quinta-feira, abril 07, 2011

O SEIXAL E A ÁRVORE


Em mais um excelente artigo e uma chamada de primeira página do Jornal Comércio do Seixal e Sesimbra do passado dia 1, somos levados a conhecer António Augusto Louro , o impulsionador das comemorações do primeiro Dia da Árvore que aconteceu no Seixal em 26 de Maio de 1907.

O Seixal dessa época era um paraíso em termos de paisagem e vivia do rio e da indústria da cortiça , como a ideologia presente sublinha, mas também , e sobretudo, da agricultura e da floresta.

António Augusto Louro era um inconformista, um homem à frente no seu tempo e que tinha como lema de vida uma expressão que bem se poderia aplicar aos tempos actuais "Sem Liberdade não há Democracia, sem instrução não há Liberdade " , vendo o analfabetismo como uma chaga social e tendo-o combatido por todos os meios no Seixal. António Augusto Louro foi também um destacado Maçon e assumido Carbonário , daí talvez o esquecimento para onde tem sido remetido pelo actual poder arregimentado no Seixal.

Sobre o que aqui queremos sublinhar , as primeiras comemorações do Dia da Árvore , passo a citar uma publicação sobre a sua biografia :

"A ele também está intimamente ligada a Festa da Árvore, cerimónia querida para a República, tal como o é para a Maçonaria desde o século XVIII.

Com efeito, António Augusto Louro presidiu à comissão que promoveu a primeira Festa da Árvore realizada em Portugal, no Seixal, em 26 de Maio de 1907.

A imprensa da época regista a presença de Borges Grainha e de Velhinho Correia, representantes da Liga Nacional de Instrução, da qual Louro também fazia parte, e ainda de cerca de duzentas crianças que entoaram “A Sementeira ”, hino da Escola Oficina nº 1

Muito significativo é o facto de a Festa da Árvore ter envolvido não só alunos, professores e população do Seixal, mas também cidadãos ilustres e muita gente de localidades em redor.


São também os valores inerentes à Festa da Árvore, nomeadamente o culto da natureza, que o levam a plantar inúmeras árvores com as crianças das escolas em Torres Novas, em 1911, ou a promover, em 1926, uma célebre “excursão à Serra de Aire”,

da qual foi editada uma publicação sobre a serra, as suas características vegetais e geológicas e a intervenção

humana ocorrida na zona"


O que só demonstra o que regredimos desde o início do século no conhecimento e no respeito pela natureza e o quanto Augusto Louro tinha razão no seu aforismo de que "sem instrução não há liberdade" como também acrescento, não há desenvolvimento sustentável nem futuro como os dias de hoje tão bem retratam.

3 comentários:

Maria Pinha disse...

Tem toda a razão...:)
Cumprimentos

A.G disse...

Quando destruiram a quinta centenária de seu nome Quinta da Trindade, o Sr. Vale e Azevedo, essa coisa de seu nome Paula Pinho e o Alfredo Monteiro, lá estavam para dar o aval para a destruição de dezenas de pinheiros e dezenas de sobreiros.
Nessa altura, nem Augusto Louro, Nem Quercus, nem moradores com receio de abate florestal para construção de guetos sociais.
Ninguém se importou. Nem a oposição que ainda esperançada nos votos dos benfiquistas, calaram ao estilo da Ferreira Leite ao receber titulos não cotados em bolsa.
Proteger as árvores e o ambiente, é responsabilidade de todos. Não é só responsabilidade de alguns quando vêm o seu conforto ameaçado.

Ponto Verde disse...

Caro A.G. ainda bem que foca esse aspecto pois o a-sul esteve nessa denúncia da destruição da Quinta da Trindade desde a primeira hora. Obrigado pelo reconhecimento