Este o último post do blogue Caderno de Saramago :
«Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma. J.S.»
Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008
Nós por cá , até poder, vamos continuar a seguir algumas das linhas propostas por Saramago, como a prática interventiva da cidadania que tanto incomoda os seus correligionários de Partido , agarrados que continuam à sua Jangada de Pedra , praticando um longo Ensaio Sobre a Cegueira , deslumbrados agora em obra fisica, inventando cada um o seu Memorial do Convento , sendo nós um de Todos os Nomes que pretendem a todo o custo calar, por contrariarmos a corrente dominante, a massa inerte em que nos querem transformar :
«Inventámos uma espécie de pele grossa que nos defende dessa agressão da realidade, que nos levaria a assumi-la, a percebermos o que se está a passar e a fazer o que finalmente se espera de um cidadão, que é a intervenção. J.S. »
Gostaria de sublinhar e salientar as posições tomadas nos anos mais recentes sobre a problemática ambiental , nomeadamente na campanha da Greenpeace para salvar as últimas florestas primárias do planeta - em contralinha com a politica seguida pelas autarquias do seu Partido na Margem Sul - a posição pública de alerta sobre as consequências do aquecimento global ou o papel amigo do ambiente que fez questão de usar na publicação das suas últimas obras .
Deixo-vos com excertos do manifesto que subscreveu no seu blogue eo 28/10/2008 em que defendia :
« Uma economia de desenvolvimento que elimine a abusiva exploração dos recursos naturais que tem lugar na actualidade (petróleo, gás, minerais, carvão) e que faça com que se apliquem normas vigiadas por uma Nações Unidas refundadas – que envolvam o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial “para a reconstrução e desenvolvimento” e a Organização Mundial de Comércio, que não seja um clube privado de nações, mas sim uma instituição da ONU – que disponham dos meios pessoais, humanos e técnicos necessários para exercer a sua autoridade jurídica e ética de forma eficaz.
Investimento nas energias renováveis, na produção de alimentos (agricultura e aquicultura), na obtenção e condução de água, na saúde, educação, habitação… para que a “nova ordem económica” seja, por fim, democrática e beneficie as pessoas. O engano da globalização e da economia de mercado deve terminar! A sociedade civil já não será um espectador resignado e, se necessário for, utilizará todo o poder de cidadania que hoje, com as modernas tecnologias (link) de comunicação, possui. »
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Patéticas as declarações propagandisticas do Vereador Martins da Protecção Civil da Câmara de Almada no programa Sociedade Civil, ontem sobre Saramago...
9 comentários:
Agrande questão é que o PCP é hoje um bando de gente que se aproveita do sistema e do descontentamento. De Comunistas não têm NADA.
"O Partido como um sol, como um deus, não significa que, uma vez por outra, quando se está ao sol, não se procure a sombra, e que mesmo aqueles que crêem em Deus não tenham as suas dúvidas. Nem todos têm de seguir a banda."
J.S.
Ver esta notícia do Jornal do Aragão para saber o que se está fazendo com os solares abandonados.
http://www.elperiodicodearagon.com/noticias/noticia.asp?pkid=590426
Cumprimentos,
Luís S.
« O grupo é autoritário, impõe regras." O escritor não quer, decididamente, "ir atrás da banda só porque ela vai a tocar". » J.S.
Parabéns A-SUL, o A-SUL é o único blogue destas bandas a mencionar a morte de Saramago e a ele deicar um post. Parece que os camaradas da margem sul não gostam de Saramago.
Não, os camaradas da margem sul não gostam é de quem ouse pensar de forma diferente, ainda que dentro do Partido.
E além disso, para os Seixal Sim ou Flamingos ou Aldeias (já extintas) de Paio Pires, o que interessava mesmo era a calúnia, não a homenagem. Isso é algo que as suas inteligências não alcançam.
"Em 1975, em pleno PREC, torna-se director-adjunto do "Diário de Notícias". Esta função representaria o auge do seu percurso jornalístico e, paradoxalmente, seria fundamental para o seu regresso à literatura e ao romance, o género em que se notabilizaria definitivamente. A sua direcção-adjunta seria marcada pelo polémico saneamento de jornalistas que se opunham à linha ideológica do jornal. Demitido no 25 de Novembro, acusado de aproveitar a sua posição para impor no diário os desejos políticos do PCP."
Um comunista de corpo inteiro que sobre Coreia do Norte e Cuba nunca teve uma palavra para os defensores da liberdade. Um bom escritor que só a partir de ser editado por uma poderosa editora espanhola conseguiu o Nobel. Longe de ser o melhor escritor português contemporâneo, beneficiou de influências capitalistas espanholas para ascender como escritor. Bom escritor, mas como homem deixou muito a desejar.
Não deixa saudades. Gostava de saber se os mesmos que disponibilizaram um avião para o ir buscar a Espanha ( país onde escolheu viver e por isso por lá podia ficar), também disponibilizam um avião para trazer os combatentes mortos no ultramar.
Ó Marlene, e se de repente, deixasses de ser parva?
Será que a estupidez não te abandona apesar de ires crescendo?
Olha que já vai sendo tempo de passares a idade da inocência da tua adolescência.
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