terça-feira, janeiro 24, 2012

UM BOM EXEMPLO




A Associação de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (APPACDM) de Santarém decidiu abrir portas à comunidade, convidando desempregados e idosos a criarem hortas nos socalcos da quinta onde tem as suas instalações, no Vale de Santarém.

O projecto “Uma Quinta para Todos”, financiado pela EDP, prevê a instalação de “hortas participadas” nos socalcos até aqui desaproveitados da quinta de Nossa Senhora do Rosário, uma propriedade com cerca de 7500 metros quadrados, onde não falta água.

Os dez socalcos estão a ser divididos em talhões de diversos tamanhos, onde desempregados e reformados da região vão poder fazer as suas hortas, sozinhos ou em grupo, depois de uma formação assegurada pela Fundação EDP.

“O projecto tem duas vertentes, uma que vai reabilitar a estufa que tinha sido destruída por uma intempérie e um telheiro de vidro para os nossos jovens envasarem flores, e outra que visa abrir a instituição à comunidade e rentabilizar os socalcos”, disse à Lusa Filipa Camacho, a socióloga que dirige o Gabinete de Projectos da APPACDM de Santarém.

“Queremos ver a comunidade do Vale de Santarém a entrar pela instituição e a conviver connosco”, afirmou.

Na fundamentação do projecto que candidatou ao apoio da Fundação EDP, a APPACDM refere “a importância de crianças e jovens ‘voltarem à terra’, fomentando o respeito pela natureza”, e a necessidade de “minimizar estigmas, incluindo nos diversos grupos exteriores ao colégio clientes da APPACDM, com vista ao desenvolvimento de actividades conjuntas em meio agrícola”.

Aponta ainda o facto de num raio de seis quilómetros da instituição haver uma “população envelhecida e desocupada”, com o fenómeno do desemprego (com uma taxa acima da média nacional) a afectar uma faixa dos 45 aos 54 anos.

As hortas que têm estado a ser preparadas nos socalcos da quinta vão desde os 50 aos 500 metros quadrados, com preços “simbólicos”, que vão dos 5 aos 20 euros, uma pequena ajuda compensada pelo que vão retirar da terra e por todo o suporte que lhes é dado, desde a formação à água para rega, a locais de apoio e guarda de material.

“É uma mais-valia em termos económicos e de ocupação de tempo”, disse Ângela Alberto, a engenheira agrónoma que acompanha os trabalhos agrícolas na quinta.


A recuperação da estufa vai permitir que a instituição, que serve 90 000 refeições por mês, aumente a produção própria de hortícolas, frisou Luís Amaral, presidente da APPACDM de Santarém

2 comentários:

Maria Pinha disse...

Boa iniciativa!!! :)

Anónimo disse...

Em Lisboa está a ser implementado um conceito muito interessante e que é o seguinte. Fizeram um jardim que engloba, além da tradicional relva e árvores, também pequenas hortas. Para tal essas hortas foram vedadas com rede e a câmara construiu pequenas casas para arrumos de material. O interessante, é que tudo se enquadra bem e fica muito engraçado com claros benefícios para toda a sociedade. Fica por detrás da policia municipal.