quarta-feira, janeiro 27, 2010

ECOSSISTEMAS PORTUGUESES 3



« Os níveis de produção de água dos ecossistemas portugueses satisfazem as necessidades de consumo existentes. Menos de 10% do valor da precipitação anual é utilizada.

Há no entanto uma grande variabilidade espacial e temporal na disponibilidade dos recursos hídricos, com a maior parte da precipitação a ocorrer no Norte do país de Outubro a Março. Em 2000 o valor de mercado do abastecimento de água era de cerca de 2 mil milhões €/ano, equivalente a cerca de 2% da economia portuguesa. Cerca de 3/4 do consumo de água é destinado ao sector agrícola e mais de metade do consumo provém de aquíferos subterrâneos. Alguns aquíferos estão sobreexplorados o que leva à diminuição do nível piezométrico e a situações de intrusão salina nas zonas costeiras.

A produção nacional de alimento é deficitária em 30% em relação ao consumo. Alguns dos produtos de que somos importadores líquidos incluem pescado, soja, milho, trigo e a carne.

A produção por unidade de área aumentou nos últimos 20 anos, devido ao abandono de áreas marginais e à intensificação da produção. Houve também uma substituição de culturas anuais por pastagens permanentes. Os sectores agrícola e das pescas representam actualmente cerca de 3% e 0,3% da economia portuguesa, respectivamente (a indústria alimentar representa adicionalmente cerca de 2%).

Uma grande parte dos stocks em Portugal estão em situação de sobrepesca e a quantidade pescada tem diminuído nos últimos 25 anos. O futuro deste serviço passa, entre outras medidas, pela certificação e valorização dos produtos agrícolas e pela adopção de técnicas e quotas de pesca mais sustentáveis.»

Na imagem uma piscicultura em Corroios-Seixal , construída junto a uma ETAR e em zona de sapal protegido.

3 comentários:

Anónimo disse...

vamos esclarecer uma coisa. se a ETAR estiver a funcionar como deve ser não há problema nenhum em estar ao pé da piscicultura.

e esses tanques para criação de peixe têm de obedecer a regras para que não haja passagem de carga organica elevada para o sapal.


O problema não é estar nesse esquema mas sim se as regras são cumpridas.

Claro que não quereria comer peixe daí porque esse sitio está poluido por causa das industrias que houve.

Anónimo disse...

Caro anónimo das 1/27/2010 12:01:00 PM

A água que sair do efluente duma ETAR não pode ser consumida por nós, é um facto... quer dizer que o tratamento mecânico, químico e biológico aplicado foi só para que não haja impacto negativo no meio envolvente onde é enviado o efluente ou seja flora e fauna que não entre na nossa cadeia alimentar… Ai estaremos de acordo. Parece-me que essa ETAR funcionou sempre mal, maus cheiros na zona, etc... ou seja já na zona da piscicultura existia um passivo ambiental devido aos efluentes da ETAR...

Ora a ETAR mesmo a funcionar bem essa água não é potável, ou seja não pode entrar na nossa cadeia alimentar, devido a certos compostos químicos e orgânicos que contêm e não foram removidos nos tratamentos… se construímos uma piscicultura ao lado da saída duma ETAR, isso estamos a fazer com que esses compostos entrem na nossa alimentação…

E pelo o que sei, não é só fezes e urina, detergentes corporais, loiça e roupa que vão para as ETARs..., são os óleos das oficinas dos automóveis que não cumprem com as regras ambientais, são as tintas de lavar pincéis, são os comprimidos e antibióticos que as pessoas têm em casa fora de validade que vão pela sanita abaixo, insecticidas e herbicidas, etc… bem estão a imaginar a mistura de compostos químicos perigosos e a quantidade de bactérias, fungos e vírus que contêm que não são tratadas na ETAR, visto que a água não vai ser consumida...

O anónimo mostra preocupação na descarga de orgânica e eu pergunto, porque é uma dúvida que tenho (e que alguém me esclareça, se souber…), essa piscicultura enche esses tanques como? É à mangueirada com água potável da rede pública? Tem um furo onde vai buscar a água dum lençol freático com o TNT e os compostos despejados no poço do Talaminho? Ou são abertas as comportas dos tanques para enchimento aproveitado a maré e todos os compostos químicos e biológicos dos efluentes da ETAR, mais os metais pesados acumulados nestes anos todos no Sapal?

Como deve imaginar para além disso, há mortalidade nos peixes que são criados… e esses tanques não são como os aquários lá de casa, não se muda a água à toa… ou seja peixes vivos estão em contacto com peixes mortos… ou seja deteorização de água devido a pouco oxigénio dissolvido e aumento de libertação de metano devido à decomposição dos peixes mortos…

Depois disto tudo, juntamos as hormonas de crescimento e umas batatinhas cozidas com um fiozinho de azeite…

Meus caros, a CMSeixal deseja-lhe um Bom Apetite…

Eu gostava de saber o que aconteceu na piscicultura durante estas chuvadas todas… Foram feitas descargas dos tanques para o Sapal? Como foram elas feitas? Que cuidados foram tomados?

Anónimo disse...

ola outra vez. respondendo ao anónimo das 12:01:00 PM

Uma ETAR funcionando como deve ser (não sei dessa especificamente), trata óleos.


Bem mas realmente, devido aos riscos todos, esse peixe não presta. aliás, aquacultura não presta.

A piscicultura em regime semi intensivo (acho que deve ser como essa) enche os tanques com a água do estuario e depende da preia e baixa mar.

Se a empresa deixar peixes morrerem devido à falta de oxigenio então não sei o que anda a fazer porque são prejuizos certos e falencia (os peixes mortos têm de ser retirados e existe arejamento forçado).