quinta-feira, junho 30, 2005

PISCICULTURA NO SAPAL DE CORROIOS DESTRUIU ECOSSISTEMA


Piscicultura destruíu ecossistema em Corroios , Seixal (foto Junho 2005) - Fish culture build against the portuguese and local environmental laws destroys a vast ecossistem at Tagus River near Lisbon at Seixal

No mês de Junho, mas de 2001 rebentava o escândalo ambiental dos Viveiros de Corroios, quem parece primeiro ter denunciado a situação foi um grupo de cidadãos que para impedir a obra tinham feito um abaixo-assinado entregue no Ministério do Ambiente e Câmara do Seixal.

O Ministério do Ambiente, tutelado então por José Sócrates anunciou o embargo da obra, uma piscicultura, garantindo não ter da sua parte saído o aval de tal empreendimento por sua vez a Câmara do Seixal veio também sacudir a àgua do capote em amplamente difundida conferência de imprensa e artigos vários publicados na imprensa, para além de reportagens na televisão.

A QUERCUS também se insurgiu antes do embargo da obra contra o projecto da empresa VIVELIS, ameaçando avançar com uma queixa à União Europeia, por violação das Directivas Aves e Habitats, então a associação ambientalista dizia estar en causa " a destruição de cerca de 17 hectares de Sapal , um quarto daquele ecossistema!

A obra em causa , da responsabilidade da empresa VIVELIS só foi possivel avançar alegadamente com base em pareceres do Ministério do Ambiente (que por sua vez garante não ter dado qualquer autorização para o Sapal incluido na Reserva Ecológica Nacional) e da Câmara Municipal do Seixal.

O Embargo da obra foi feito dia 5 de Junho de 2001 pela Direcção Regional do Ambiente de Lisboa e Vale do Tejo, na manhã desse dia a QUERCUS convocou uma conferência de imprensa "por considerar que o sapal está em risco com a construção do viveiro", a Câmara do Seixal viria a optar nos dias subsequentes com manobras mediàticas semelhantes enjeitando quaisquer responsabilidades na aprovação de tal projecto..

Pois o folclore passou, houve eleições e tudo caíu no esquecimento (de alguns) o pontoverde foi seguindo as obras... fotografando o evoluir de trabalhos que não tinham qualquer indicação de tipo de obra, autorização ou alvará, tudo se passava na terra de ninguém embora paredes meias com a Força de Fuzileiros do Alfeite e duas instalações camaráreias, uma delas bem visivel na imagem, a ETAR de Corroios.

Agora, depois de quatro anos e dezassete hectares de um importantissimo ecossistema destruido a piscicultura está como a imagem documenta. Só para ter uma ideia da importância dos sapais vejamos que das 12 àreas Costeiras protegidas de Portugal cinco são sapais e estuàrios, citando Ricardo Garcia em "Sobre a Terra"

"Sapais: São as margens verdes e lodosas de uma zona estuarina, onde a paisagem é dividida entre plantas, vasa e água.Têm uma enorme importância biológica, mas para o cidadão comum parecem lamaçais inuteis, que é melhor aterrar para lhes construir algo em cima. Não admira, portanto, que sejam figuras recorrente de conflitos ambientais, envolvendo a construção de estradas, urbanizações e pisciculturas. Os sapais são constituidos por plantas adaptadas às variações de salinidade, e estão permeados por pequenos canais turtuosos por onde corre a àgua, num ou noutro sentido, conforme a maré.Além de muito produtivos, em termos biológicos, os sapais funcionam como uma espécie de mataborrão, filtrando parte da poluição da àgua, e também actuam como uma barreira natural que amortece o impacto das cheias e previne a erosão costeira".

Foram desassete hectares deste ecossistema protegido por Directivas Europeias e leis nacionais, que foram destruido pela empresa acima mencionada, apesar das "oposições" do Ministério do Ambiente, da Autarquia do Seixal, da QUERCUS e da verdadeira contestação dos cidadãos que hoje estão indignados por apesar de terem a razão do seu lado , a empresa ter levado a melhor!Posted by Hello

3 comentários:

Anónimo disse...

Como é que se constrói uma Piscicultura junto a uma ETAR? Como é que se constrói uma piscicultura com a oposição da Câmara? Junto a instalações da Câmara ?

Anónimo disse...

Todos uns incompetentes. O poder central e regional porque têm uma vista tão míope destas coisas que ainda acredita que basta escrever um papel a dizer que não é possível, e pensa que já está.

O poder local porque vê isto a crescer mesmo à sua frente e só se lembra e só se "aprecebe" quando já está feito.

Então com tanta gente que trabalha para estas Direcções de Ambiente e para a CMS, ninguém nunca se apercebeu que isto ia crescendo ? Que ia distruíndo o Sapal que a autarquia tanto fala nos videos promocionais, nos postais municipais e nas brochuras ?

Incompetentes que não vêm um palmo à frente dos olhos. Nem que construíssem um barraco à frente da seda da Direção Reg.Ambiente ou da CMS estes notavam no que quer que seja.

Pensam que vão lá com papéis ! É preciso actuar meus amigos... actuar, mexer esses rabos das cadeiras torna-se necessário !

Anónimo disse...

Como é? Uma piscicultura à saída de um esgoto? Só se fôr de tainhas...