quinta-feira, fevereiro 04, 2010

TEJO - BIVALVES CONTAMINADOS


A questão já foi aqui levantada no a-sul, tal como a construção de uma piscicultura em Corroios junto a uma ETAR . Mas tem hoje de novo aqui destaque por ter sido abordada esta semana no Diário de Noticias e ontem de novo no Correio da Manhã e que trata da indústria instalada de pesca e comercialização de amejoa potencialmente contaminada e introduzida no mercado sem qualquer controlo, cito do DN :

«Amêijoa contaminada pelas descargas de metais pesados e esgotos está a ser apanhada em alguns locais do rio Tejo e vendida directamente aos consumidores através de circuitos clandestinos. Entre os exemplares de bivalves capturados nas zonas poluídas dos concelhos do Barreiro, Almada, Seixal, Montijo e Alcochete encontra-se a amêijoa japónica. Uma espécie exótica (de venda proibida), oriunda de Itália, que recentemente foi implantada no rio por desconhecidos, existindo hoje com grande abundância, mas nas zonas dos esgotos, onde até a apanha da lambujinha para consumo está interdita.

A denúncia da existência deste novo "mercado negro" é feita ao DN por Joaquim Piló, do Sindicato Livre dos Pescadores (SLP), e confirmada pelo próprio Ministério da Agricultura e das Pescas, que adjectiva esta actividade ilegal de "muito grave e complexa de resolver" pelas autoridades. Ao ponto de constituir "prioridade de fiscalização" para a Direcção-Geral de Pesca e Aquicultura, que, segundo os mais recentes dados disponíveis, relativos a 2008, tem a decorrer 28 processos de contra-ordenação por venda ilegal de bivalves.

Fonte do gabinete do ministro António Serrano alerta que pelo facto de o estuário do Tejo estar classificado como "Zona C", todos os bivalves capturados têm de seguir para depuração antes de serem colocados à venda. Mas a tutela sabe que não é isso que acontece entre os mais de 50 pescadores que diariamente capturam moluscos nas zonas de risco, segundo a estimativa do sindicato.

"No rio, a fiscalização é feita pela Polícia Marítima e GNR, mas a partir do momento em que a amêijoa sai do barco, essa fiscalização passa a ser competência da ASAE", sublinha a mesma fonte. A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica garante estar atenta ao fenómeno, tendo realizado já várias operações direccionadas à comercialização ilegal da amêijoa, entre lotas, restaurantes, mas também nas bermas das estradas ou nos passeios ribeirinhos onde habitualmente se faz venda directa ao público. Também nas páginas da Internet não faltam contactos de vendedores, inclusivamente, de amêijoa japónica, com preços que variam entre os seis e o oito euros, apesar de a amêijoa sair da lota a quatro euros.

O delegado de Saúde do Barreiro, Mário Durval, alerta para um pormenor na lei que está a ser aproveitado pelos infractores. "Todos vemos centenas de pessoas a apanhar amêijoa nestas zonas, mas elas dizem que não é para vender, que é apenas isco para pesca. Como só está proibida a comercialização, não há nada a fazer", diz o médico.

Mário Durval, que já fez várias queixas às autoridades, revela que estes moluscos só poderiam chegar ao consumidor depois de serem sujeitos a tratamento térmico, através de um processo que ainda não chegou a Portugal, admitindo o delegado de saúde que os níveis de metais pesados no Tejo estarão com valores mais baixos relativamente há uns anos atrás, depois de a CUF e a Lisnave terem interrompido a laboração. "Os metais são um problema mais grave do que os esgotos, mas as marés têm vindo a resolver esse problema", assegura Durval»

Aqui em link o artigo do Correio da Manhã.

5 comentários:

Anónimo disse...

Se as autoridades forem à trafaria é facílimo apanharem pescadores ilegais de bivalves

Anónimo disse...

Será assim tão ddifcil montar uma operação para controle do que comemos como aquela que foi feita no Porto quando os polvos deram à costa?

Anónimo disse...

A CMSeixal tinha oportunidade no passado de fazer o mesmo no Sapal de Corroios, e transformá-lo numa pequena Área Protegida no concelho... visto que na parte terreste já não tem nada de natural...

No entanto decidiu apoiar a sua destruição para a construção duma piscicultura ao lado duma ETAR e com todos os metais pesados presentes...

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Área da Lagoa de Melides = 10ha

Área da Piscicultura do Sapal de Corroios = 17ha (1/3 do Sapal)

Área Total do Sapal de Corroios = 51ha

Área do """"Parque Natural"""" da Quinta do Serrado = 2ha

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http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1421132

Câmara de Grândola quer Lagoa de Melides como área protegida
03.02.2010
Lusa

A Câmara de Grândola está a elaborar um projecto para transformar a Lagoa de Melides numa área protegida de interesse, que deverá estar criada até ao final do ano.

A intenção da autarquia, segundo adiantou hoje à Lusa o vereador do Ambiente, Paulo do Carmo, é “gerir o território e cuidar dele”, tendo em conta que se trata de “um plano de água e de um território que é muito rico em termos ambientais e paisagísticos”.

Em Junho do ano passado, o autarca tinha já avançado à Lusa a intenção de tornar a Lagoa, que já faz parte da Rede Natura 2000 e sua envolvente, numa área protegida de interesse local, tendo constituído uma equipa técnica para elaborar o projecto de gestão.

Com a criação de uma zona de Protecção de Interesse Local, a autarquia poderá intervir no sistema lagunar de cerca de 10 hectares, afirmou Paulo Campos.

A Câmara de Grândola apresentou na terça-feira o projecto à população, com a intenção de envolver os munícipes no processo.

Paulo do Carmo referiu que existem produtores de arroz que desenvolvem esta actividade “há décadas” a “montante da lagoa”, considerando essencial o seu envolvimento. Sublinhou ainda que a água utilizada no cultivo de arroz “precisa de ser monitorizada”.

Para criar esta zona protegida, a Câmara de Grândola precisa ainda do parecer do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, o qual pretende solicitar durante o primeiro semestre deste ano, assim que tiver o projecto concluído e aprovado. A futura área da paisagem protegida também ainda tem que ser definida. Após a conclusão do plano de gestão terá que ser aprovado em reunião de Câmara e submetido a consulta pública.

“É nossa intenção avançar em breve com a construção de um Centro de Interpretação Ambiental e de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais”, adiantou o autarca.

Embora assegure que a “preocupação” do município é “ambiental”, o vereador com o pelouro do Ambiente considerou a preservação deste património natural também “importante para o turismo”.

“Tudo aquilo que se faz com qualidade para o ambiente, o turismo também agradece. Este não é um projecto turístico, mas também é importante para o turismo, porque se não fizermos nada, daqui a 30 ou 40 anos não existe ali lagoa, existirá simplesmente um pântano”, concluiu.

Ex-militante disse...

A margem sul está a saque , o PCP inventou os verdes para fazer crer que o ambiente nas suas autarquias está protegido. Uma farsa. Está tudo dado de bandeja aos construtores e especuladores imobiliários alguns representados por ex. camaradas do Comité Central.

Anónimo disse...

Se não controlam aquela espelunca da Ponta dos Corvos , como vão contolar a comercialização das amêjoas ?