terça-feira, setembro 20, 2011

A ARROGÂNCIA HUMANA



Ambição, moral, arrogância, persistência. Um dia o actor Will Smith disse que se quisesse iria ser Presidente e que é tudo uma questão de acreditar: Obama conseguiu, Bush também. Alguns podem chamar a isto excesso de confiança mas, segundo os modelos teóricos de Dominic Johnson e James Fowler, a natureza convidou o Homem a sobreavaliar-se em relação às suas capacidades e a evolução foi dizendo que sim, pelo menos até hoje.


A investigação feita pelos autores da Universidade de Edimburgo e da Califórnia, publicada agora na revista Nature, partiu de observações que mostram que o excesso de confiança está espalhado amplamente pela humanidade. As pessoas têm uma opinião de si próprias e das suas capacidades acima do normal, o que significa que têm uma leitura errada da realidade.

No artigo, os cientistas utilizaram a teoria dos jogos para testar se seria possível a evolução escolher populações que tinham uma ideia desvirtuada das coisas. Para isso fizeram simulações.

A mais simples coloca dois indivíduos a competir por um recurso em que há um risco e um ganho associado à competição. Cada indivíduo tem uma ideia da sua capacidade e da capacidade do outro. Mas há uma incerteza nesta avaliação da qual o excesso de confiança se serve e que pode fazer com que o mais fraco mas mais confiante em si próprio ganhe o prémio sem sequer haver luta.

O estudo concluiu que “as populações tendem a ter excesso de confiança, desde que os benefícios dados pelos recursos que estão em competição sejam suficientemente grandes, em comparação com os custos”, diz o artigo. Por isso, “o modelo mostra que é plausível que o excesso de confiança possa evoluir numa grande variedade de ambientes, assim como em situações que vai dar mau resultado”, disse em comunicado Dominic Johnson.

Estes resultados são “surpreendentes”, avança o investigador Francisco Santos. O modelo mostra que “os indivíduos que têm excesso de confiança acabam por ter maiores ganhos que os outros e os seus comportamentos espalham-se pela população”. Isto faz com que a “incorrecção seja uma vantagem evolutiva”, disse ao PÚBLICO o especialista em sistemas complexos, que trabalha na Universidade Nova de Lisboa.

O artigo mostra ainda que em situações em que embarcar nos conflitos tem um custo elevado, a selecção “favorece os indivíduos que pensam que as capacidades deles estão abaixo da realidade”, sublinha o cientista português. Ou seja, um indivíduo que se avalia de uma forma realista "nunca é selcecionado".

Mas o excesso de confiança pode ter um preço. No artigo, os cientistas prevêem que esta característica, que terá sido útil até aqui, pode tornar-se “particularmente prevalente em domínios que têm um grande grau de incerteza inerente”. Exemplos: relações internacionais, gestão de conflitos, fenómenos imprevisíveis como as alterações climáticas, tecnologias novas, ou alianças com líderes desconhecidos.

No passado, esta característica terá sido culpada pela Primeira Guerra Mundial, a Guerra do Vietname, a guerra no Iraque, a crise financeira de 2008, e a má preparação para fenómenos climáticos como o furacão Katrina ou as alterações climáticas, adianta o artigo. “Parece que estamos a torna-nos hiper-confiantes precisamente nas situações que são mais perigosas”, concluem os autores.

Francisco Santos, que estuda de perto a relação entre a percepção dos efeitos das alterações climáticas pelas pessoas e a atitude perante este fenómeno, dá mais uma pista. “Já se conseguiu mostrar que a contenção dos efeitos está directamente relacionada com a percepção do risco que as pessoas têm. O excesso de confiança pode ser um dos factores que contribuem para esse efeito”, disse.

1 comentário:

Ângela Rosa disse...

ADMITAMOS QUE ESTA PROPOSTA REFLECTE UMA TRISTE REALIDADE...

UMA IDEIA A EXPLORAR?...

Colocar os nossos idosos nas cadeias, e os
delinquentes fechados nas casas dos velhos .

Desta maneira, os idosos teriam todos os dias acesso a um duche,
lazer, passeios.

Não teriam necessidade de fazer comida, fazer compras, lavar a loiça, arrumar a casa, lavar roupa etc.

Teriam medicamentos e assistência médica regular e gratuita.

Estariam permanentemente acompanhados.

Teriam refeições quentes, e a horas.

Não teriam que pagar renda pelo seu alojamento.

Teriam direito a vigilância permanente por vídeo, pelo que
receberiam assistência imediata em caso de acidente ou emergência, totalmente gratuita.

As suas camas seriam mudadas duas vezes por semana, e a roupa lavada e passada com regularidade.

Um guarda visitá-los-ia a cada 20 minutos e levar-lhes-ia o correio directamente em mão.

Teriam um local para receberem a família ou outras visitas.

Teriam acesso a uma biblioteca, sala de exercícios e terapia física /espiritual.

Seriam encorajados a arranjar terapias ocupacionais adequadas, com formador instalações e equipamento gratuitos.

Ser-lhes-ia fornecido gratuitamente roupa e produtos de higiene pessoal.

Teriam assistência jurídica gratuita.

Viveriam numa habitação privada e segura, com um pátio para convívio e exercícios.

Acesso a leitura, computador, televisão, rádio e chamadas telefónicas
na rede fixa.

Teriam um secretariado de apoio, e ainda Psicólogos, Assistentes
Sociais, Políticos, Televisões, Amnistia Internacional, etc.,
disponíveis para escutarem as suas queixas.

O secretariado e os guardas seriam obrigados a respeitar um rigoroso
código de conduta, sob pena de serem duramente penalizados.

Ser-lhes-iam reconhecidos todos os direitos humanos internacionalmente
convencionados e subscritos por Portugal.

Por outro lado,
nas casas dos idosos:

Os delinquentes viveriam com € 200 numa pequena habitação com obras
feitas há mais de 50 anos.

Teriam que confeccionar a sua comida e comê-la muitas vezes fria e fora de horas.

Teriam que tratar da sua roupa.

Viveriam sós e sem vigilância.

Esquecer-se-iam de comer e de tomar os medicamentos e não teriam
ninguém que os ajudasse.

De vez em quando seriam vigarizados, assaltados ou até violados.

Se morressem, poderiam ficar anos, até alguém os encontrar.

As instituições e os políticos não lhes ligariam qualquer importância.

Morreriam após anos à espera de uma consulta médica ou de uma operação cirúrgica.

Não teriam ninguém a quem se queixar.

Tomariam um banho de 15 em 15 dias, sujeitando-se a não haver água
quente ou a caírem na banheira velha,

Passariam frio no Inverno porque a pensão de € 200 não chegaria para o
aquecimento.

O entretenimento diário consistiria em ver telenovelas, a Fátima, o Goucha, a Júlia Pinheiro e afins na televisão.

Digam lá se desta forma não haveria mais justiça para todos, e os contribuintes agradeceriam?