quarta-feira, março 23, 2011

A ÁRVORE 2


Parece que histórias de árvores são pouco populares entre certos comentadores deste blogue, talvez aqueles que ainda há uma geração dependiam dela e de outros vegetais e que hoje fazem figura (envergonhando e envergonhando-se das suas raízes) de BMW' e Prius pagos pelo erário público, tal como a respectiva conta de gasolina , salários de multiplos "chóferes" e respectivas mordomias e reformas de docências fantasiadas.

Segue assim e ainda no âmbito do "Dia da Árvore" excertos de um texto de Maria Amélia Martins-Louçã (Professora Catedrática da UL ) e publicada no Jornal Publico de segunda-feira, cito ; No Dia da Árvore plante...uma alfarrobeira! :

" Hoje é o Dia da àrvore. E , sendo este o Ano Internacional das Florestas, muitas iniciativas serão realizadas para o assinalar. Importa porém, perceber se no significado de floresta estão incluídas todas as árvores. Não ! Estão apenas as que nos fornecem produtos florestais: madeira, cortiça , resina.

O Mediterrâneo é a região de árvore e do arbusto, das matas, matos e matagais, dos pinhais, dos montados , de estrutura aberta e multifuncional. A palavra floresta só entra em Portugal por forte influência do Norte da Europa. O Mediterrâneo será uma das zonas mais afectadas pela mudança climática e pela diminuição consequente da biodiversidade. E esta alteração será tanto mais rápida quanto mais assentar numa lógica de alteração de práticas de exploração do uso do solo.

Árvores, ou plantas arbustivas mediterrânicas, como a alfarrobeira, o medronheiro, o carrasco, o zambujeiro, o lentisco, entre outros, não são incluídos na categoria de florestal . No entanto fazem parte da mata mediterrânica e dão suporte a ecossistemas de rara beleza e elevada diversidade, sendo resilientes ao stress de Verão, adaptadas ao fogo e capazes de minimizar ou retardar as alterações que se avizinham.

Neste ambiente politico e económico tão adverso, e cínico em relação à preservação dos valores ambientais, a perda de biodiversidade e a degradação do ambiente continuam a ser secundárias. É tempo de parar para pensar: as plantas, em particular as manchas arbóreas, sustentam o solo e estabilizam o ciclo hidrológico , garantem a sobrevivência humana pelos serviços que fornacem e pelo emprego que possibilitam. Há que diversificar as plantações, manter a heterogenidade da paisagem, introduzir novas espécies mediterrânicas, não apenas as florestais, incentivando economias rurais.

Porque não plantas alfarrobeiras? (...) Tem a vantagem de se distribuír por toda a bacia do Mediterrâneo, de se adaptar ao clima árido e semi-árido, a solos pobres, não exigir grande manutenção, e manter a produção para além dos 150 anos (...) oferece grande diversidade de produtos derivados economicamente rentáveis(...). Todo o fruto se aproveita, embora o seu alto valor económico esteja ainda ligado à semente de onde é extraída a goma (...).

Como árvore pode ser usada como ornamento em ecologia urbana, quebra ventos em zonas periféricas, na revegetação de áreas degradadas com a vantagem de ser excelente sumidoro de carbono. Mais recentemente , a produção de alfarroba promete seer uma alternativa "saudável" à produção de biocombustíveis a partir de cereais (...) .

Sinta-se desafiado(a) plante uma alfarrobeira.

4 comentários:

Maria Pinha disse...

BOA!!! ;)

Anónimo disse...

a àrvore do betão e da corrupção é a que melhor cresce no Seixal. É melhor que a árvore das patacas.

Anónimo disse...

Quem não tem raizes no concelho nunca poderá crescer ou florescer.

Anónimo disse...

Para esta gente que nos rodeia alfarroba é comida para burros e só lhes lembra a pobreza , por isso não sabem ver a riqueza desta árvore ou da floresta.