quarta-feira, agosto 17, 2011

"TEMPOS LIVRES"



Excertos de um artigo de opinião de Pedro Lomba no Público de ontem, que subscrevo:


" Se bem se lembram, a decisão de extinguir o serviço militar obrigatório foi em muitos países europeus, incluindo Portugal, uma reivindicação da juventude que considerava a coisa uma pura perda de tempo, para além de uma agressão à sua consciência pacífica. Os politicos cederam, como cedem sempre, e tudo acabou bem.


Enquanto contemplado com essa supressão, não venho sugerir qualquer retorno ao antigo SMO. Vendo no entanto, os motins de Londres e o aparecimento nas últimas décadas  de uma subclasse de jovens adolescentes e pós-adolescentes  que cresceu em espaços urbanos isolados e balcanizados, sem referências ou respeito por qualquer ideia de comunidade (em Londres, Paris ou noutras capitais ) ; que apreendeu mal , se é que apreendeu de algum modo, os códigos de uma sociedade decente, penso que não seria útil introduzir programas compulsórios  de serviço comunitário para ocupar muita boa gente perdida.


O que trago hoje na ementa é isto : o serviço comunitário obrigatório . Qualquer individuo dos 16 anos aos 30 anos, do mesmo modo que usufrui de reduções no Inter-rail , deveria passar seis meses ou um ano cumprindo esse serviço comunitário, seja num hospital, num municipio, na politica ou na administração. Estão de acordo ? "



4 comentários:

manuel guerreiro disse...

sou de acordo em que se deve voltar ao tempo em que se ensinava o hino nacionalnas escolas, sou de acordo em que se deve aprender a viver em comunidade, respeitando do mais novo ao mais velho, hoje apenas tenho uma sociedade sem valores, tenho amis valores a partilhar mas não caberia aqui.

Anónimo disse...

Tenho 20 Anos e concordava.

Anónimo disse...

Cantar o hino numa escola ajudará sempre os alunos a identificarem-se com o país onde nasceram ou que os recebeu. São estes valores que se perderam e que o politicamente correto não quer admitir ser necessário instalar de novo.

oze disse...

O Serviço Militar Obrigatório trazia ainda outros benefícios que, se há vinte ou trinta anos não faziam reflectir, por se tomar como "normal" que estivessem em falta, hoje em dia deviam ser causa de maior reflexão. Um exemplo é o facto de ser durante o SMO que muitos rapazes aprendiam de facto a ler e a escrever, depois de uma infância e adolescência em que a oportunidade para tal foi roubada pelo trabalho precoce ou a vontade para aprender faltou, ou a capacidade ou empenho dos professores não foram suficientes para dar essa formação mínima. Era durante a tropa que muitos outros aprendiam a conduzir, e se muitas "cartas de condução" foram obtidas "à martelada", incontáveis outros condutores absorveram dessa instrução normas básicas de civilidade, conduta e segurança que nas nossas estradas nunca sobejam. Há ainda a questão da formação profissional; era na tropa que muitos homens aprendiam um ofício mais especializado, complexo e rentável que a prisão à enxada, à vara de porcos ou rebanho de ovelhas, ou se desprendiam da ideia de que não tinham outra opção que viver na marginalidade "por culpa da sociedade", e se integravam na vida civil como técnicos da indústria e serviços, em cargos operários e intermédios, com conhecimento real do trabalho e ofícios.
Face a isto,parece estranho, hoje em dia, pensar na causa que terá levado o País a prescindir de um Serviço que, para além de prestar tarefas gratuitas ao Estado (abertura e manutenção de estradas e caminhos, combate a fogos e desmatação, vigilância de fronteiras), fornecia ainda formação cívica e técnica gratuita a metade da população. Eventualmente interesserá a quem nos quer mais grunhificados, inqualificados, incultos e auto-insuficientes. Dá que pensar quem será que nos quer assim.