domingo, maio 01, 2005


Via Sacra nossa de cada dia, a entrada (e saída) em Lisboa.

Na passada sexta feira 29/4/05 escrevia Miguel Sousa Tavares na sua cronica semanal no PUBLICO uma muito inteligente cronica sobre o "Poder Local", a qual se recomenda a leitura na íntegra, transcreve-se aqui uma passagem que certamente será sentida por todos aqueles que vivem na Margem Sul passa-se a citar:

É sabido o que penso (à parte as honrosas excepções, pelas quais tenho sincera admiração) sobre o geral dos autarcas portugueses: são o maior mal democrático que o país tem que suportar. Em trinta anos de roda livre, deram cabo da paisagem urbana, desordenaram o território, cometeram os maiores atentados contra o ambiente e a preservação das zonas protegidas, mancomunaram-se com empreiteiros, clubes de futebol e investidores imobiliàrios sem escrupulos para tornarem Portugal um país mais feio, mais degradado, mais inviàvel.

Nada escapou à sua cobiça ou à sua ignorância, não houve nem há dinheiro que jamais lhes chegue,gastando sem pudor nem vergonha numa proliferação de obras sumptuárias que que custam dez vezes o que custariam a um particular, de rotundas idiotas semeadas de horrendas estátuas da autoria do primo, do cunhado ou do compadre (Setubal, Évora,Lagos!), enquanto deixam por fazer aquilo que não se vê mas que mais necessário é à qualidade de vida das populações.

Basta olhar para todo o litoral , de Caminha a Vila Real de Sto.Antonio, para perceber que nada lhes chega, nada os detém, nada os sacia.Não há erro que lhes sirva de emenda, não há horror que os envergonhe , não há escândalo que os assuste.

Enquanto houver um metro quadrado de costa por destruir, uma reserva agricola por semear de vivendas, uma àrea protegida por urbanizar, eles não se dão por satisfeitos.Para isso precisam de mais anos no poder, precisam da eternidade. Por isso estão tão indignados que alguém queira removê-los ao fim de doze anos, contrariando a vontade, que presumem sempre imutável, das populações locais.

E presumem bem: é justamente porque o caciquismo e a dependência que facilmente instalam no seu circulo de poder garantem a sustentabilidade do voto que a limitação dos mandatos autárquicos constitui uma reforma urgente e higiénica.



Aqui A-Sul subscrevem-se TODAS estas palavras.E se agradecem as palavras dos que visitam este blogue e deixam sugestões , a todos Obrigado e um pedido de divulgação.


Posted by Hello

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa Miguel Sousa Tavares!