sábado, dezembro 31, 2011

OBRIGADO GRANDE LÍDER





O Paraíso Norte Coreano transposto para a Margem Sul, o Paraíso Comunista no seu melhor, a propaganda em grande expoente.



O município de Almada garantiu hoje que vai entrar em 2012 com “saldo positivo e sem qualquer dívida vencida a fornecedores e/ou empreiteiros”, sublinhando que considera tratar-se de um “caso inédito no país”.


Em comunicado, a câmara presidida por Maria Emília Neto de Sousa assegura que terminou “as contas do exercício de 2011 com uma taxa de execução orçamental superior a 90 por cento (receitas e despesas)” e acrescenta que “a realização da receita foi de 105,7 milhões de euros e a realização da despesa foi de 98,2 milhões de euros”.

A autarquia explica que “os resultados conseguidos são também, por isso, um reflexo de práticas de excelência, decorrendo de um orçamento rigoroso e de uma gestão eficiente e eficaz” e salienta que “o facto de o município de Almada apresentar a totalidade das suas contas de 2011 no último dia útil do ano” é “uma situação que se crê ser inédita no país, quer no sector público quer no sector privado”.

De acordo com o Orçamento do Estado para 2012, os municípios têm de reduzir, no mínimo, 10 por cento sobre o valor dos pagamentos em atraso com mais de 90 dias, e além destes 10 por cento, têm também de reduzir um valor “equivalente a um sétimo da despesa efectuada com remunerações certas e permanentes no ano de 2011”, disse à Lusa, em Novembro, o secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, Paulo Simões Júlio.

Segundo Paulo Júlio, o total do “endividamento das autarquias em todo o seu perímetro é de cerca de sete mil milhões de euros” (PUBLICO).

O pagamento atempado das dívidas não é, no entanto, caso único. A meio de Dezembro, o presidente da câmara municipal de Montalegre, Fernando Rodrigues, assegurava que, até ao final do ano, iria ter “uma conta de gerência histórica, precisamente por, pela primeira vez, não incluir dívidas a fornecedores a pagar no ano seguinte”.

quinta-feira, dezembro 29, 2011

NOVA PRAGA


ESCARAVELHO VERMELHO ATACA PALMEIRAS


27.12.2011
Ana Henriques
Depois de ter dizimado muitas centenas de plantas no Algarve, o escaravelho vermelho das palmeiras chegou a Lisboa, onde já infectou mais de uma centena de exemplares, obrigando ao abate de 22. Muitas mais estarão condenadas.
"Quando os efeitos da praga se tornam visíveis é normalmente tarde de mais para salvar a palmeira", explica a chefe de divisão da inspecção fito-sanitária do Ministério da Agricultura, Clara Serra. Só muito depois de ser invadida pelas grandes e vorazes larvas do escaravelho, que se alimentam das palmas e do coração da planta, a palmeira começa a dar sinais do mal. Primeiro fica ligeiramente despenteada. Na fase seguinte cai-lhe a parte de cima da copa, acabando por morrer no máximo ao fim de dois anos. Os insectos, esses rumam às próximas palmeiras saudáveis. Como conseguem voar cinco a dez quilómetros, os efeitos são desastrosos.

Em 2007, ano em que a praga foi detectada pela primeira vez em Portugal, a União Europeia considerou obrigatória a luta contra a mesma, estabelecendo medidas de emergência. Por essa altura já Espanha, Itália e outros países mediterrânicos se debatiam há vários anos com o escaravelho (Rhynchophorus ferrugineus), que é oriundo da Indonésia mas se expandiu a partir da importação de palmeiras do Egipto para a Europa. A subdirectora-geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Flávia Alfarroba, diz que depois da declaração da praga Portugal tinha o prazo de um ano para se candidatar a fundos comunitários para o seu combate, que é caro. "Isso não foi feito e perdeu-se a oportunidade", recorda.

O facto de se tratar de uma planta ornamental, e não de produção agrícola, terá pesado na decisão. Interpelada sobre o assunto pelo eurodeputado comunista João Ferreira, a Comissão Europeia mencionou estarem em curso dois projectos de investigação sobre o insecto. "Serão dedicados 3 milhões de euros à preparação de estratégias de erradicação e contenção da praga", prometeu a Comissão no início deste ano.

O Ministério da Agricultura não tem, neste momento, fundos para esse fim. "Ainda que as câmaras possuíssem dinheiro para tratar de todas as palmeiras dos espaços públicos, nós não temos capacidade para resolver a questão das que pertencem a particulares", admite Clara Serra. Solução? "As autarquias vão ter de seleccionar os exemplares mais valiosos e proteger esses".

Apesar de ter sido informada da entrada do escaravelho na cidade há um ano - altura em que apareceu noutros concelhos da área metropolitana, como Cascais e Oeiras -, só este mês a Câmara de Lisboa colocou um aviso no seu site, no qual explica que o insecto "está a pôr em causa a continuidade das palmeiras". A praga atingiu diversos pontos da cidade: já foi preciso abater exemplares no Campo das Cebolas e na Quinta das Conchas, no Lumiar, tendo sido detectados mais casos na Junqueira e na alameda do Hospital Curry Cabral. "Temos de ser realistas: não podemos salvar as palmeiras todas, não há verbas que cheguem para isso", declara Carlos Gabirro, sócio-gerente da Biostasia, firma que tem trabalhado no combate à praga. "Como o tempo esteve anormalmente quente até muito tarde, se as condições climatéricas se mantiverem para o ano Lisboa vai ser um caos. O escaravelho vai atingir todos os parques e jardins da cidade". Embora não morram, os insectos deixam de voar com o frio. A palmeira-das-canárias é o hospedeiro preferido do escaravelho, por não ter defesas naturais contra uma praga que não pertencia até agora ao seu meio ambiente. Mas todas as palmeiras lhe são vulneráveis.

"Nos espaços públicos da cidade a praga está controlada", assegura o vereador dos Espaços Verdes, Sá Fernandes, que vai contratar uma empresa para monitorizar 300 dos três mil exemplares do espaço público. O autarca diz-se mais apreensivo com as palmeiras particulares afectadas - cujos custos de abate, necessário para evitar a contaminação, chegam com facilidade aos mil ou dois mil euros. Já o tratamento preventivo custa pelo menos 400 euros anuais por exemplar. "Se o Ministério da Agricultura não tem verbas, tem de as arranjar! Ninguém pode lavar as mãos deste problema!", afirma Sá Fernandes ( PUBLICO) .

quarta-feira, dezembro 28, 2011

BALANÇO 2011



2011 foi um mau ano para todos, mas sobretudo para os ditadores , ainda hoje foi um (KIM Il Sung)  a "enterrar" e outro (Mubarak) entrou no tribunal de maca para responder sobre décadas de despotismo.


Não vale a pena falar no que 2011 trouxe , no que se tornou e no que transformou a nossa vida, sem grandes surpresas para nós no que toca às consequências do modelo de "desemvolvimento" professado e posto em prática , até pelos autarcas comunistas de serviço por estas bandas , o faz figura agora - e dá de ganhar aos amigos e ao partido  - que logo alguém pagará depois...


Destaco aqui sim a emergência do protesto popular, global e mobilizador , assente em muita revolta incontida e potenciado nas redes sociais , desenquadrados dos partidos e dos sindicatos.


Eu, tu , ele , nós , vós , eles... que PROTESTAM fomos a figura do ano.

terça-feira, dezembro 27, 2011

CRISE ? QUAL CRISE ?




Tem piada ver as cores a que o PCP pinta o país e depois ver a pintura do mesmo país borrada por decisões pacóvial dos autarcas da CDU.


Apesar do desemprego, e  da fome que atinge muitas , mas mesmo muitas famílias , a Câmara de Almada em vez de um auxílio solidário, opta por queimar centenas de milhar de euros em fogo de artifício na passagem de ano.


Mas isto faz sentido ?


Isto não é má gestão do bem público ?

segunda-feira, dezembro 26, 2011

MORTES DE NATAL



Mais um ano a continuarmo-nos a matar alegremente nas nossas estradas, incluíndo nesta quadra natalícia.


Ainda ontem à noite , vários feridos num violento acidente envolvendo várias viaturas no concelho do Seixal e um balaço trágico de 10 vítimas mortais até ao momento.


Meditemos nisto.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

COERÊNCIA



O PCP há poucos dias chorou  a morte do um ditador comunista da Coreia do Norte, mas sobre a morte de quem levou a democracia ao seu país como Vaclav Havel , votou no Parlamento  contra a manifestação oficial de pesar.


Nada como de vez em quando lemrarem-nos da massa de que são feitos e da sua liminar coerência ... é para vermos que não é por acaso que sob a capa de CDU e VERDES , são a maior fraude da nossa Democracia.

quinta-feira, dezembro 22, 2011

SOBREIRO ÀRVORE NACIONAL





Sobreiro já é a Árvore Nacional
22.12.2011
Helena Geraldes
A partir desta quinta-feira, o sobreiro é a Árvore Nacional de Portugal, depois de um projecto de resolução aprovado, por unanimidade, na Assembleia da República e de uma petição pública com 2291 assinaturas.
A petição para consagrar o sobreiro (Quercus suber) como um dos símbolos do país foi lançada em Outubro de 2010 pelas associações Árvores de Portugal e Transumância e Natureza. Hoje, passado pouco mais de um ano, o sobreiro conquistou o hemiciclo.

“A partir de agora, abater um sobreiro não será apenas abater uma árvore protegida, mas sim, um símbolo nacional”, disse ao PÚBLICO o deputado socialista Miguel Freitas, relator do projecto. “O consenso total na Assembleia da República foi muito importante”, acrescentou.

O sobreiro é espécie protegida pela legislação portuguesa desde 2001. Mas essa protecção não foi suficiente para travar a regressão da árvore em território português, motivada por “práticas erradas, nomeadamente de mobilização de solo que danificam as raízes, e doenças ou a combinação das duas situações”, salientou Miguel Rodrigues, da associação Árvores de Portugal. Além disso, “a lei que protege o sobreiro está constantemente a criar situações de excepção para empreendimentos que permitem o abate de árvores”.

Miguel Rodrigues adianta que, depois da criação de um logótipo simbólico, será estudada a criação de uma “plataforma de trabalho que abranja tudo o que tem a ver com o sobreiro, desde associações a câmaras, universidades, indústrias e Estado. Actualmente não há integração de conhecimentos para suprir as necessidades”.

O sobreiro, árvore mediterrânica com mais de 60 milhões de anos, ocupa uma área de cerca de 737.000 hectares dos mais de 3,45 milhões de hectares de floresta em Portugal, segundo o último Inventário Florestal Nacional, de 2006. Hoje é responsável por 10% das exportações nacionais. “De momento, a cortiça é um dos produtos mais importantes da economia nacional”, salientou o deputado Miguel Freitas.

Mas a sua importância não se esgota na cortiça. “Esta árvore representa o montado, um dos ecossistemas mais importantes da Europa e as espécies ameaçadas que dele dependem”, acrescentou (PUBLICO)

Na imagem , sobreiros na Flor da Mata , Seixal, numa zona de protecção ambiental mas sobre forte pressão especulativa...

quarta-feira, dezembro 21, 2011

NOVOS "RURAIS" 2


Uma EcoCasa portuguesa, concerteza (o oposto da imagem) 

Uma Eco Casa para todos construída através de uma rede de fornecedores cem por cento portugueses que se tornam embaixadores da causa.

 É esta a ambição do projecto também fundado por João Monge Ferreira, com os objectivos de atrair, sensibilizar e informar as pessoas que procuram (re) construir edifícios e espaços.
Para tal, “são convidados todos aqueles que projectam, planeiam e executam as construções e os equipamentos, com uma atitude intencional na criação de construções sustentáveis, com menores custos económicos e ambientais e aportando valor acrescentado à qualidade de vida”, anuncia a iniciativa.
Os promotores da EcoCasa Portuguesa, desígnio que nasceu nas redes sociais, querem construir uma casa amiga do ambiente totalmente nacional - desde o projecto de arquitectura aos materiais utilizados, “a ideia é que tudo seja made in Portugal e fornecido graciosamente”.

Ao VER, o responsável desta iniciativa, que dirige ainda os projectos Empreendedores em Rede e Cibereconomia explica que, na fase inicial, a casa modelo será uma forma de os ‘embaixadores’ promoverem os seus produtos e serviços, e serem fornecedores dos futuros projectos.
O objectivo é que a casa “se adapte aos diversos climas, relevos e matérias-primas de cada região”, até porque o futuro do projecto passa pela comercialização em vários países, adianta. É o caso de Angola, Brasil, Espanha e Moçambique, para além de Portugal.

Segundo João Monge Ferreira vão ser projectados modelos low-cost, para fácil implantação em zonas rurais. A primeira habitação, um T3 “orçado em 150 mil euros”, a construir num prazo de dois anos, é um projecto com uma forte componente pedagógica ambiental”, conclui.

terça-feira, dezembro 20, 2011

NOVOS "RURAIS"

São jovens empreendedores que migram para o campo com uma renovada cultura de território, e visão a longo prazo da importância da agricultura para o País e para o seu legado. Promovem um regresso sustentável à ruralidade, que combate o desemprego, estimula o desenvolvimento económico e gera poupanças na economia familiarPOR GABRIELA COSTA
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Em 2015, mais de 69 por cento da população portuguesa viverá nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. O número avançado recentemente pela ONU revela um crescimento significativo desta concentração, que não é nova: em 2001, 42% da população vivia nas áreas metropolitanas.
Sucede que esta realidade promove o aumento do custo de vida (no mesmo ano, setenta por cento do endividamento das famílias concentrava-se nas áreas metropolitanas), dos problemas de mobilidade e das condições de vida precária, a nível social mas também ambiental.
Para os Novos Povoadores, a promoção de oportunidades de empreendedorismo nos territórios rurais “provocará o desejado êxodo urbano”. Reduzir o fosso das assimetrias regionais com benefícios para os novos residentes e para os territórios de baixa densidade é um objectivo a conseguir através da instalação de unidades empresariais no interior, a custos reduzidos, e com uma mão-de-obra também mais barata que a dos centros urbanos.
O campo torna-se ainda uma boa escolha pela reconhecida qualidade de vida que proporciona, graças à sua baixa densidade, defendem os Novos Povoadores, que estão a dinamizar uma rede de empreendedorismo no meio rural, em sectores económicos suportados pelas Tecnologias de Informação e Comunicação.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

COMUNISTAS DE LUTO



Os meus sentimentos ao Partido Comunista Português pelo falecimento de uma das suas referências democráticas.


Acredito que na Margem Sul a azáfama estará a ser grande na mobilização de autocarros para os seus militantes irem assistir às exéquias do "Querido Líder" que assim não vão passar a consoada em família.


Vai daqui do a-sul toda a solidariedade e carinho, em particular para Bernardino Soares que deve estar inconsolável .

sexta-feira, dezembro 16, 2011

IMPLODIR O PASSADO


São conhecidas as posições e as denúncias do a-sul ao logo dos anos , desde a ostentação e a vida acima das possibilidades dos portugueses e suas instituições e empresas até ao modelo de desenvolvimento económico errado e assente na delapidação de património único como a paisagem e o ambiente, e também os modelos urbanos aplicados.

Muitos gozaram e desafiaram a nossa dita clarividência . E não se estava aqui a fazer futurologia ou a querer impôr uma forma "fascista" de pensamento como amiúde nos acusaram. Bastava ver como viviam países e povos com maior produto per capita, maior escolaridade e melhor qualidade de vida e ver que Portugal não saía da cauda da Europa.

Os últimos meses deram-nos (infelizmente) razão , hoje mais um  marco simbólico na forma como aqui temos contestado o grande negócio CORRUPTO da habitação (dita)  social em Portugal  e dos modelos errados de guetização e exclusão que finalmente alguns começam vistosamente a implodir . Resta saber como estão a ser feitos os realojamentos dos realojamentos ... e se os mesmos erros, os mesmos modelos e a mesma corrupção se mantém... é que hoje faz cada vez mais sentido a expressão "não há almoços grátis"...

quinta-feira, dezembro 15, 2011




Não é por nada, mas estou-me a lembrar de uma câmara, como a do Seixal, que tem dado cabo de tudo o que são zonas húmidas e habitats deste e de outros répteis, veja-se o que se está a passar na Flôr da Mata e na Zona Rede Natura 2000 de Fernão Ferro Lagoa de Albufeira .

The world is facing what may be the single largest mass extinction event since the time of the dinosaurs: almost half of the world's 6,000 known amphibian species could be wiped out in our lifetimes. Habitat loss, pollution and hunting are serious concerns, but the most immediate threat to amphibians is amphibian chytrid ("kit-rid"); it's a parasitic fungus and deadly disease that's quickly spreading across the planet. For more than 360 million years, amphibians have not only survived, but also flourished, around the world. But in the past decade, 165 species of frogs have become extinct.
Attend the Spotlight On Frogs show



http://www.vanaqua.org/act/animal-protection/frog-recovery

quarta-feira, dezembro 14, 2011

CANADÁ , QUIOTO EM CAUSA





Helena Geraldes

O Canadá tornou-se o primeiro Estado a retirar-se do Protocolo de Quioto sobre alterações climáticas, por considerar que “não funciona” e pertence ao passado.
O acordo de Quioto, assinado em 1997 e que entrou em vigor em 2005, é o único instrumento vinculativo que limita as emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Este “não abrange os dois maiores países emissores, os Estados Unidos [que assinou a Convenção Quadro da ONU para as Alterações Climáticas mas que se recusou a ratificar Quioto] e a China, e não pode funcionar assim”, disse o ministro canadiano do Ambiente, Peter Kent. Por isso, “não é uma via para uma solução global às alterações climáticas, é mais um obstáculo.”

terça-feira, dezembro 13, 2011

(DURBAN) MAS...

 A opinião de Ricardo Garcia no Público





Não parece haver razões suficientes para celebrar como históricos os resultados da última cimeira climática da ONU, que terminou no passado domingo, em Durban. Pelo contrário, serão antes mais um sinal de que os acordos internacionais na área das alterações climáticas não se coadunam com a dimensão do problema, ou em si valem pouco. (...)


No calendário fixado em Durban, um novo acordo, seja qual for, não estará operacional antes de 2020. É tarde. Para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC — limite considerado aceitável — as emissões globais de CO2 deveriam atingir o seu pico nos próximos anos e cair drasticamente até 2020, para 44 mil milhões de toneladas. Um estudo recente do Programa das Nações Unidas para o Ambiente estima, porém, que, com as actuais promessas feitas por diversos países, as emissões vão continuar a crescer e estarão entre seis a 11 mil milhões de toneladas acima da meta.

Elevar o “nível de ambição” dos esforços até 2020 é algo que consta da decisão final de Durban, sem qualquer baliza concreta. Nada indica que as negociações, daqui para a frente, serão fáceis. A cedência das grandes economias emergentes e dos Estados Unidos à ideia de um acordo legal no futuro sinaliza uma aproximação importante. O mesmo vale para a aliança da União Europeia com os países mais vulneráveis às alterações climáticas.

Os principais diferendos entre os países ricos e pobres não foram, no entanto, superados em Durban. Na essência, parece tudo permanecer em aberto. Com o histórico de prazos falhados, acordos que não se cumprem e parceiros que abandonam o barco a meio da viagem, é esperar para ver, de olho no termómetro.


segunda-feira, dezembro 12, 2011

AFINAL HÁ AMBIENTE PARA ALÉM DA ECONOMIA...





O entendimento alcançado na conferência de Durban, África do Sul, foi “significativo” para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, um “enorme sucesso” para os britânicos e “um passo em frente” para Assunção Cristas. Mas as organizações ambientalistas falam em “fracasso” e “falta de ambição”.


Ban Ki-Moon, secretário-geral das Nações Unidas
O Pacote de Durban representa um acordo significativo que define a forma como a comunidade internacional vai abordar a mudança climática nos próximos anos. Esta plataforma vai guiar os esforços mundiais para tratar as causas e o impacto da mudança climática.

Connie Hedegaard, comissária europeia para o clima
Consideramos que tínhamos a estratégia correcta [para a cimeira], pensamos que funcionou. O fundamental agora é que todas as grandes economias, todas as partes se comprometam no futuro por um quadro legal – e foi por isso que aqui viemos.

Chris Huhne, ministro britânico da energia e clima
É um enorme sucesso para a diplomacia europeia. Conseguimos trazer os grandes emissores [de gases com efeito de estufa] como os Estados Unidos, a Índia e a China para um caminho que conduzirá a um acordo global.

Assunção Cristas, ministra portuguesa do Ambiente
Foi um passo em frente, um passo de que muitos duvidavam, um passo num caminho que será com certeza um caminho de intensas negociações até se chegar ao instrumento de 2015, mas eu diria que nós hoje estamos muito mais optimistas e muito mais bem posicionados para conseguirmos os nossos objectivos de mantermos a subida de temperatura abaixo dos dois graus.

Todd Stern, emissário especial dos EUA para as alterações climáticas
No final, acabou muito bem. O Pacote de Durban era a peça que encaixava no Protocolo de Quioto. Temos o tipo de simetria na qual temos estado concentrados [em alcançar] desde o início da administração Obama. Isto tinha todos os elementos que pretendíamos.


sábado, dezembro 10, 2011

sexta-feira, dezembro 09, 2011

RIBEIRO TELLES UM HOMEM À FRENTE NO SEU TEMPO , A MERECIDA HOMENAGEM



Gulbenkian e Centro Nacional de Cultura celebraram  o paisagista Gonçalo Ribeiro Telles. Colegas do ensino e da política, alunos e amigos quiseram honrar o mestre e, sobretudo, o homem

Gonçalo Ribeiro Telles falou no fim, como compete ao homenageado. Com o auditório 2 da Gulbenkian cheio, com muitas pessoas de pé, o arquitecto paisagista a quem muitos chamam "mestre" admitiu o desconforto: "Nunca estive tão envergonhado para falar." Deram-lhe a palavra depois de um dia de testemunhos de alunos, discípulos, amigos e companheiros de vida política, uns monárquicos, como ele, outros não. 

"Conhecemo-nos no combate à ditadura e é curioso que, sendo ele um monárquico e eu um republicano dos sete costados, a nossa empatia tenha sido imediata", lembrou Mário Soares já na recta final do encontro Gonçalo Ribeiro Telles - Um Homem de Serviço, que a Gulbenkian e o Centro Nacional de Cultura (CNC) organizaram ontem em Lisboa.

Pensador e político com um sentido cívico inultrapassável, defensor da liberdade e do direito à originalidade de ideias, disseram muitos dos oradores, Ribeiro Telles é, sobretudo, "uma pessoa extraordinária", sublinhou Soares: "Quando se fala do Gonçalo, há o problema dos afectos. Admiramo-lo pela sua verticalidade, pela sua obra, pela sua coragem, mas, mais do que isso, temos-lhe um afecto enorme pela pessoa que ele é."

Aos 89 anos, o político que foi membro da Aliança Democrática (AD), governante e deputado, fundador do Partido Popular Monárquico (PPM) e do Movimento Partido da Terra, ou o arquitecto paisagista a quem devemos as reservas agrícola e ecológica nacionais, os jardins da Gulbenkian (com António Viana Barreto) e o Amália Rodrigues, sente que tem ainda uma palavra a dizer. "Quero ser útil ao momento presente", dissera ao PÚBLICO antes da intervenção final.

E ser útil hoje é falar do despovoamento do mundo rural, da morte lenta das cidades, da
"paisagem que é ainda um problema", porque os políticos, desinformados, continuam a dizer que querem defender os ecossistemas e a achar, ao mesmo tempo, que um eucaliptal é uma floresta: "Eles não sabem que nos eucaliptais não cantam os passarinhos e na floresta sim." O que é que lhes falta para saber olhar para o território? "Andar a pé, conhecer o país inteiro, as pessoas", responde este homem para quem "é mais fácil deixar marcas na paisagem do que nas pessoas".

Saber falar com as pessoas é uma das qualidades deste paisagista afável e atento, garantiu o comentador político Luís Coimbra. E, para o provar, contou uma história dos tempos da AD. Andavam na estrada em campanha eleitoral quando Ribeiro Telles desapareceu. Como todos estavam já à espera para entrar nos carros, Coimbra decidiu ir procurá-lo. 

Mais bosques e mais hortas

"Chovia muito e eu fui dar com ele à porta de uma vacaria, a explicar aos agricultores que era melhor deixar os animais à solta no pasto do que alimentá-los com rações", lembrou Coimbra, com quem o arquitecto paisagista se cruzou pela primeira vez em meados dos anos 60. Para ele, Ribeiro Telles é um "político falhado" a quem reconhece "convicções firmes" e uma liberdade de pensamento inegociável. Porquê um político falhado? Coimbra esclarece: porque, apesar de ter razão, "as suas ideias para um desenvolvimento sustentado de Portugal ficaram para trás", por falta de inteligência de governos e governantes. 
É precisamente a inteligência que falta a muitos que António Barreto, Guilherme d"Oliveira Martins e Eduardo Lourenço elogiaram neste homem de família, professor e cidadão que tem formado gerações através do exemplo e defendendo sempre "o ambiente como uma causa total", disse Augusto Ferreira do Amaral, dirigente do PPM. (in PUBLICO)

quarta-feira, dezembro 07, 2011

CORRUPÇÃO...CORRUPÇÃO...CORRUPÇÃO...



Há quanto tempo andamos a falar nisto e a denunciar que no Seixal o caso alegadamente mais flagrante, documentado e denunciado (publicado em inúmeros artigos e no livro da Prof.Luísa Schmidt)  encontra-se na Flôr-da-Mata , recentemente vedada em centenas de hectares isolando populações do acesso aos cuidados básicos de saúde, escolas, farmácia , lojas... etc...etc... e atravessada por uma nova auto-estrada fora do espaço canal para tal considerado no PDM.


Há quanto tempo denunciamos que há no Seixal  ao mais alto nível na autarquia situações que revelam irregularidades graves no que concerne ao uso de informação privilegiada, ao uso da figura da "discussão pública" , à divulgação de informação conducentes à alteração de uso do solo,  e até consubstanciadas e observadas  nas violações constantes e evidentes do Plano Director Municipal ? 


Há quanto tempo ?


 Mais uma vez aqui fica denunciado o "mecanismo" .


O artigo abaixo citado foi publicado ontem no PÚBLICO, por Idálio Revez :
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"A falta de uma politica e de uma lei de solos actual constitui fonte de muitos crimes de corrupção e tráficos de influência. O caso foi lançado para o debate, hoje, na Universidade do Algarve, pela Vice Procuradora-Geral da Republica, Isabel São Marcos, na abertura do ciclo de conferências “Ministério Público e o combate à corrupção”.


A dificuldade em atacar o sistema de interesses instalados, disse, resulta não “tanto pelos elevados lucros que a construção civil consabidamente proporciona, mas sobretudo por via das exorbitantes vantagens pela diversa classificação, abusivamente atribuída aos solos”

Isabel São Marcos justificou a introdução desta tema pelo facto de se encontrar no Algarve, onde as questões do urbanismo assumem particular significado e ter conhecimento de causa sobre a matéria, uma vez que trabalhou na região ao serviço do Ministério Público durante alguns anos. As relações de poder e de interesses, em muitos dos casos, resultam de dois factores: “um indevido aumento de ocupação dos solos, ou uma ilegal mudança dos usos a que tradicionalmente estavam destinados”.

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve (CCDR), João Faria, em declarações ao PÚBLICO, adiantou que uma alteração da classificação de um solo rural para urbano, segundo um estudo desenvolvido pela CCDR, representa uma mais valia de cerca um milhão de euros por hectare. Em países como a Finlândia ou o Reino Unido, sublinhou, “essa mais valia destina-se ao Estado, em Portugal fica nas mãos de particulares”.

“O crime compensa”

O combate aos crimes relacionados com a corrupção, defendeu Isabel São Marcos, passa por uma alteração do sistema penal. “O desadequado sistema de Justiça é em grande parte responsável por uma certa imagem de impunidade, que por vezes a Justiça projecta para a sociedade”, disse. A este propósito, citou um estudo da Faculdade de Economia e Gestão do Porto, de há um ano, revelando que o peso da economia paralela em final de 2010 representava 24 por cento do Produto Interno Bruto e o branqueamento de capitais atingia os 50 por cento do PIB.

Por seu lado, a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida, à margem do encontro, reconheceu que os crimes de corrupção ligados ao urbanismo, representam “uma via muito utilizada, muito ténue, que leva ao branqueamento de capitais”. E nas zonas em que se transformou o país “quase numa árvore de cimento armado, esse é um meio de branqueamento de capitais”.

O ex-director da Policia Judiciária, José Braz manifestou a opinião de que “o sistema de justiça penal falhou” no diz respeito ao combate à corrupção. Os números divulgados pelas estatísticas, disse, não revelam a realidade “porque as verdadeiras ameaças do crime organizado não estão, como é sabido, na criminalidade participada”.

As organizações que se dedicam a estas práticas, disse, “controlam grupos e empresas que perseguem actividades perfeitamente lícitas, numa simbiose quase perfeita capaz de camuflar actividades ilícitas e sobretudo de branquear e de introduzir nos circuitos financeiros os elevados proventos obtidos de um crime que, afinal compensa”. "

segunda-feira, dezembro 05, 2011

"TADINHOS"



Coitadinhos, são jovens, desenquadrados, desocupados, desintegrados , não aproveitam a escola pública nem o que a sociedade (ainda) lhes oferece, bibliotecas gratuítas, exposições de entrada livre... e vai daí, com a frustração de não ter o plasma ou os Nike da moda ... nada melhor que arruínar ( reincidentemente) com o parco património daqueles que optam por outra via!!!


Culpados ? Pois quem inventou  aqueles guetos de concentração e segragação tem culpas no cartório, desde o PER Cavaquista, à autarquia Comunista... o resultado está à vista e há-de ser bem pior !!!

sábado, dezembro 03, 2011

SALVEMO-NOS DE NÓS PRÓPRIOS 2



Isto faz sentido ! O que não faz sentido é sermos detentores de um património único e depois destruí-lo únicamente pela ganância de alguns associada à corrupção de outros.

quarta-feira, novembro 30, 2011

SALVEMO-NOS DE NÓS PRÓPRIOS




Uma andorinha não faz a Primavera nem salvar uma tartaruga faz de Portugal um exemplo de protecção ambiental, pois basta ver os habitats que destruímos diáriamente para construír  desnecessárias estradas e casas , até em áreas protegidas, para ver que muito há para fazer e mudar de comportamentos nesata época em que a única coisa selvagem que prospera são os patos bravos e a sua forma de manipular o Estado de Direito na figura das nossas autarquias.


Mas nesta época onde o economês e a "crise" abafam a discussão de tudo o resto, incluíndo as alternativas para saír dela, é sempre uma pedrada no charco.

terça-feira, novembro 29, 2011

A-SUL ... MUITO À FRENTE!



Publicado no A-SUL a 12 de Dezembro de 2004 mas cada vez com mais razão e mais actual :

" Este ano há muito menos pinheiros na Flor da Mata, apesar de ser uma zona protegida no PDM, alguém contrariando a lei deflorestou uma vasta àrea de pinheiros e sobreiros junto à estrada de Sesimbra confrontando com o restaurante Flor da Mata.
 
A Câmara Municipal a quem cabe fazer cumprir a lei parece ausente .Será que desconhece a letra da sua propria lei? 



Será que há de novo interesses imobiliários em acção? Será que de novo e à semelhança de outro projecto para a zona há um envolvimento directo da Câmara ou dos seus membros nalgum projecto imobiliário para a zona? 


É que continua a ser uma floresta protegida...mas este é um Natal com menos pinheiros ali...embora, curiosamente tenham tido o cuidado de manter uma frente junto à estrada para dissimular um corte selvagem que estranhamente decorreu na calada da noite. 
A verdade é que feriram a floresta de uma forma mais grave do que um incêndio teria feito, e foram muitos os incêndios a que esta floresta tem sobrevivido e dos quais tem renascido, mesmo sem que a Câmara tenha aplicado a lei que obriga à florestaçãosempre que tal aconteça. 

Nota final, desde que o blogue a-sul foi divulgado junto das entidades aqui mencionadas ao longo destes meses, têm-nos tentado silenciar (informaticamente), bem como a cada intervenção, tentado monitorizar! Agradecemos o estimulo, vamos continuar ! Posted by Hello "



segunda-feira, novembro 28, 2011

PINHAL DA PALMEIRA



Condições de habitação no Pinhal da Palmeira no Seixal , são notícia nacional e chocam o país . 


Como é possível que em pleno século XXI, às portas de uma capital europeia , uma autarquia que se diz reger por pressupostos sociais e ambientais não assuma as suas responsabilidades, e até aproveite as fragilidades em que colocou a população para melhor "reinar".


O que o dinheiro pago mensalmente ao Grupo A.Silva & Silva por mera vaidade e propaganda  permitiria fazer...

sexta-feira, novembro 25, 2011

FLORESTA , UMA RIQUEZA


A utilização da biomassa poderá servir para o aquecimento de edifícios públicos, gerando uma nova "dinâmica social" em zonas de abandono do país, defende a Associação Florestal de Portugal (Forestis).
"A crise que estamos a passar pode representar uma boa opção para apostar na biomassa, através de uma tentativa de aproveitar recursos endógenos, sem utilização, criando uma dinâmica social e económica em zonas muito deficitárias", explicou hoje à Lusa Jorge Cunha, da Forestis.
A utilização destes excedentes na produção de calor, em edifícios públicos como escolas ou autarquias, será um dos temas em debate entre produtores, proprietários florestais e técnicos, empresas e elementos de universidades de Portugal e da Galiza, na quinta-feira.
A primeira reunião da Rede de Cooperação decorre em Tomiño, naquela região espanhola, no âmbito do projeto Promoção do Uso Sustentável de Biomassa Florestal para Fins Energéticos no Norte de Portugal e Sul da Galiza, e envolverá mais de 70 pessoas.

Mais-valias para os produtores 


"Ao nível da produção elétrica já há um sistema, regras e até uma tabela de preços para a biomassa. Falta definir um modelo para a produção calorífica, como as espécies a utilizar, para tornar esta atividade rentável para os produtores. De resto, algo que já se faz em vários países", sublinha Jorge Cunha.
Trata-se de uma atividade que "pode criar grandes mais valias aos produtores", através de "dinâmicas locais", além de diminuir custos com energia, aproveitando soluções técnicas já disponíveis para garantir essa utilização.
"Para não falar do fator mais evidente que é contribuir para diminuir o risco de incêndio nas florestas, tendo em conta que passaria a existir um interesse ainda maior na recolha dessa biomassa", diz ainda.
A biomassa a usar para aquecimento pode ter várias origens, como a redução da densidade, em ação de diminuição do risco de incêndio, de cortes de excedentes sem valor comercial, e até o próprio mato.

Florestas abandonadas aumentam perigo de incêndio 


"No fundo, o que fica abandonado na floresta sem gerar qualquer cadeia de valor. Pelo contrário, porque aumenta o risco de incêndio", remata Jorge Cunha.
No final desta reunião, os promotores do projeto esperam que os resultados "sirvam de modelo de referência para a utilização sustentável da biomassa, numa perspetiva local" e até para aplicação a outras regiões do sul da Europa.
Deste projeto fazem parte a Autoridade Florestal Nacional, Agência Regional de Energia e Ambiente do Alto Minho, Associação Florestal da Galiza e os municípios galegos de Ponteareas e Tomiño.
O processo é liderado pela Forestis que atualmente conta com 31 organizações de proprietários florestais associadas, com âmbito de atuação sub-regional. Representa e apoia tecnicamente mais de 12.000 proprietários florestais.


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/crise-gera-negocio-para-a-biomassa-florestal=f689894#ixzz1ecLBWLF7

quinta-feira, novembro 24, 2011

GREVE "PREGUIÇOSOS" ?



Preguiçosos ? Quem o diz é um ilustre membro do Partido Comunista Chinês na sua qualidade de presidente do organismo de promoção do investimento chinês ( China Investments Corporation) .


Refere o senhor que "Pequim só ajudará a Europa a saír da crise se os europeus reformarem as suas legislações laborais ultrapassadas e os sistemas de protecção social" , acusando os trabalhadores europeus de serem "preguiçosos" e "Indolentes" e que a Europa tem de trabalhar mais duramente para conseguir tirar o euro da actual espiral de queda.


Com amigos destes... quem precisa de inimigos Camaradas ?

quarta-feira, novembro 23, 2011

CARROS DO FUTURO


Quando em 2030 conduzir um veículo eléctrico for uma situação normal, todos os problemas que hoje assombram este mercado têm de estar identificados, estudados e com soluções encontradas. As novas ansiedades dos condutores têm de ser claras e as opções de carregamento das baterias têm de ser variadas e eficazes, para que trocar um carro tradicional, com motor de combustão interna, por um eléctrico não seja uma dor de cabeça.

Foi esse o grande objectivo que norteou, nos últimos dois anos, o projecto MERGE (Mobile Energy Resources for Grids of Electricity): tentar identificar um conjunto de soluções de gestão e de controlo que permitam a integração de um grande número de veículos eléctricos nas redes eléctricas europeias.

A coordenação técnica e científica do projecto, que é financiado pela União Europeia, está a cargo doINESC Porto (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores), a par da REN – Rede Eléctrica Nacional, os dois parceiros portugueses, num total de 16 europeus.

“Um dos aspectos críticos era saber como é que os futuros condutores vão gerir o veículo eléctrico em termos do seu carregamento”, diz ao P3 Peças Lopes, responsável pelo MERGE. Agora, quando o projecto está a chegar ao fim, são vários os aspectos que podem ajudar a desenhar uma estratégia mais sustentável.

"Smartcharging? Not in my back yard!"
“A maioria terá uma preferência por fazer o carregamento das baterias do seu carro no final do dia, no final da última viagem que faz. E, de preferência, o mais próximo possível de sua casa”, descreve Peças Lopes. No entanto, o momento em que se iniciariam os carregamentos corresponde, precisamente, ao pico de consumo de electricidade, o que configura, para Peças Lopes, “um problema grave”.

Uma forma inteligente de pensar os carregamentos afigurou-se como o único caminho a seguir. Foi assim que nasceu a filosofia que Peças Lopes apelida de "smartcharging" (carregamento inteligente, numa tradução livre). “No fundo, é carregar a bateria no momento certo e no local certo, de modo a não afectar o funcionamento da rede eléctrica.”

E porque a ligação entre o operador da rede de distribuição e as entidades comercializadoras “tem de ser muito forte”, o trabalho conceptual desenvolvido pelo MERGE aponta para a necessidade de uma minimização dos investimentos nas infra-estruturas da rede, sem que isso iniba o desenvolvimento da mobilidade eléctrica.

Investir mais em cobres ou em transformadores seria a alternativa que, diz Peças Lopes, não é viável hoje em dia. “Este é momento NIMBY [“Not in my backyard”]. As pessoas não querem mais nenhuma linha a passar por cima de sua casa, nem mais valas abertas nas ruas para meter mais cabos”, explica o responsável.

“A mobilidade eléctrica vai avançar devagar”, crê Peças Lopes, até porque enquanto o parque automóvel tradicional não mostrar desgaste, ninguém vai querer fazer a troca. “Estamos convencidos de que, a partir de 2020, o crescimento vai ser mais nítido”, diz, pelo que os estudos do MERGE vão dar jeito. (PUBLICO)