terça-feira, março 22, 2011

A ÁRVORE


Ontem comemorou-se mais um "dia da árvore" sou por norma algo avesso a estas comemorações porque é uma forma dos poderes e autarcas desta GRUNHOLÂNDIA a que chamamos ainda PAÍS , se descartarem do oposto que fazem nos restantes dias do ano, tal como assistimos nos dias de hoje no Seixal com a destruição de Rede Natura 2000 e zonas verdes protegidas no PDM devidamente sancionadas e desculpadas por quem de direito devia defender e aplicar a lei , ainda mais tratando-se do "Ano Internacional da Floresta" .

Mas gostaria de publicar pelo dia que ontem se comemorou o texto que a Professora Helena Freitas publicou na sua página do facebook. Pode ser que algum autarca ou governante ganhe um pingo de vergonha do que estão a fazer do país , texto intitula-se "As árvores da minha infância" para que as crianças do futuro tenham também direito ás árvores na sua infância :

« Cresci a reconhecer algumas das árvores que marcavam os locais mais fascinantes da minha infância: os grandes carvalhos e os pinheiros bravos em que me apoiava para descansar das subidas dos montes que rodeavam a casa dos meus avós minhotos, a enorme nogueira que ficava à frente do meu baloiço preferido, e os pinheiros mansos sobre as dunas em que toda a família fazia os inesquecíveis piqueniques de Verão.

E todas as árvores de fruto que visitava sazonalmente. As tangerineiras e as laranjeiras, as macieiras e as pereiras, os pessegueiros e as cerejeiras, as ameixoeiras – que justificavam belas tardes pendurada nos seus ramos, e a enorme figueira que fazia as delícias do meu avô. Havia ainda os castanheiros, cujo esplendor da frutificação marcava o fim das férias.

Estas foram as árvores da minha infância, que me habituei a ver e em cuja dádiva me habituei a confiar. Destes tempos, recordo ainda, com pena por não ter estado mais atenta a tais ensinamentos, os enxertos da minha avó. Fascinava-me o extremo cuidado – julgo que posso mesmo dizer carinho – com que procedia àqueles “cortes e ligaduras” e como depois vigiava em jeito maternal o desenlace da sua criação.

Anos mais tarde, já na Universidade e estudante de Biologia, ensinaram-me a identificar algumas árvores mas, desta vez, dando-lhes um nome diferente, um nome científico. Passei a chamar-lhes Quercus faginea, Quercus suber, Quercus pyrenaica, Pinus pinaster, Pinus pinea, etc. Aprendi sobretudo nas visitas de estudo que fiz acompanhada dos meus mestres: do Gerês à Serra da Arrábida. Comecei a estar atenta às diferenças, aos habitats das espécies, à sua distribuição associada a distintas paisagens.

Rapidamente percebi as ameaças à sobrevivência de algumas espécies e a necessidade de agir para conservar algumas delas. Foi também com assombro que estudei e compreendi a fisiologia destes extraordinários seres vivos.

Fascinou-me sempre pensar na capacidade que têm que ter para retirarem do substrato todos os recursos, em especial a água, e conseguirem transportá-la – sem quebrar o sistema de transporte – muitas vezes desde profundidades de 60, 70, 80, 100 metros, até alturas de igual dimensão! E é ali, onde germinam, crescem e se desenvolvem, que têm que buscar todos os recursos de que necessitam, suplantar todos as adversidades, cativar todos os agentes que as podem beneficiar, optimizar todas as suas funções, porque o espaço onde cresceram é o único que conhecem toda a vida.

Passou-se mais tarde a falar, com justificada insistência, da desflorestação e da grande perda que tal representa para a Humanidade. Reconhecendo-se o papel das árvores para o equilíbrio dos solos da floresta, para a sustentabilidade do ciclo hidrológico, e o seu desempenho como fonte de oxigénio e como sumidouro de carbono.

Hoje, apela-se à função da árvore para ganhar a causa da sua conservação mas é justo dizer que a árvore tem um estatuto especial no coração dos Homens. Percebemos o seu lugar na nossa História e a importância vital para o equilíbrio ecológico dos ecossistemas, mas também respeitamos a imponência, a excepcional capacidade de sobrevivência e a singularidade estética e funcional de um dos seres vivos mais notáveis do planeta.

[2007-03-21, escrito para o site Ambiente e Saúde] »

5 comentários:

Anónimo disse...

Ali para os lados da estrada de Coina, concelho de Sesimbra, paredes meias com Quinta do Conde, também se assiste à destruição maciça das árvores, assim como no Casal do Sapo (parque verde), zona curiosamente destruida pelo fogo no Verão de 2009. O que se passa com estes gestores de meia tigela? Será que não percebem que o ambiente é um potencial de diferenciação regional e possivel fonte de receita?? Cheira-me a industria do betão...

Maria Pinha disse...

Tive oportunidade de ler o texto de Helena Freitas no FB e apreciei bastante por isso gostei de o ver publicado aqui hoje! :) O problema (como diz o 1º comentador) é a industria do betão, juntamente com a "fauna" da Grunholândia (como refere o Ponto Verde), com umas doses de corrupção para que se juntem os ingredientes perfeitos para assistirmos a esta destruição estúpida e sem escrúpulos.
Cumprimentos

Anónimo disse...

LOL!

E continua a série de comédia aqui neste site. Adoro.te miúdo, continua a demagogia.

Eu vou.te só falar sobre uma coisa: Esse texto, é giro, mas escrito na primária nem lá tinha boa nota.

Desde pinheiros mansos em dunas até ir buscar água a 100 metros de profundidade, lol.

Cresce e aparece. Depois levas as pessoas a denominar os habitantes dos bairros de "fauna". Fauna é o lixo que escreves para aqui para a masturbação mental de 3 ou 4 patrões que esses sim, vêem.lhes os negócios a fugir a 7 pés. Devias ser empalado. Num pinheiro manso numa duna. Eu fazia lá um piquenique, ahah.

Maria Pinha disse...

O anormal do "post" anterior nem percebeu que o texto era da autoria da Helena Freitas (que ele nem deve fazer ideia quem é...). A "fauna" que me referi era os nossos autarcas e gajos como ele que infelizmente habitam este País. HASTA LA VISTA!!! GRUNHO! :))

Anónimo disse...

Coitadinha da passaroca, fica aflita quando se lhe fala em fauna!!
Ai riquinha, vê lá se o teu patrão te manda lá prá direcção da fantochada publico-privada do arco ribeirinho sul como ao leonardinho, que isto de taxos é com ele!!
ai rica, tanta azia, tanta azia!!