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PORTUGAL É O PAÍS DA EUROPA ONDE MAIS SE CONSTROI (foto Centro de Estágio do Benfica no Seixal, 24 hectares de urbanização a reboque)
- Mas este não é um indicador de vitalidade da economia ou de desenvolvimento social, é sim o maior exemplo de terceiro mundismo e da pertença sim, mas à cauda da Europa.
Somos um país considerado de escassos recursos naturais, temos claro o Mar, mas perdemos a vocação maritima, apesar das ligações com os PALOP, o Brasil...não temos frota mercante que acentue essa ligação Maritima e comercial, a nossa frota de pesca vai desaparecendo e o Mar Salgado pouco mais é que "lágrimas de Portugal"...
Em Terra, não há Petróleo, nem metais preciosos ou seja por aqui não vamos "lá"...o que nos resta? Temos a Industria, mas numa industria baseada na produção de bens de escasso valor acrescentado, na generalidade dos casos, temos sempre presente o fantasma da Globalização e com ele a deslocalização de empresas, o que não é estranho a Portugal ou à Margem Sul ,temos a AutoEuropa, mas até quando? (Veja-se a Opel da Azambuja...)
Num ano como este em que também não chove e a agricultura está à mingua ? (Apesar de 90% dos produtos agricolas que consumi-mos serem por nós produzidos), Tinha-mos há até uma ou duas décadas atrás algo priviligiado que outros não tinham, o clima, a diversidade de paisagem (natural e construida), a historia, as gentes acolhedoras e hospitaleiras... um "Pacote" de bens renováveis não deslocáveis e ecologicamente sustentado que permitia "vender" o país indefinidamente do ponto de vista turistico por um lado e por outro como exemplo priviligiado de desenvolvimento tecnológico pelo aproveitamento do clima e geografia em termos de energias renováveis... Mas não é para aqui que temos avançado.
Já nem " O Turismo dos três ésses " ( Sun,Sand and S..x) convence de tão adulterado que está o espaço natural,pois que, Sun (Sol) e Sand (Areia) há por aí oferta aos pontapés, e ao preço não da chuva mas do Real a um terço do Euro outro lado do Atlântico durante todo o ano. É claro que o xico espertismo nacional tem-se encarregue de importar o outro "S..." mas aqui entramos noutros fenómenos como o tráfico ... e economia paralela que embora representando mais de 25% do PIB não contribui para o nosso desenvolvimento.
Ou seja, o Turismo de massas no qual mergulhámos nas ultimas três décadas pouco ou nada nos trouxe de continuado e de sustentável (Veja-se o Algarve), não porque o clima tivesse substancialmente mudado, mas porque nos ultimos trinta anos o "poder - local", e a Construção (A MAIOR DA EUROPA) conseguiram dar cabo do que herdámos de património natural desde que a Terra existe bem como aquilo que os nossos antepassados construiram e que era unico e de valor superior a qualquer bem esgotável... venderam-nos essa politica como DESENVOLVIMENTO, mas onde estamos é na cauda da Europa, não a dos 15, mas a dos 25, pois quem hoje pensa em turismo cultural na Europa pensa hoje na abertura a Leste e nos novos estados com a sua arquitectura e paisagem preservadas, e não nos "prédios de PatoBravo" de Norte a Sul de Portugal. (Apesar dos anuncios do Euro 2004 - pura publicidade enganosa para muitos estrangeiros que nos visitam)
O País dos brandos costumes onde nada de perigoso acontece, já não vende! (julgam-se casos de pedofilia, de maus tratos de menores,publicam-se artigos das "mães de Bragança" e da baixa autoestima e depressão nacional e vê-se o povo assustado com a morte de policias , tráfico de armas e droga... e tudo isto se vê "lá fora" em directo na RTP-i ou na "net".
Mas para quem cá vai reinando, tudo vai na maior, os politicos de provas de incompetência dadas na governação do bem publico (vamos em XVII governos desde o 25 de Abril) estão bem empregados nos conselhos de gerência das maiores empresas publicas, compreende-se pois os governos passam que nem ave migratória.Em politica e de pedra e cal só os nossos autarcas, intocáveis nas suas torres de marfim , equilibrados e mantidos pelas suas teias de interesses, eles seguem o seu rumo com destino às mais douradas reformas (cada ano de desempenho autarquico - vale dois prá reforma, apesar da " esperança de vida elevada" que estas funções permitem) e até porque curiosamente e todos eles nos parecem bem de vida, e tanto melhor quanto mais permitiram construir nos seus concelhos ou quantas mais rotundas e semáforos conseguiram para as suas freguesias.
A fotografia acima parece confirmar o que atráz foi dito, trata-se do célebre Centro de Estágio do Benfica no Seixal (onde entra em campo outro personagem do "desenvolvido" Portugal do presente- o Empresário Desportivo), o Seixal de zona geográfica de eleição, de rico património natural e construido, tornou-se no pior do que os suburbios oferecem, zonas verdes morrem a um ritmo nunca visto, a população cresce e densifica-se (perigosamente) sem qualidade social ou de ordenamento territorial, multiplicam-se os esquemas para construir mais e mais, tudo vale, aqui o Centro de estágio trouxe já visiveis arruamentos e urbanizações onde se esperavam estar instalações desportivas que beneficiassem não só o Benfica mas também o Seixal, mas cá estaremos para ver... os autarcas esses estão bem...
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