quinta-feira, maio 12, 2005

SOBREIROS PROTEGIDOS ARDEM NO SEIXAL


Sobreiros e pinheiros ardidos no Pinhal dos Frades.

Em contacto com a população de Pinhal dos Frades surgiu outra questão, que "envolve" o A-Sul e tem a ver com o timing com que o incêndio ocorreu.Durante o fim de semana foram distribuidos panfletos apelando à protecção do pinhal e à participação da população numa reunião no Centro de Solidariedade Social, o folheto remetia para o A-Sul na procura de mais informações (o que se agradece) até porque nos encarregámos de divulgar essa reunião!

Acontece que logo na segunda feira... o pinhal arde! A quem incomodou tanto a divulgação da informação? ou o incêndio era para não haver afinal razão para á noite , exigir protecção ambiental ? ou foi para intimidar os cidadãos que se têm envolvido na defesa do pinhal?

relembramos agora um texto de Miguel Sousa Tavares publicado no PUBLICO www.publico.pt
de 11 de Fevereiro, hoje mais actual que nunca:

"Um bom exemplo de negócio de lucro garantido, envolvendo o favor do Estado, é a construção em zona de paisagem protegida. A simplicidade do negócio é quase chocante: estando a construção vedada por lei, os primeiros que conseguirem ou afastar a lei, ou obter um direito de excepção (chama-se "projecto estruturante" a batota legal inventada para tal), obviamente vão vender a um preço muito superior aos que constroem e vendem em zonas mais saturadas (...) é claro que só está "protegido" até ser aprovada a primeira excepção: uma vez aberta a porta, rapidamente o "paraíso" terá de se mudar para outras paragens e outras excepções.
Váriar coisas caracterizam a forma como este tipo de negócio é passado à opinião pública.Primeiro a de que se trata de um dos tais "projectos estruturantes" para a economia portuguesa, invariavelmente envolvendo milhões largos de investimento e criando sempre, no papel, "milhares de postos de trabalho". Depois , a de que se trata, invariavelmente, de "projectos sustentáveis" e "amigos do ambiente" (...) depois vêm sempre com a aprovação jamais recusada do Turismo, e o apoio dos autarcas- de todas as cores politicas e arregimentados por uma irresponsável Lei de Finanças locais que lhes garante tanto mais dinheiro quanto mais for a construção aprovada(...). Ultimamente como sucede na ria de Alvor, os investimentos vêm também acompanhados de chancela "ambientalista" de antigos militantes da defesa da natureza e qye a crise, certamente, fez saltar para o lado oposto. E enfim para terminar, todo o enredo é preparado publicamente através de artigos saídos na imprensa e onde os "investidores" são apresentados com patriotas ao serviço da criação de riqueza para o país (...)

Percebe-se pois o quanto estes intervenientes ficam perdidos e desvairados ao ponto de intimidar ao ponto de ameaçar... ao ponto de incendiar! Quando alguns apelam para o cumprimento da lei e expõem na praça publica a corrupção e o tráfico de influências.


Posted by Hello

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto do PP e BES é só o começo.

Anónimo disse...

Tristeza de país, a Europa tão longe.