"População da Flor da Mata receia construção de um gueto" ;Assim noticiava o Publico a 10 de Junho de 2001 em artigo de Miguel Moiteiro Marques. Já então "A autarquia é acusada de violar a lei para "criar guetos no meio do mato" e dar cobertura à especulação imobiliária" a noticia era baseada na informação da população e documentação oficial que atestava da forma pouco clara e ortodoxa com que o processo (que surpreendeu a população)
avançou e que levou a revolta e indignação ao Seixal.

O Pinhal da Flor da Mata/ Pinhal dos Frades esteve mais de um século nas mãos de uma familia tradicional do Seixal,nas ultimas décadas depois da transição do Seixal agricola e florestal para o Industrial, alguns dos herdeiros tentaram ao longo das ultimas três décadas avançar para o local com projectos de arquitectura de qualidade e baixa densidade , sempre ( e ainda bem que assim foi porque urgia preservar a natureza) com a oposição da CM do Seixal. Com a aprovação do Plano Director Municipal e para bem do Seixal, toda a zona foi considerada um patrimonio natural a preservar, até que (em plena vigência do PDM e protecção ambiental) os terrenos são transaccionados, aí e apesar do travão ambiental, transparece que os novos proprietários se movimentam melhor dentro dos gabinetes que os proprietários anteriores, e não faltam projectos para o local.

Apesar de ser considerado "Mata e Maciço arboreo" (onde não se pode construir) e ser para além disso uma zona de habitação térrea , formada por quintas e habitação dispersa, pretendem agora e com o suporte da propria Câmara do Seixal, avançar, como relembrava ontem o Publico com uma urbanização em massa com lotes de quatro e sete pisos. As ultimas transacções revelam preços irrizorios e transacções via off-shore de Gibraltar.Tendo em conta o preço da ultima transacção 312$00 o m2 (em escudos) a população sugeriu até que a Câmara deveria ter accionado o direito de preferência para ali instalar o Parque Ecologico Natural do Seixal, dentro do espirito do PDM...Claro que tal não aconteceu...

Agora passados três anos e após os proprietários de origem (familia Quintela) terem alienado a ultima parcela ( cerca de 30 hectares ) esta àrea de pinheiros e sobreiros protegidos e cujo ar puro e ambiente preservado a região usufruiu, é durante os ultimos meses paulatinamente arrazada contrariando o PDM e violando a lei que obriga reflorestar (ao contrário do que o Sr.vereador do ambiente da CM Seixal afirma) ele que deveria ser o principal garante da preservação ambiental daquele espaço.

Da parte de quem quer urbanizar, o Vereador Jorge silva continua a defender a betonização daquele espaço florestal Patrimonio Natural do Seixal (Publico do passado dis 28) e a população em oposição e desejando que a investigação levada a cabo pela Policia Judiciària sobre todo o processo venha à luz do dia.