Leia e julgue se é legitimo , ou não , e como extrapolar para uma região, como a Península de Setúbal, governada quase na totalidade e em maioria por um mesmo partido:
por Ana Carrilho (RR)
“Sistema
Nacional de Integridade” foi apresentado esta segunda-feira. No documento
lê-se que a cunha e a troca de favores estão institucionalizadas entre
colegas do mesmo Governo.
Portugal é "um país
vulnerável à corrupção": apesar dos esforços legislativos que têm sido
feitos, os resultados obtidos ficam "muito aquém" do que seria esperado
num país desenvolvido. Esta é uma das conclusões do relatório “Sistema
Nacional de Integridade”, que vai ser apresentado publicamente esta
segunda-feira no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de
Lisboa.
A cunha e a troca de favores estão institucionalizadas entre colegas
do mesmo Governo, não há tectos máximos para as despesas de cada
Ministério, registam-se gastos excessivos com razões meramente
eleitoralistas e clientelares, refere o trabalho.
O documento recomenda
por isso que haja mais cuidado na escolha de assessores e membros dos
gabinetes e que o Ministério Público e o Tribunal Constitucional sejam
mais activos na fiscalização das declarações patrimoniais.
O relatório diz ainda que, em tempos de crise, os cidadãos tendem a
ser menos tolerantes com os episódios de abuso de privilégio. E aliar
corrupção a austeridade, como a que o país vive actualmente, pode ser um
"cocktail" explosivo, avisa o investigador Luís de Sousa, que coordenou
o trabalho.
Os alertas e recomendações são muitos e o grupo espera que não caiam
em saco roto, como aconteceu há um ano com um documento de trabalho em
que se avisava para os riscos de algumas reformas previstas no memorando
da “troika”, nomeadamente as privatizações, a renegociação das
parcerias público-privadas e a reestruturação das forças armadas.
Nenhuma das recomendações foi atendida pelas instâncias envolvidas,
públicas ou privadas.
O relatório, coordenado pelo politólogo e investigador Luís de Sousa,
deixa claro que apesar de haver leis anti-corrupção, não há uma visão
estratégica. Entre os 10 problemas de fundo que o estudo refere
contam-se a falta de resultados no domínio da repressão e a ineficácia
dos mecanismos de supervisão, fiscalização e auditoria do Estado.
O documento foi elaborado com a colaboração da associação cívica Transparência e Integridade. Este estudo foi feito também noutros 24 países e teve o patrocínio da Comissão Europeia.
O documento foi elaborado com a colaboração da associação cívica Transparência e Integridade. Este estudo foi feito também noutros 24 países e teve o patrocínio da Comissão Europeia.
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