sábado, dezembro 18, 2010

IMOBILIÁRIO FANTASMA


Por cá há anos que no a-sul alertamos para este descaminho !

Por cá também há destes fiascos ( Quinta da Trindade , Quinta do Outeiro ... e estes são para pseudo "ricos" ...depois todas a inenarráveis urbanizações que surgiram como cogumelos nos últimos quinze anos...) , por cá também houve práticas idênticas e semelhante ganância de bancos na mira do lucro, de autarcas no rumo da reeleição e do financiamento do partido , da natureza arrasada , das próximas gerações empenhadas.

Foram TODOS cúmplices , politicos, banqueiros, promotores, construtores ... juizes... etc...etc...etc...

Já vi o meu desejo de vos ver no banco dos réus mais longe ... muito menos longe que a Espanha, a Irlanda, a Grécia...a Itália

1 comentário:

Anónimo disse...

De parte de um artigo de Pedro Bingre
...Durante o ameno Verão de 2007 rebentou a gigantesca bolha imobiliária que, dizia-se, vinha crescendo nos países anglo-saxónicos desde 2001. Todos nos recordamos como num dia daquele Agosto os índices da bolsa de Nova Iorque caíram em picado, devido ao pânico dos investidores frente à combinação infeliz de uma crescente morosidade hipotecária, um mercado imobiliário sobrevalorizado, e enormes excedentes de oferta de habitações novas. Faliram primeiro as imobiliárias, logo em seguida as grandes seguradoras financeiras que garantiam os empréstimos às primeiras, um pouco depois vários bancos credores de imobiliárias e seguradoras, e por fim deu-se o colapso dos sectores que dependem do crédito, a começar pela indústria automóvel. A economia norte-americana contraiu-se a taxas só comparáveis às da Grande Depressão dos anos 1930 — e o mundo foi arrastado no torvelinho desta desgraça.

Contemplando a crise mundial, os governantes portugueses apressaram-se a dizer que se tratava de um problema “exógeno”, que Portugal “não estava exposto às hipotecas subprime” americanas nem tinha sofrido de “especulação imobiliária”. A nossa crise, disseram, tinha causas distintas e só se agravou por força desta crise alheia.
Sucede que, na verdade, Portugal sofreu uma bolha imobiliária mais grave que os Estados Unidos: enquanto a americana começou a crescer em 2001, a portuguesa vinha inchando-se desde 1986. As diferenças quantitativas estão à vista: naquele país existem cerca de 60 casas vazias ou “secundárias” por cada 1000 habitantes; no nosso, esse número ultrapassa as 140; a habitação média estado-unidense custa cerca de 2,5 orçamentos anuais brutos da família, ao passo que a sua equivalente portuguesa custa 9,5 vezes o respectivo orçamento. Acresce ainda o facto de a maioria das hipotecas contraídas em Portugal serem exemplos acabados de subprime: as suas prestações consomem mais de 40% do orçamento mensal da família, cobrem mais de 80% do valor do imóvel, são amortizadas a três ou mais décadas, e estão indexadas a taxas de juro variável. Por fim, o preço absoluto dos fogos residenciais portugueses raia o incongruente: em Lisboa ultrapassa os 2500 €/m2, quando em Berlim ronda os 1500 €/m2. A rematar o panorama imobiliário português encontram-se os assombrosos números de construções erguidas desde 1986: mais de 50% do parque residencial hoje existente tem menos de duas décadas, e presume-se que entre este se encontre mais de um milhão de fogos desabitados.