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segunda-feira, janeiro 18, 2010
VERDE POR HOSPITAL ? MAS PORQUÊ ?
Porque razão a construção de um hospital tem que ter como medida de troca a destruição de um espaço verde protegido em sede de União Europeia através da rede de Sítios Rede Natura 2000 ?
Não tem óbviamente que haver essa concessão, até porque há outros espaços no concelho do Seixal ou de Sesimbra - uma vez que o grande objectivo deste hospital é servir aqueles dois concelhos - na zona que mais população agregou nas últimas décadas e a quem pertencem duas das freguesias de maior crescimento em termos nacionais, Corroios - por uma aberração chamada Santa Marta do Pinhal - e Quinta do Conde .
O objectivo da localização apontada pela autarquia do Seixal é meramente propagandistica, uma vez que é a zona mais visivel da A2.
Espera-se que pelo facto de ter sido lançado um concurso público INTERNACIONAL que haja uma maior transparência em todo o processo e que a autarquia seja obrigada a dar o seu contributo, nomeadamente na cedência de terrenos que possui ou de outros que o Estado tem em reconversão objectivamente.
No caderno de encargos da reconversão da Siderurgia nacional, consta claramente a cativação de espaços exactamente para este tipo de projectos, esta é , aliás, uma localização privilegiada num contexto de articulação entre o Hospital Garcia de Horta, o novo Hospital do Seixal , o Hospital do Barreiro e tendo em vista todo o eixo de desenvolvimento expectável com o novo aeroporto , a ponte Seixal - Barreiro e a terceira travessia do Tejo .
O Seixal pode , pelo aumento exponencial e insustentável do seu crescimento urbano e residentes - de 30 mil para 170 mil - em duas décadas , exigir a construção de um novo hospital , mas faz sentido ter de ceder mais, do escasso e necessário espaço verde que ainda possui?
A localização teimosa e pouco inteligentemente defendida pela autarquia, está muito longe dos compromissos assumidos pelo Estado português em sede de ano Europeu da Biodiversidade, Rede Natura 2000, Combate às Alterações Climáticas, Reseva Agricola ou Reserva Ecológica entre outras.
Se tivermos em consideração a localização pela proximidade , uma das vertentes mais queridas da população e que consta aliás, no Concurso Publico Internacional e na tipificação do próprio hospital , então a localização que ganha é a dos terrenos municipais das antigas oficinas há pouco demolidas , do Fogueteiro, junto ao Rio Sul.
Construír em Rede Natura 2000 recusando à partida qualquer outra alternativa, significa outra coisa... para além do óbvio, a gestão danosa do território !
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14 comentários:
os fins justificam os meios.
Esta discussão para além de inquinada , está a ser abafada pelos mais altos interesses autárquicos e seus apaniguados. Parabéns por voltar a trazer aqui este tema e de forma tão bem fundamentada.
Um hospital como o que está definido no concurso «Segundo o Ministério da Saúde, «o futuro hospital será uma unidade de excelência, direccionada para a prestação de cuidados de ambulatório e terá internamento, 60 camas de convalescença e doze camas para cuidados paliativos». Cabe perfeitamente no local onde a Câmara do Seixal tem terreno no Fogueteiro. Quere-nos fazer crer que vão construír um Santa Maria e por issto tem que ser em pinhal, mas isso não é verdade e esse hospital tem que ser construído mais perto das zonas habitadas para melhor servir a população.
Tem piada como os kamaradas da cãmara fizeram tanto barulho sobre o Hospital, colocaram depois cartazes como sendo esta uma conquista da cãmara CDU/Verdes, mas depois mantêm quase no segredo dos deuses a localização do Hospital.
Onde o querem construir irá só fazer aumentar a pressão rodoviária na EN378.
Basta ver o que se está a passar na Nac10 com a abertura daquela loja perto de Corroios, para ver o que será depois aquela via com o hospital ali.
mas o que interessa são as aparencias.
A lógica é permitir a construção e aumentar a população (receber lic construção , infraesteruturas IMI...) , depois reivindicar (do Estado) estruturas, estradas hospitais para o Povo carenciado,porque coitadinhos têm casa, mas não têm mais nada, para depois valorizar mais as casas construídas (e da qual recebem IMI) para depois vir mais gente e politicamente fazerem pressão sobre o governo, qualquer um para mais estradas, mais hospitais, mais esquadras, mais shopings...receberem mais dinheiro cada eleição e criarem mais taxos...
O primeiro comentador doz que os fins justificam os meios. Justificam mesmo? É isto SUSTENTÁVEL ?
Concordo em absoluto com a análise feita pelo Ponto Verde!
Não faz, nunca fez e não fará certamente sentido a autarquia fazer "finca pé" nesta localização.
Qual tem sido a posição da oposição acerca disto? (já que da maioria comunista ou dos alegados "Verdes" não será de esperar grande coisa a não ser a adesão entusiástica à localização)
E o Governo? Já que é este (em conjunto com os fundos da UE) que vai pagar a conta, deveria recusar-se a ser cúmplice do crime da Câmara do Seixal.
Há aqui um populismo contagiante e que tem tirado a capacidade de discernimento a muitos politicos no Seixal e arredores.
Quem vai pagar a conta são os cidadãos. Os cidadãos precisam de um hospital , mas também precisam de zonas verde e de um urbanismo de qualidade . Um hospital por uma zona verde? Não tem de ser obrigatóriamente assim .
Mais uma vez os comunas leva a melhor na margem sul...
Vejamos: o hospital novo do Seixal é um passo importante e atenuará a gritante falta de cuidados médicos no Seixal e Sesimbra, mas, tendo em conta a densidade populacional, pode dizer-se que ficam com uma oferta mais do que sofrível? E se com a valorização dos terrenos envolventes, a câmara continuar a licenciar mais e mais construção, não será verdade que depressa voltaremos à mesma situação que existia quando havia apenas o Garcia de Orta - a única diferença sendo de escala?
Qual é a estratégia da Câmara do Seixal - e da de Almada também, por acaso? Deixar construir desenfreadamente, em suma, criar um problema e depois reivindicar do governo infra-estruturas para o resolver. Não seria mais inteligente e sustentável construir na medida da capacidade das infre-estruturas e não o contrário? E, já agora, à medida que se licencia mais habitação, incentivar a iniciativa privada empresarial, de modo a fixar as populações e não acentuar a suburbanização destes concelhos, que cria problemas aos próprios e também a Lisboa?
Perante este tipo de actuação, conclui-se que a ambição e estratégia a longo prazo dos comunistas na margem sul (partindo do princípio de que têm alguma - e creio estar a ser benevolente) é terem uma enorme faixa de dormitório, blocos de betão a perder de vista, sem tecido económico e empresarial próprio, reduzindo os espaços verdes ao mínimo indispensável? Que pobreza de horizontes!
O PCP há muito que meteu o Marxismo-Leninismo na gaveta.
A sua sobrevivência depois da queda da URSS é a cultura do descontentamento por um lado e o protesto e exigência por outro.
O descontentamento numa sociedade desigual é fácil de criar e de tirar dividendos.
O protesto e a exigência mediátizada também. Não é por acaso que no doa a seguir ao acordo com os professores logo veio a bandeira do protesto na função pública e não é por acaso as exigências ddiárias publicadas na imprensa, tal como os protestos dos Verdes que só não têm voz nem critica nas suas autarquias CDU apesar das exigências postas noutras autarquias não CDU se poderem aplicar nas autarquias CDU.
Por isso agora protesta-se porque não há hospital, amanhã protestar-se-à porque não servem caviar e champanhe aos utentes, ou porque o hospital precisa de ser aumentado porque entretanto se construiu para mais 200 mil pessoas.
Para o PCP não há fim, o fim é o descontentamento , um descontentamento que nunca resulta da sua gestão, mas sempre de um inimigo externo , para o qual o ódio visceral ao PS dá muito jeito.
Mas porque é que em democracia se papa isto e a oposição engole em seco, esse é que é o grande mistério que a propaganda explica, explica, mas não é tudo .
O Governo vai aceitaar mais esta birra do PCP e esta anunciada localização numa zona protegida?
E a oposição vai ficar a ver ?
O ponto verde tem razão sobre os terrenos da siderurgia.
É o próprio Alfredo Monteiro a elogiar aquela localização « Alfredo Monteiro não adianta muito mais, mas diz que este plano “prevê igualmente uma forte ligação ao rio, através de uma localização de excelência pela centralidade em termos de acessibilidades” ( Setubal na Rede 27-05-2003) e que defende também no mesmo artigo que aquele local venha a ser “um local de grande qualidade de vida”
O PSD através do deputado Pedro Roque também refere a reconversão da siderurgia como «No entanto, este social-democrata acredita que esta “zona privilegiada junto ao Tejo, que se encontra um pouco abandonada,” será, no futuro, uma “zona de lazer por excelência”.»
Em termos do próprio PLANO consta :
Equipamento – dotação de equipamentos-âncora, e a instalação de equipamentos colectivos nos domínios fundamentais, quer da educação, da saúde, do desporto e da cultura;
SIM , LERAM BEM ,EQUIPAMENTOS COLECTIVOS NOS DOMINIOS FUNDAMENTAIS - SAÚDE ... BOM, SE UM HOSPITAL NÃO SE ENQUADRA NESTE CAPÍTULO, O QUYE SE ENQUADRARÁ ?
PARA ALÉM DE QUE AQUELE LOCAL SE TORNARÁ DE FÁCIL ACESSIBILIDADE:
- Mobilidade e acessibilidades – estabelecimento de uma nova rede de acessibilidades, implementação de soluções de transporte colectivo, criação de condições de circulação com prioridade à circulação pedonal e ciclável, assim como a adaptação do espaço público que assegure a facilidade de deslocação a cidadãos com mobilidade reduzida;
E EM TERMOS DE QUALIDADE AMBIENTAL.
Ambiente e paisagem – requalificação da frente ribeirinha e valorização da relação com o rio Tejo e desenvolvimento de uma estrutura verde que se integre num grande corredor ecológico do Arco Ribeirinho Sul;
SE ESTE NÃO É O LOCAL IDEAL PARA A CONSTRUÇÃO DO NOVO HOSPITAL DO SEIXAL, ENTÃO TALVEZ NÃO SE JUSTIFIQUE A SUA RECONVERSÃO !
Ex-Militante,
não sei se o PCP terá metido o marxismo-leninismo na gaveta. Acho que à semelhança do PSD, que no outro dia acho que era o António Costa a dizer que há dois partidos: o das concelhias e o das estruturas centrais de direcção, o PCP também é um pouco assim. Há uns quantos comunistas clássicos da velha guarda no comité central, que nunca foram testados no poder pelo que lhes é fácil manter a utopia, e há um PCP autárquico, com características engraçadas: os militantes de base mantêm a mesma devoção cega aos líderes locais (muito estragados moralmente e desviados da pureza da ideologia pela política real)que devotam aos nacionais, mesmo que isso os leve a ir contra os princípios básicos pelos quais se bate o comunismo (para não falar já da democracia), contra os seus princípios pessoais, etc. Bem disciplinados, demasiadamente bem, são capazes dum doublethink orwelliano, considerando esses princípios como válidos e incriminadores quando violados por quem não seja PCP, e efabulações injuriosas quando sugeridas contra eleitos PCP. O problema do PCP é que está a ser apertado. O Bloco levou-lhe o "segmento de mercado" dos intelectuais de esquerda, ficando o PCP com os "camponeses e proletários". Ora, quantos é que conhecem, no sentido clássico? Justamente. Será difícil, apesar de periódicas e muito publicitadas renovações na JCP, o PCP fazer a renovação geracional... Até porque a chamada "mentalidade pequeno-burguesa", avessa aos comunistas, se espalhou para baixo da classe média (resultado da sociedade de consumo, estado-previdência e de muitos outros factores sociais) e o Louçã tem contactos melhores do que o Camarada Jerónimo para orientar para a malta erva da boa ;-) . A estratégia de beneficiar com o descontentamento, de "quanto pior, melhor", é já uma estratégia de terra queimada, de desespero.
Os comunistas que me perdoem a dureza da análise, mas esta é a imagem que passa para o público não-militante - os que terão de cativar pela competência caso queiram inverter algum dia a tendência das últimas décadas.
Em resumo, existem os Comunistas e os cumudistas.
Os primeiros estão em vias de extinção, mas continuam a defender os seus ideais com a mesma pureza de sempre.
Depois á os outros, os que aproveitam a foice e o martelo para os seus negócios e para os tachos.
Os que atacam os restantes de todas as formas baixas e reles que podem.
No Seixal, os exemplos são demasiados...
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