quarta-feira, maio 02, 2012

SEM PINGO DE DECÊNCIA


A agitação ontem causada por uma acção de puro terrorismo comercial levada a cabo por uma cadeia de distribuição só pôde ter a expressão que teve,  pela excessiva concentração permitida nos últimos anos pelos poderes centrais e autárquicos .

Hoje dois ou três grupos, leia-se , duas  ou três pessoas podem dar-se ao gozo de engendras acções de manipulação de massas quando estas atingiram por razões próprias mas  também por politicas orientadoras dos  poderes públicos, ao grau de penúria que rápidamente se tem instalado na sociedade portuguesa.

A distribuição, a banca e a construção tiveram nos últimos anos carta branca para se instalarem , crescerem e reinarem sobre todos os outros restantes sectores da sociedade, sempre é claro com os alçapões dados pelos paraísos-fiscais e o aval do Estado , bem como ajustes directos ou PPP (parcerias publico privadas) estabelecidas com muitas autarquias.

O poder que hoje têm é desmesurado sobretudo pelo grau de endividamento e o desemprego.

Os que caíram no melaço de ontem do merceeiro Santos deviam  desafiar para nos próximos dia 1 de cada mês o PD fazer a mesma promoção em prol do Povo, ou doar igual volume de alimentos ao Banco Alimentar...

3 comentários:

oz disse...

Muito interessante o facto de, por tanto se ter falado no "desconto", não se falar sobre o facto de a emrpesa obrigar os empregados a trabalhar nos feriados. è curioso como nos ultimos três anos a capacidade de nso questionarmos sobre estas práticas tem vindo a decrescer de tal forma que hoje já toda a gente acha não só aceitável o facto de se trabalhar, neste tipo de actividade, por rotina a Domingos e feriados, e até como até "indispensável". A ideia da jornada de trabalho de 8 horas, durante 5 dias, que foi o motivo das primeiras manifestações do 1º de Maio (chicago, 1886), têm um motivo de ser - valorizar o tempo dos trabalhadores e permitir que estes tivessem tempo para a família, a instrução e o descanso. Hoje parece que isso são tudo luxos e "devemos" viver para trabalhar, o máximod e tempo possível, e pelo minimo calculável, justificado por um imperativo moralmente imposto, por gente que tem pouca moral.
Ninguém mencionou, ainda que os produtores não têm nenhum poder negocial para com estas empresas distribuidoras, e que quando não acedem à política de preços, tamanhos, cores, e outros atributos, são imediatamete substiuidos por importações de qualidade marginal, mas obviamente mais baratas. Um litro de leite é pago nas vacarias, se tudo correr na melhor das condições, a 0,30€ e é vendido a 0,79€. E de forma alguma os custos de pasteurização, embalagem e distribuição se comparam com os de adquirir, alimentar e dar de beber (uma vaca bebe 100 a 150 litros de água por dia), manter, vacinar, comprar o equipamento de ordenha e mantê-lo, custos veterinários, etc etc.
Estas "promoções", e não só as do PingoDoce não são mais que cenouras dadas aos consumidores, para apagar a memória do monopólio imposto durante os restantes dias do ano.

mig disse...

"Os que caíram no melaço de ontem do merceeiro Santos deviam desafiar para nos próximos dia 1 de cada mês o PD fazer a mesma promoção em prol do Povo, ou doar igual volume de alimentos ao Banco Alimentar..."

o PD teve prejuizo ontem portanto se fizesse isso todos os meses ia à falência. primeiro diz mal da acção , depois acha que se devim fazer mais. quem ganhou foi o povo

Ponto Verde disse...

Caro mig , e obvio que a situação não e sustentável e dai o " desafio" o povo o que ganhou foi ser manipulado sem escrúpulos , remeto- o para o brilhante comentário de OZE