
«Uma centena de iniciativas em Portugal junta-se este domingo a uma mobilização cívica mundial em prol de soluções concretas para combater as alterações climáticas.
Ao todo, estão previstas cerca de sete mil acções em 188 países, no âmbito da campanha internacional 350.org. O objectivo é mobilizar o máximo número de pessoas, em acções simples, como andar de bicicleta, plantar uma árvore ou fazer um piquenique ecológico.

“Este  domingo, as pessoas que já estão a fazer pequenas coisas na sua  comunidade vão juntar-se e mostrar aos políticos as soluções que  encontraram”, explicou ao PÚBLICO Evandro Oliveira, assessor do 350.org  para a Europa.
Em Portugal estão marcadas mais de cem  iniciativas, de Faro a Braga, um número que surpreendeu o responsável.  “Para um país pequeno como Portugal, é um número importante”, afirma  Oliveira.
A associação ambientalista Quercus vai plantar 350  azinheiras numa antiga lixeira em Beja. Em Lisboa, a associação vai  desenhar o número 350 com bicicletas, junto ao Padrão dos  Descobrimentos. “A bicicleta é um dos principais símbolos da mobilidade  sustentável e um dos passos para um futuro com menos emissões  poluentes”, explica Sara Campos, responsável pela iniciativa na Quercus.  “Queremos passar a mensagem de que a sociedade civil reconhece o  problema das alterações climáticas”, acrescentou.
Segundo Evandro  Oliveira, mais de 90 por cento das iniciativas em Portugal e no mundo  serão da responsabilidade de cidadãos anónimos. “Este dia terá um  significado político, dado que será um sinal claro que a sociedade civil  está motivada, especialmente depois da desilusão que foi a cimeira de  Copenhaga”, comentou, referindo-se à última conferência climática das  Nações Unidas, em Dezembro passado na Dinamarca.
Sandra Costa não ficou “muito contente com o resultado de Copenhaga”
Sandra  Costa, de Famalicão, decidiu participar porque se diz “preocupada com o  Ambiente” e porque não ficou “muito contente com o resultado de  Copenhaga”, justificou ao PÚBLICO. Juntamente com mais 12 amigos –  vindos de Famalicão, Valongo, Trofa e Castelo da Maia -, Sandra  organizou desde o final de Agosto uma “caminhada pelo clima” e uma feira  de empresas ecológicas locais. “Foi mais fácil do que imaginava à  partida porque tivemos vários apoios, como o da autarquia, mas  principalmente por causa da vontade de ajudar”. No âmbito da caminhada  de cinco quilómetros serão distribuídas 450 t-shirts com frases  estampadas que dão conselhos ambientais. “Queime calorias e não  petróleo”, “Tome duches rápidos” e “Recicle” são algumas das frases  escolhidas para “ajudar as pessoas no seu dia-a-dia”, explicou.
Na  Figueira da Foz, um grupo de cidadãos vai realizar uma acção de limpeza  no jardim das Abadias e em Angra do Heroísmo será organizado um jantar  com uma baixa pegada ecológica. E o grupo Glocal Faro convida os  cidadãos a ajudarem a criar uma horta urbana.
A nível mundial, a  convocatória para o evento 10:10:10 (10 de Outubro de 2010) é para uma  “festa mundial de trabalho” ou para “um dia mundial de fazer algo”. A  iniciativa cruza-se com a campanha 10:10, que decorre em vários países,  incluindo Portugal, e que convida os cidadãos a reduzirem dez por cento  das emissões de CO2 associadas ao seu comportamento.
Há várias  acções planeadas no âmbito da campanha 10:10, a nível internacional. Dez  mil escolas vão plantar árvores em 24 países europeus. No Japão,  conhecidos lutadores de sumo irão de bicicleta para os treinos. Um  hospital no Reino Unido vai servir refeições com baixa pegada carbónica  aos pacientes. No Bangladesh, o primeiro-ministro fará um discurso a  convocar mais adeptos para a campanha.
Mas não há nada  especificamente planeado pela organização do 10:10 em Portugal, segundo  um dos seus coordenadores, João Barreto. A campanha congratula-se,  porém, com avanços importantes, como a decisão do Sporting em assumir o  compromisso dos dez por cento e o facto de se ter chegado ao simbólico  número de 1010 aderentes. “Esperamos que domingo seja um dia recorde em  novas inscrições”, afirma João Barreto.
A campanha 350.org foi  lançada em 2007 pelo ambientalista e escritor norte-americano Bill  McKibben. O seu objectivo é reduzir a concentração de CO2 na atmosfera  para 350 partes por milhão, limite que alguns cientistas consideram  necessário para conter o aumento da temperatura média global abaixo dos  2ºC até ao final do século. Hoje, a concentração de CO2 está em próxima  das 390 partes por milhão.
Cinco conselhos:
João  Barreto, da campanha 10:10 em Portugal, sugere cinco acções fáceis para  quem quiser juntar-se à mobilização mundial no domingo:
1. Preparar um almoço sustentável, com menos carne, mais produtos locais, sem muitas embalagens
2. Fazer um passeio a pé ou de bicicleta, deixando o carro em casa
3. Tirar meia-hora para fazer, com toda a família, uma auditoria à casa, de modo a identificar desperdícios de energia
4. Aderir formalmente ao evento, através do site www.350.org
5. Ponderar o desafio de reduzir em dez por cento, num ano, as emissões de CO2 relativas ao comportamento individual» (Ricardo Garcia Publico)
 
 
5 comentários:
Estas iniciativas são de extrema importância e o blog a sul como sempre presta um serviço ao divulgá-las.
Obrigado ao a sul.
Que pena que os autarcas do seixal não tenham preocupações ambientais. acabam de inaugurar um edifício para os serviços da camara e não instalaram painéis solares para procução de energia. É lamentável que a camara pague caro de má qualidade e não tenha exigências.
No Seixal ? O grafitti poxa é que tá a dar isso é kinstrói.
As ruas imundas, a baía ainda mais, gente da jamaica há espera de casa, indemnizações por pagar, deliquencia galopante e para onde vai o dinheiro? Pão e circo! Mordomias, festarolas, patuscadas...
Almada já foi referida nos telejornais por ser esbanjadora mas deviam escrutinar bem o Seixal porque haviam de achar muito lodo nesta autarquia!
Até o Centro de Estágios do Benfica tem Painéis Solares porque a conta do gás era exorbitante com tantos banhos, na Câmara até podiam vender à EDP. Se fizessem alguma coisa, claro. Falta vontade, falta verdade!
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