sábado, junho 13, 2009

PARAR ... E PENSAR !


O a-sul pelos seus leitores, por OZ :

«A busca do lucro no longo prazo é o objectivo lógico (e legítimo) de qualquer empresa. Os problemas surgem quando as empresas decidem funcionar de formas que resultam numa desarticulação total com o resto dos agentes sociais e económicos, perseguindo o seu objectivo sem qualquer tipo de preocupações com a inserção e equilíbrio no resto das outras relações humanas e quando todas as consequências dos seus actos são medidas apenas na medida em que afectam a grandeza dos lucros obtidos.

A propositada desinserção desta indústria no resto da sociedade é comparável à presença de um tumor que existe e cresce graças aos recursos de todo o corpo, mas que vive para cumprir um programa em tudo alheio ao resto desse corpo.

O petróleo não está a acabar. Não se sabe se já se atingiu o máximo de extracção diária possível, porque a extracção ainda não diminuiu. A comunidade técnico-científica tem desenvolvido nos ultimos dez anos soluções que permitem aumentos de eficiência na utilização dos combustíveis fósseis, na viabilização da reutilização e reciclagem de fontes de combustível que se encontram nos resíduos urbanos e industriais, e ainda no importantíissimo desenvolvimento de recolha de energia a partir de fontes renováveis. Todos os indicadores demonstram que, se fôr permitido à investigação continuar, os progressos venham a ser cada vez maiores. Apesar disso, é-nos constantemente brabdida a ameaça da "crise energética".

Os progressos que vão surgindo são sempre mostrados como notas anedóticas no final dos noticiários, enqutnao as grandes desgraças são sempre manchete e tema de abertura, para além de mencionadas com mais tempo de antena, como por exemplo as espectaculares chamas nos campos de petróleo ou os roubos aos pipelines da Nigéria, que fazem disparar o receio "já há tão pouco, e alí aquele todo a estragar-se", as imagens das filas para as bombas de gasolina e os "problemas do terrorismos", da "instablidade no médio oriente" com as alienantes imagens de carros bomba e manchas de sangue nas paredes de edifícios bombardeados, ou o "crescimento da China" e "as crescentes necessidades dos países em desenvolvimento", todos os temas que servem de justificação para o contínuo aumento nos preços ao consumidor.


Na economia um dos princípios básicos enuncia que o preço descerá à medida que um bem se torne cada vez mais abundante, no entanto, apesar da produção ter decrescido de forma significativa (mas breve, para ser retomada e ultrapassada em menos de um ano) em 1974 e 1985 (anos do embargo da opep e queda do Xá do Irão), esta produção tem vindo sempre a subir. A oferta do bem tem crescido sempre. E o seu preço também. O chamado "equilíbrio de mercado" nunca foi definido pelo ajuste da oferta, mas sim pela resignação da procura em pagar o que era exigido.

A indústria petrolífera é reconhecida como sendo uma das que gera mais incríveis dividendos. É igualmente reconhecida como uma das que taxa mais fortemente o ambiente, é reconhecida pela alteração dos terrenos onde se implanta, pelos poluentes produzidos normalmente durante a prospecção, transporte, transformação e utilização e ainda devido a quaisquer acidentes que possam decorrer numa desas fases. Apesar disso é uma indústria que não tem demonstrado qualquer tipo de preocupações na redução dos impactos que causa no planeta nem na recuperação dos locais onde faz as suas explorações, nem tão-pouco no desenvolviento das populações naturais dos locais de onde extrai as riquezas.

Os dividendos ficam sempre nas mãos de uma restritíssima elite, e os custos sociais e ambientais nas mãos de todos os outros. Muitas vezes surgem dúvidas fortíssimas se a própria indústria não fomenta a desestabilização e conflios locais em benefício próprio (uma sociedade desagregada, desinformada e focada apenas para acções de guerra civil e vingança política, étnica ou religiosa, terá menos preocupações em promover o pagamento devido pela exploração dos seus recursos naturais).

(continua) »

2 comentários:

Anónimo disse...

Parece que ainda não perceberam que esta festança ACABOU . Se não aprenderem nada com esta crise , o que vai ser preciso para mudar ? Uma guerra Mundial ?

Anónimo disse...

É a realidade, mas estamos sempre a eleger gente que fala da crise como se ela tivesse caído do céu e não como sendo fabricada por quem tem os cordelhinhos da economia na mão.
O dinheiro não desapareceu do globo. Os possuidores dele é que são cada vez em menor número.
São esses que os eleitos servem denodadamente para poderem comer umas "migalhas" do grande banquete, enquanto vão tratando de manter os povos sob controle.
Acho que a festança não acabou. Vai continuar. A conversa é que será outra.
Os explorados serão sempre os mesmos e os excluídos cada vez mais.