sábado, março 28, 2009

SUSTENTABILIDADE


O Economista João César das Neves publicou no Diário de Noticias de 23 de Março o texto intitulado desenvolvimento Insustentável, que sendo da autoria de um cerebral economista e não de um radical ecologista , gostava de citar alguns excertos (aqui o artigo na íntegra) .

« O conceito de desenvolvimento sustentado é uma das bases intelectuais da actual intervenção social. Nascido nos meios ecológicos, partiu da certeza de que um dos fundamentos da protecção ao ambiente vem da inclusão dos interesses das gerações futuras nas nossas decisões. Depois integraram-se outras dimensões, passando a falar-se de sustentabilidade humana, económica, energética, alimentar, cultural, ética e, na crise actual, até financeira.

Todas estas considerações, interessante e decisivas, centram-se apenas num dos dois lados do processo dinâmico. O tempo não tem só futuro. Também tem passado. Um desenvolvimento será sólido e equilibrado se tiver em conta não apenas as próximas gerações mas também as anteriores. A natureza ensina-nos que a sustentabilidade de uma árvore está nas suas raízes e que um rio só mantém uma torrente sustentável na sua ligação à nascente. Infelizmente, na ânsia do progresso, este é precisamente o aspecto mais esquecido, mesmo pelos fervorosos defensores da sustentabilidade. A história está cheia de exemplos de desastres daqui resultantes. (...)

Os avanços técnicos dos últimos 200 anos deram ao ser humano enorme poder sobre a natureza, eliminando velhos flagelos que o assolavam desde as cavernas, do fumo das lareiras à tuberculose, passando pela escravatura, ignorância e isolamento. Mas, embriagado pelas notáveis capacidades, o homem ameaça o equilíbrio da natureza física e humana. Consciente de poder comprometer o futuro, a humanidade assumiu preocupações de sustentabilidade. Mas os perigos globais vêm de muitos lados, não apenas dos aspectos agora consensuais. Aliás os piores riscos estão não no clima ou ambiente que todos reconhecem mas nos temas que o nosso tempo descura ou discute. Quem esquece a História condena-se a repeti-la.»

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