terça-feira, janeiro 26, 2010

ECOSSISTEMAS PORTUGUESES 2



« Nos últimos 50 anos assistimos a alterações significativas nos ecossistemas portugueses impulsionadas por profundas modificações socioeconómicas.

A economia aumentou mais de seis vezes, o número de agricultores diminuiu mais de 60% e a área agrícola reduziu-se em 40%. Ocorreu a intensificação agrícola e a florestação com monocultura de eucalipto, com impactes negativos na biodiversidade e nos serviços de regulação dos ecossistemas.

Os nossos rios sofreram modificações dramáticas com a construção de barragens e com o aumento da poluição proveniente da agricultura e da indústria. O problema das espécies exóticas invasoras agravou-se nas ilhas e aumentou a pressão sobre os ecossistemas costeiros. Em muitos ecossistemas manteve-se ou agravou-se o nível de sobre-caça e sobre-pesca.»

Actualmente 30% das espécies de vertebrados terrestres e 70% das espécies de peixes dulciaquícolas e migradores autóctones encontram-se ameaçadas. As florestas naturais no Norte do país têm uma distribuição escassa, embora no Sul o montado de sobro e azinho, um sistema agro-florestal semelhante à floresta natural desta região, esteja relativamente em bom estado. O sistema nacional de áreas protegidas e a Rede Natura 2000 cobrem algumas das áreas mais importantes para a biodiversidade.

Outras opções de resposta para proteger a biodiversidade incluem a condução da regeneração da floresta em áreas agrícolas abandonadas, a conversão parcial das florestas monoespecíficas em florestas biodiversas, a utilização de práticas agrícolas que promovam a biodiversidade, o controlo das espécies invasoras, a protecção da integridade dos sistemas de água doce em bom estado, o controlo das fontes de poluição aquática e a expansão do sistema de áreas protegidas marinhas.

Nota - na imagem Alto do Moinho - Seixal, terreno agricola e sobreiros substituída por construção.
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ULTIMA HORA

Mega operação do ministério do ambiente à gestão de resíduos. Queixa crime contra três empresas.


5 comentários:

João Freire disse...

A questão das espécies invasoras é outra que não se tem abordado muito (na margem sul, no meio de tantos perigos ao ambiente, há que dizer, de facto, que não é prioritário), mas já seria tempo de o ICN estudar formas, nomeadamente, de substituir progressivamente o matagal de acácias que cobre grande parte do sistema dunar secundário da frente marítima da Costa da Caparica por espécies autóctones que consigam também consolidar as dunas. E quem diz as acácias (o caso mais evidente de invasão), diz o chorão das praias e outras espécies colonizadoras que ameaçam a biodiversidade e que é proibido plantar hoje em dia, muito embora essa regra seja muito ignorada.

Anónimo disse...

E como será o estado do peixe produzido numa piscicultura que destruiu o Sapal de Corroios, único ecossitema natural preservado até esse momento no Seixal?

Ingredientes desse peixe:
- Metais Pesados
- Efluentes duma ETAR a uma dúzia de metros dos tanques de engorda dos peixes
- Hormonas de Crescimento

Não examinem esse peixe não...

As ameijoas é mercado negro... este peixe é em mercado e em restaurantes bem perto de si... tudo com aval, para variar da CMSeixal... Que mais uma vez está preocupada com os seus municipes... ah já sei depois manda-os fazer jogging para a baia para se manterem saudáveis...

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1478017&seccao=Sul

Autoridades estão atentas, mas amêijoa contaminada com metais pesados e esgotos é comercializada.

Amêijoa contaminada pelas descargas de metais pesados e esgotos está a ser apanhada em alguns locais do rio Tejo e vendida directamente aos consumidores através de circuitos clandestinos. Entre os exemplares de bivalves capturados nas zonas poluídas dos concelhos do Barreiro, ALMADA, SEIXAL, Montijo e Alcochete encontra-se a amêijoa japónica. Uma espécie exótica (de venda proibida), oriunda de Itália, que recentemente foi implantada no rio por desconhecidos, existindo hoje com grande abundância, mas nas zonas dos esgotos, onde até a apanha da lambujinha para consumo está interdita.

A denúncia da existência deste novo "mercado negro" é feita ao DN por Joaquim Piló, do Sindicato Livre dos Pescadores (SLP), e confirmada pelo próprio Ministério da Agricultura e das Pescas, que adjectiva esta actividade ilegal de "muito grave e complexa de resolver" pelas autoridades. Ao ponto de constituir "prioridade de fiscalização" para a Direcção-Geral de Pesca e Aquicultura, que, segundo os mais recentes dados disponíveis, relativos a 2008, tem a decorrer 28 processos de contra-ordenação por venda ilegal de bivalves.

Fonte do gabinete do ministro António Serrano alerta que pelo facto de o estuário do Tejo estar classificado como "Zona C", todos os bivalves capturados têm de seguir para depuração antes de serem colocados à venda. Mas a tutela sabe que não é isso que acontece entre os mais de 50 pesca- dores que diariamente capturam moluscos nas zonas de risco, segundo a estimativa do sindicato.

"No rio, a fiscalização é feita pela Polícia Marítima e GNR, mas a partir do momento em que a amêijoa sai do barco, essa fiscalização passa a ser competência da ASAE", sublinha a mesma fonte. A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica garante estar atenta ao fenómeno, tendo realizado já várias operações direccionadas à comercialização ilegal da amêijoa, entre lotas, restaurantes, mas também nas bermas das estradas ou nos passeios ribeirinhos onde habitualmente se faz venda directa ao público. Também nas páginas da Internet não faltam contactos de vendedores, inclusivamente, de amêijoa japónica, com preços que variam entre os seis e o oito euros, apesar de a amêijoa sair da lota a quatro euros.

O delegado de Saúde do Barreiro, Mário Durval, alerta para um pormenor na lei que está a ser aproveitado pelos infractores. "Todos vemos centenas de pessoas a apanhar amêijoa nestas zonas, mas elas dizem que não é para vender, que é apenas isco para pesca. Como só está proibida a comercialização, não há nada a fazer", diz o médico.

Mário Durval, que já fez várias queixas às autoridades, revela que estes moluscos só poderiam chegar ao consumidor depois de serem sujeitos a tratamento térmico, através de um processo que ainda não chegou a Portugal, admitindo o delegado de saúde que os níveis de metais pesados no Tejo estarão com valores mais baixos relativamente há uns anos atrás, depois de a CUF e a Lisnave terem interrompido a laboração. "Os metais são um problema mais grave do que os esgotos, mas as marés têm vindo a resolver esse problema", assegura Durval.

Anónimo disse...

A falta de biodiversidade politica na Margem Sul é outro problema. Insatalou-se desde 1974 uma espécie invasora que tem secado tudo à sua volta. O Ministério do Ambiente deviaa estar atento a esta situação.

João Freire disse...

Anónimo das 1/26/2010 12:51:00 PM, tu estás lá! Sim, essa espécie invasora é lixada, e tem provocado danos assinaláveis aos eco-sistemas da margem sul, é uma verdade.

Mas há outras, que vale a pena conhecer e mobilizar as pessoas. Vejam, a propósito, este excelente site dum grupo de investigação da Universidade de Coimbra - http://www1.ci.uc.pt/invasoras/

Anónimo disse...

quem come conchas nos restaurantes da trafaria, arrisca-se a estar a comer merda. atenção