segunda-feira, abril 11, 2011

COMO CHEGÁMOS AO FUNDO (3)


Continuando nas explicações de como aqui chegámos e dos alertas que muitos fizeram e até publicaram para que tal não acontecesse já aqui foi referido no a-sul por variadíssimas vezes o trabalho de Luisa Shmidt em torno do ambiente e das nossas cidades, trabalho esse reconhecido quer no meio académico , quer jornalistico ou editorial.

Sobre a obra em análise "País Insustentável " e o contributo da Margem Sul e da CDU-PCP-VERDES para o BURACO passo a citar :
"Na Margem Sul, a situação é mais surpreendente do que em locais como a Linha de Sintra, por exemplo. Muitas das autarquias, a sul, se mostravam mais atentas às pessoas. Primeiro porque durante vários anos as câmaras desta zona tiveram politicas que contrastaram: fizeram-se requalificações de frentes ribeirinhas (como Alcochete e Seixal, Arrentela); criaram-se equipamentos culturais e apoiou-se uma cultura de identidade local que se contrapõe a ideia a
mesquinhante de suburbio.

Câmaras como a do Seixal e Moita chegaram a encomendar Planos Verdes e Parques urbanos, sendo certo que há autarquias que mantêm uma actuação exemplar. Até mesmo na questão ambiental, foi-se conseguindo manter sobreviva uma área florestal, entre Almada, Seixal e Sesimbra , onde o projecto de fazer um «Parque de Monsanto» ao sul do Tejo se propunha compensar o excesso de carga urbana e rodoviária que a zona tem vindo a receber.

Mas chegaram pontes, estradas e comboios e...a «carne» é fraca . Desmentindo tudo quanto parecia ser um resto de bom senso no «lado certo» do Tejo, retoma-se o processo de «sintrização» de uma área que permanece ainda macerada pelos abarracamentos a eito que os «patos bravos» lá foram erguendo. Fogueteiro, Corroios, Amora, Paio Pires, Cova da Piedade, Quinta do Conde, (uma das maiores áreas clandestinas da Europa). E a saga não pára aí. Os casos sucedem-se (...)"

(...) Os índices de construção não têm, aliás, parado desde a construção da ponte 25 de Abril.Comparem-se os mapas de 1970 com os de 1990.A desproporção é bem visível ; o espaço urbanizado desenvolveu-se exponencialmente. Entre 70 e 90, Almada cresceu 100% e Seixal 150%. Na última década, de 1991 para 1999, ambos os concelhos mais do que duplicaram o ritmo de construção de novos fogos por ano.

Mas não é só o que já se construíu, é também aquilo que se prevê construír. Segundo os Planos Directores Municipais (PDM) aprovados, tanto Almada como o Seixal duplicarão a sua oferta urbanística relativamente a 1991. Almada vai aumentar 250% a sua área urbanizável; o Seixal 110% . Palmela e Benavente também duplicam. Montijo e Alcochete triplicam (...) Sesimbra septuplicou. Alcochete é actualmente o concelho com o mais elevado índice de crescimento da AML.

Entretanto o espaço verde e livre tem-se reduzido substancialmente (...)

"País Insustentável" - excertos - Luísa Schmidt 2007 Ed.Esfera do Caos

Luísa Shmidt colabora e coordena o OBSERVA ("Ambiente, Sociedade e Opinião Pública, é uma estrutura científica no âmbito das ciências sociais,
desenvolvida pelo ISCTE e pelo ICS.

6 comentários:

Anónimo disse...

LLLOOOLLLL

Caminhámos alegremente para o buraco.

E continuamos

Hoje abre mais um shopping em Sintra e amanhã em Portimão.

Não aprendemos .

LLLLOOOOOLLLLL

Anónimo disse...

LLLOOOLLLLL

Fernando Nobre à AR

Já que não foi PR.

O Dr. quer é ser presidente.

Se falhar ainda vai a presidente da Junta


LLLLOOOOOLLLL

Anónimo disse...

Fernando Nobre mostra aquilo que ele e os seus apoiantes são um bando de traidores que se viram para onde podem chupar mais.

EMALMADA disse...

Quando oportunistas se infiltraram nos partidos políticos ou formaram partidos para se governarem no governo ou nas autarquias e o povo continua anestesiado,com alguns anestésicos idênticos aos que criticavam a Salazar o que esperar?

As doses do anestésico futebol continuam com mais requinte liderado por indíviduos sedentos de dinheiro e é talvez um meio legal de lavar dinheiro de negócios ilícitos. Há Futebol na TV paga ou não todos dias. Os dirigentes futebolisticos os mais "in" são bajulados e apaparicados por "políticos".
Frequentemente são dados tempos de antena em horários nobre a dirigentes do Futebol e jogadores para dizerem barbaridades,patetices, se insultarem uns aos outros e para verborrearem, enquanto que a situação social e os problemas do país são desfocados ou desviados para outro plano.
O futebol permite e dá visibilidade a um analfabetismo de algumas pessoas sem qualidades pessoais e sociais para com dignidade terem tempo de antena, constituindo isto um insulto perante a degradante situação do país.
Assistimos à colagem de certos autarcas comunistas, sem vergonha, à religião católica e alguns ministros desta consentem, alinham e colaboram, infelizmente.
Assistimos a um apelo sem limites à juventude para não ter tabus, se divertir, consumir, consumir, consumir para se realizar através do consumo desenfreado e divertir em noitadas de ingestão de alcool.

A tríada continua com mais requinte.
Religião, Futebol, Consumo/alcool. Antes era vinho, hoje está alargado a outras formas ou fórmulas mais classicistas e elevadas.


Antes eramos roubados por fascistas, presentemente continuamos a ser roubados por ladrões mas "democratas".

Anónimo disse...

Fernando Nobre perdeu dignidade, revela finalmente uma faceta sua desconhecida que deixa tristes e arrependidos. muito dos que nele votaram.
Revelou falta de coluna vertebral nestas coisas, precisamente onde ela é mais necessária.
Isto independetemente do partido a que se colou.
Provavelmente o PSD sairá prejudicado. Mais um tropeço do Pedro Coelho a registar, fruto de sua imaturidade pessoal e de tacto no baixo mundo politiqueiro-demagógico.

Anónimo disse...

Já se devia esperar algo assim bastou ver o tipo de gente que alegremente lhe andavam a lamber os pés na campanha
quem se rodeia por corja não pode ser melhor que esta