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População do Seixal defende o ambiente e tem-se manifestado contra a politica de segregação dos mais desfavorecidos para as periferias criando novas marginalidades, a autarquia tem professado a ideia de que não é possivel a integração, atribuindo habitação dentro da malha urbana e disseminada (evitando o estigma do bairro social) mas, valorizando a criação de novos erros com a criação de guetos na periferia, até em terrenos de aptidão agricola e florestal e inclusivamente protegidos em sede de PDM, onde "não é possivel haver habitação" longe de TUDO! É o caso da Flor da Mata (onde a população foi a tempo de impedir este erro) e é o caso da Cucena onde apesar dos alertas o erro foi cometido.
Veja-se agora a opinião publicada esta semana sobre o tema: José Manuel Fernandes (PUBLICO) " Na Amadora -Casal de Sta Filomena -...Só há três horas minimamente seguras por dia:entre as sete e as dez da manhã.Desde as sete porque há luz,antes das dez porque a partir de então os jovens do bairro começam a acordar e a sair para as ruas e becos.Quando ainda são miudos assaltam para roubar um telemovel ou umas sapatilhas.
Quando chegam aos 18 anos entram no tráfico de droga e,dizem, tornam-se mais "discretos".Aos 20 podem já fazer parte de um dos grupos violentos que utilizam verdadeiros arsenais de armas proibidas...começa a existir um problema real com as segundas gerações da imigração que veio das antigas colonias.
Os pais quando deixaram as suas terras vinham determinados a trabalhar, a poupar e arrecadar.Ainda hoje se levantam cedo para rumar aos seus empregos tantas vezes duros e mal pagos-quase sempre duros e mal pagos.Só que eles têm a recordação do que deixaram para trás, e tal como os nossos emigrantes em França dos anos 60, os dos bidonvilles,esgalgaram-se a trabalhar até para poderem ajudar quem ficou longe.
Os filhos já não têm essas referências.Aquilo que vêm para onde quer que olhem é uma sociedade de consumo onde circulam bens a que nunca terão acesso se seguirem as pisadas dos pais...Muitos senão a maioria deixa cedo a escola,em que não viam utilidade e onde tinham dificuldade em evoluir, para entrar na vadiagem juvenil...
A França conheceu e conhece problemas muito semelhantes com os seus magrebinos.Mesmo quando estes vivem em solidos blocos de apartamentos...Claro que estes destinos não são uma fatalidade, claro que há também as boas historias de integração...Claro que há muito que fazer para tentar evitar a concentração destas comunidades em guetos onde não se entra e de que nem se querem ouvir as histórias.Mas não nos iludamos , o que se passou nas ultimas semanas na Amadora é apenas o sintoma de um problema maior que ainda não chegou - o problema que pode chegar quando, por exemplo, a natural reconversão do nosso modelo de desenvolvimento deixar de criar tantos empregos "nas obras" e ,naqueles bairros,aos filhos ociosos se juntarem cada vez mais pais desempregados"
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