terça-feira, dezembro 01, 2009

COPENHAGA 2009 - CORRUPÇÃO , OZONO E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

CORRUPÇÃO E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS















Dir-me-ão que o título do post de hoje é ambíguo e que corrupção e alterações climáticas nada têm a ver... só que não é assim. Se a nível doméstico, a forma como cada um de nós interage com o seu meio envolvente ( a forma como gere a energia, como se desloca, como e o que consome...) , a nível local, influi na encruzilhada em que nos encontramos, a forma como o território é gerido reflecte-se também no ambiente, com situações que directamente agem sobre o meio influindo também elas em situações que contribuem para o aquecimento global pela maior libertação de CO2 para a atmosfera.

Sabe-se que há uma relação directa entre a àrea construída e a temperatura média dessa zona (tal como a existência de ozono troposférico) , a construção humana influi directamente no meio, não só pela sua acção directa de implantação no solo (com alteração de habitats e micro climas) , mas também por exemplo e situações tão "despreziveis" como a alteração dos ventos , a retenção de calor nos edifícios e estradas...depois a acção do homem faz o resto, as deslocações , e o uso de energia inerente à forma como o tecido urbano é projectado, acessibilidades , mobilidade...etc...

Talvez agora já se compreenda onde corrupção e aquecimento global / alterações climáticas se interligam, exactamente no ponto em que o interesse público (conservação do ambiente, ecossistemas, zonas verdes ) é posto em segundo plano para pontualmente servir interesses privados, muitas das vezes ultrapassando ( com decisões meramente politicas ou de tráfico de influências) o que os técnicos aconselham em termos puramente científicos e de conservação da natureza.

Um exemplo simples é a desmatação sem critérios de vastas zonas para se efectuarem urbanizações em massa que alterarão definitivamente aquele local onde se implanta, e que está virgem desde a criação da Terra, alterando as suas características e influindo nas características do meio envolvente - sem esquecer que as zonas verdes são insubstituíveis sorvedouros de carbono.

Logo, se já é mau o desenvolvimento urbano ser ambientalmente incorrecto por incompetência técnica , falta de sensibilidade ou cultura ambiental por parte dos técnicos e dos autarcas, ou por anarquia de cidadãos que constroem ilegalmente e sem qualquer controlo técnico e ambiental. Mais grave é que esse "desenvolvimento" ocorra porque há corrupção ao nível dos decísores, tornando-se em mais uma forma de prejudicar o bem comum, para além da desigualdade de oportunidades...da fuga ao fisco... e do que isso pode significar como pagamento de outras permissões com consequências ambientais...

Na Margem Sul os casos são de tal forma graves e de tão mau urbanismo, que ou temos técnicos mais incompetentes que em outras autarquias (o que não acredito) ou que sofrem outro tipo de pressões para além da parte técnica e ambiental, ou que são ultrapassados nas suas decisões ou conselhos puramente técnicos, ora esta pressão tem um nome, "CORRUPÇÃO" , pois tratam-se de decisões que vão para além do interesse publico , que influem na qualidade de vida do POVO.

Isto acontece quando se põem três edificios onde só deviam estar dois, quando se permite o aumento de cérceas e volumetrias, quando se insiste na massificação de àreas sem o devido acautelamento em termos viários ou de transportes, quando se atrasam obras publicas de interesse relevante , vai-se lá saber porquê ( não sei porquê estou-me a lembrar do Metro Sul do Tejo) , quando se alteram usos do solo e se arrazam zonas verdes para servir clientelas e interesses pontuais... se manipulam leis de protecção ambiental e de reserva natural...

Ora , mesmo que discorde da correlação sugerida, entre alterações climáticas e corrupção, há de concordar que "Parecendo que não, facilita"! (Nota -repostagem de um post de Fevereiro de 2007 )
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POR UM PACTO ECOLOGISTA

Face à encruzilhada em que a espécie humana se encontra, Nicolas Hulot, jornalista e divulgador ecológico francês envolveu os principais candidatos às eleições francesas num "Pacto Ecológico", o objectivo é trazer a protecção ambiental e o combate às alterações climáticas para o primeiro plano das politicas, sejam elas liberais ou socialistas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Se há quem se enxovalhe por "uma caixa de robalos" imagine o que não fazem por um punhado de notas.