000 euros à autarquia.
Em Portugal este acto configura crime de dano simples ou qualificado, no primeirio caso está dependente de queixa, podendo ao detido ser aplicada pena de prisão até três anos e multa. No segundo caso, o dano qualificado é crime publico punido com pena de prisão até cinco anos ou multa até 6oo dias.
Para além do lado legal da questão, há a mensagem que estas pinturas pretendem transmitir, para além das demarcações territoriais analisadas nos posts anteriores, há na maioria dos casos latente uma grande agressividade, quando não mesmo um apelo á violência, pelo que é um elemento agressivo no dia a dia de quem circula pelas ruas e, muitas vezes inibidor podendo mesmo considerar-se uma forma de violência urbana.
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9 comentários:
Vim aqui "trazida" pelo blogue Quinta do Sargaçal que faz uma menção muito elogiosa do seu trabalho e critica muito dos comentários idiotas que recebe e que estóicamente mantém, pois facialmente os apagava se não estivesse seguro do que afirma, aliás excelentemente documentado de imagens,não teria a coragem de os manter, isto para sublinhar a opinião da "Quinta do Sargaçal".
O Grafitti é mesmo uma praga, visual, estética, uma agressividade e um vandalismo do/no nosso espaço.
Vivo nas Paivas, em frente tenho um muro cheio dessas pinturas, é verdade, isso tem influência no meu estado de espirito logo pela manhã que tenho que fazer um esforço para ultrapassar a angústia que aquilo me cria. Chamar arte penso não ser acertado, e mesmo sendo arte, não foi por mim pedida nem pelos meus vizinhos que também detestam aquele muro.
A Câmara devia fazer qualquer coisa, pensámos já pintar aquele muro e depois apresentar contas à Câmara, já que subsidia tanta coisa
Carlos Figueira
Vim aqui desafiado pelo ponto verde a pronunciar-me sobre se grafitti é arte ou vandalismo.
Pois bem, o grafitti pode ser arte, dependendo da qualidade do writer, do espaço em que está pintado e da mensagem que pretende transmitir.
Por exemplo, sempre que vou a sair do meu bairro - Bela Vista, em Setúbal - gosto de ver um grafitti que foi pintado na parede da ACM pelo Colman, writer que, regra geral, tem excelentes trabalhos. Quem quiser ver esse grafitti, pode consultar o blog Catedral.
A parede em causa foi pintada com a aprovação da câmara, tal como aconteceu com outras na cidade. Porém, esse carácter "oficial" do grafitti é raro, motivado até pela própria filosofia de quem o faz.
Nos posts anteriores, o ponto verde publicou alguns exemplos de pinturas que não merecem, em meu ver, ser colocadas no mesmo saco que o grafitti feito pelo Colman no meu bairro. Equipará-las é tão válido quanto dizer que os meus rabiscos estão ao nível dos do Salvador Dali.
Quanto aos exemplos colocados neste post, eu colocaria sobretudo o do "bombista-suicida" num meio-termo, pois parece-me artisticamente interessante, tanto pelo desenho como pelas muitas interpretações que dele se podem fazer.
Olá. Sou do barreiro e estou a tentar criar uma comunidade de Blogs cá da terra. Tipo uma lista telefónica onde possamos encontrar todos os nossos bloguistas e onde todos possam escrever artigos de opinião. Vou-te linkar lá, ok?
Visita-nos em www.ocamarro.blogspot.com
"Arte urbana"...
Trata-se simplesmente de tentar encobrir o vandalismo dos espaços públicos associando-lhe o conceito de arte. Sou estudante de Design de Comunicação numa das faculdades/escolas de Belas Artes mais antigas de Portugal e não aceito essa definição. A arte não se manifesta como uma praga, nem se impõe ao seu público.
Por que razão, apesar do seu "valor artístico", devem as pessoas que passam por Setúbal ver o Bob Marley "graffitado" na parede todos os dias? Só porque quem o fez gostava da personagem?
Por que razão deve uma carruagem de um comboio, além da pintura original, levar com spray por cima? Só porque não gostamos de comboios amarelos?
Reparem que se quisermos por as coisas ao mesmo nível, comparando uma qualquer tela de Dalí a uma qualquer "tag", o problema é o mesmo: não devemos pura e simplesmente impor uma manifestação cultural, seja ela válida pelas razões que for. E aqui é particularmente relevante o facto de um graffiti, pelos materiais que são usados, permanecer incrustado nas paredes; não se trata de uma simples exposição, é uma exposição para sempre, ou pelo menos até que se lhe passe tinta por cima...
Só uma pequena pergunta para o/a estudante de Design da Comunicação:
Se forem manifestações de outro tipo, como as publicitárias, já podemos impô-las? É que também há quem as coloque nos comboios...
Agradeço aos participantes pelo nivel a que conduziram a discussão. Obrigado.
A publicidade é uma forma muito específica de manifestação cultural, que depende da concordância de quem cede o espaço expositório e recebe contra-partidas por isso. No mundo do graffiti não há tal noção exceptuando raríssimos casos como o que referiu em Setúbal. Os espaços onde se dão essas manifestações culturais são por regra violados pelas mesmas porque os donos das paredes, muros, comboios, carrinhas de transporte, etc., não deram a sua concordância/permissão; mais, vêem o seu espaço invadido.
Não me entenda mal, desde que a "galeria" concorde, está tudo bem.
sugiro ao ponto verde um artigo sobre a praga e a vandalização que as empresas fazem nas nossas ruas, cidades, transportes publicos. publicidade em tudo o quanto é canto. esta sim é uma praga e ainda por cima para nos lavar a cabeça. um electrico forrado a vodafone é muito bem, mas for grafitado é mau. avabem com este pensamento dictomico.
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