PORTUGAL EXCLUSÃO OU OSTENTAÇÂO ? Foto: Flor da Mata /Seixal - a rural area and a protected forest South of Lisbon where local politics want to build against the law and the public opinion.

At Portugal, 25% of the countys are considered above poverty situation but for the next years , allover the (same) country are projected 200 new Commercial large areas (26 new shopping Mall's).

Hoje pegar nos dois principais diários nacionais transporta-nos a duas realidades distintas e opostas. O Diário de noticias leva-nos ao extase consumista de que para os próximos anos em Portugal estão licenciados 200 (DUZENTOS) novos projectos de unidades comerciais, sendo desses 200, 26 novos Centros Comerciais , desta forma distribuidos pelo país Lisboa e Vale do Tejo 75, Norte 64, Centro 30, Alentejo 18 e Algarve 13.

No outro despertino, Publico, refere-se que um quarto dos concelhos do país estão numa situação grave de exclusão e pobreza. A noticia considera que 68 concelhos vivem num estadio anterior ao da "morte social".A maioria desses concelhos têm caracteristicas rurais com deficit de infraestruturas e onde foram detectadas situações graves do ponto de vista das qualificações escolares (taxas de analfabetismo de 17,6%) e mais alta taxa de desemprego (superior a 10%) em 26 desses concelhos.

A dúvida é como pôr estas duas realidades a viverem no mesmo espaço tarefa complicada para qualquer governo... a duvida é que Portugal somos?

O endividado para se passear em carros de alta cilindrada (que pagam os maiores impostos e a gasolina mais cara da Europa) ou a quele cujos rendimentos mais não traduzem que 150 Euros anuais de IRS?

O País que se endivida e encavalita na hiper populada periferia e litoral ,para tornar os Bancos os maiores proprietarios imobiliários sem paralelo no resto da Europa ou o país ainda sem esgotos e elecrricidade das aldeias do interior ?

O País com poucos recursos mas com um clima e paisagem que lhe trazem caracteristicas de receptor de turismo (e rendimentos) ou aquele que destroi esses mesmo ambiente e permite construir até debaixo de falésias, até a metros do mar ou em zonas protegidas?

Que país queremos para as futuras gerações? O do desenvolvimento sustentável, da formação , da cultura, do trabalho ? ou um pais que teso se passeia pelos corredores dos novos centros comerciais quando o espaço das cidades for irrespirável e intolerável à vista e já não houver nada de verde em volta?

Que cidadãos somos nós? Uns Mansos que tudo suportam e admitem ? ou os que pensam, criticam e exigem melhor para nós e nossos filhos? É que , como referia José Judice em "O Independente" , 14-01-05:

"Não há razão para que a vida politica portuguesa continue a ser tutelada pelos partidos, impedindo os cidadãos de ter um papel activo nas decisões sobre os seus proprios assuntos"