quinta-feira, junho 04, 2009

A DEMOCRACIA VISTA DA MOITA



Queixam-se os politicos do verdadeiro divórcio entre os cidadãos e a Politica queixam-se, e com razão da abstensão , queixam-se os cidadãos do verdadeiro fosso que os separa dos politicos e os politicos do verdadeiro descrédito em que caíram junto do cidadão.


Admiram-se ?

Só se admirará quem não viver com os pés assentes no chão, só se admirarão os politicos que só descem à terra para beijar peixeiras e criancinhas ranhosas , de quatro em quatro anos...

Dúvidas nos restassem bastava ver esta campanha para as Europeias.. É para as Europeias ?

Ninguém diria, tal é o grau zero da maioria das intervenções ...


Mais um exemplo depois do artigo de Fonseca Ferreira no DN publicado no passado domingo. Um exemplo que nos vem da "prática democrática" na revisão do PDM da Moita ou Kafka no seu melhor...
Cito Américo Jorge:


« Cronologia triste, pura e dura mas bem real de …

Então a trampolinice foi assim urdida:

  • A 6 de Julho ’05 a Câmara Municipal da Moita anunciou o Período de 44 dias da Discussão Pública da Revisão do PDM da Moita, entre 4 Julho ’05 e 2 Setembro ’05;
  • Durante esse Período previsto no Decreto-Lei 380/99 de de 22 Set, nomeadamente no seu Artº 77º nº 4 e no Decreto-Lei n.º 310/2003 de 10 Dez , nomeadamente no seu Artº 77º nº 5, os Cidadãos da Moita foram convidados a pronunciar-se numa Discussão Pública de fingir. Foi só para cumprir calendário e para se poder dizer, por exemplo ao Tribunal Administrativo de Almada, que a Lei estava assim a modos que a ser cumprida, era uma espécie assim de uma certa legalidade;
  • Entretanto, já a 10 Out ’00 e a 9 Dez ’03, e noutras datas também, a Câmara tinha comprometido ‘de factu’ os destinos de extensões muito significativas do território concelhio, assegurando futuras desclassificações de Solo Rural em REN e em RAN com passagem a novos Solos Urbanos sem REN e sem RAN, em Protocolos assinados com a Imomoita SA (grupo Pluripar SGPS, Montiterras SA, Imomoita SA e Parcoop CRL), com a Macle SA (grupo Macle SA, JAR SA e Rodrigues e Filipe SA), com José Manuel Marinho Pires da Costa (Desanexação nº 30 de REN), com Abílio Lagoa, e outros grandes investidores do Concelho e da Região;
  • Simultaneamente, à data de 16 Março ’04, a Câmara Municipal da Moita levou à Comissão Nacional da REN, supostamente de defesa da REN, mas na ocasião liquidatária da REN, a proposta de amputação de cerca de 400 hectares de REN, em Solo Rural e muitas vezes igualmente em RAN, tudo áreas de máxima infiltração. A CN da REN despachou obediente que …”concordava com a proposta de deliberação”…, aliás na altura com igual parecer favorável da CCDR-LVT. A circunstância dessas alterações significarem uma revogação privada e ilegal da Portaria 778/93 de 3 Setembro pouco importou aos altos Funcionários desses Organismos intermédios ou médio-baixos da Administração Pública;
  • Não contente com tanto Protocolo nem com tanta decisão de bastidor, à revelia do Processo de Revisão do PDM, a Câmara Municipal da Moita mais a CN da REN e com o beneplácito da CCDR-LVT, não perderam tempo. Enquanto o Povo se entretinha na Discussão Pública da Revisão do PDM da Moita de fingir, entre 4 Julho ’05 e 2 Setembro ’05, aqueles organismos agiam paralelamente do modo seguinte, nas datas indicadas:
    • 28 Julho ’05: a CCDR-LVT emite o seu parecer, com base na Proposta da Câmara da Moita de novas 42 Desanexações de REN, que por esquecimento (exemplo Desanexação nº 30), ou confusão (exemplo Desanexação nº 18) não tinham ficado arrumadas a 16 Março ’04. A CCDR-LVT anota…”contributo significativo”…
    • 8 Agosto ’05: a CCDR-LVT envia para a CN da REN o seu douto despacho (…”contributo significativo”…)
    • 11 Agosto ’05: a Presidência da CN da REN distribui pelos Vogais a papelada toda
    • 12 Out ’05: a CN da REN …“emite parecer favorável à Proposta de Revisão da Delimitação da REN da Moita, concordando com o Parecer da CCDR-LVT”…blá blá blá

Para documentar as suas Propostas, por exemplo a Desanexação de REN nº 18, no Penteado, a Câmara Municipal da Moita invocou entre o início de 2005 e finais de Janeiro de 2007 um …”Alvará existente de loteamento em vigor”… que não existia.

Alguma daquelas entidades do Aparelho de Estado deu pela marosca?

Estudou o dossier e descobriu o embuste?

Pediu para ver com os próprios olhos o Alvará existente que afinal não existia?
Vai lá, vai…


Ficou assim claro

  • como se contorna a Lei,
  • como se põe os Cidadãos a discutir em roda livre e no vazio,
  • como se engana as Autoridades e os Tribunais,
  • e como na verdade se leva sem falha a água ao seu moinho na Moita.»

3 comentários:

Anónimo disse...

Esquemas corruptos.

Anónimo disse...

CHEGA DE BETÃO . BASTA DE CDU!

Americo Jorge disse...

A citação de Américo Jorge é certamente um lapso a que é alheio o próprio, pois ao reenviar excertos anteriormente publicados de blogues de outros autores, com a preocupação de manter vivas as queixas "para não cairem em saco roto"...,teve sempre a preocupação de indicar as respectivas fontes.
No caso vertente, trata-se de textos publicados pela generosidade da Várzea da Moita, a quem prestamos as nossas homenagens.