Este ano não será inaugurado qualquer centro comercial
Por Ana Rute Silva (PUBLICO)
“Esta evolução do mercado não surpreende, tendo em conta o actual enquadramento económico do país, bem como a situação vivida no mercado imobiliário em particular. A quase ausência de financiamento à promoção imobiliária em Portugal, associada a um cada vez menor interesse pelos centros comerciais por parte dos investidores internacionais, limita a actividade dos promotores imobiliários que vêem, assim, dificultados os seus planos para novos projectos”, diz Marta Esteves Costa, da Cushman & Wakefield, em comunicado.
O ano passado os centros comerciais em Portugal tiveram uma quebra de receitas de menos mil milhões de euros. As visitas desceram 8,18% (segundo o Índice Footfall) e cada português gastou, em média, menos 10%, face a 2010.
O cenário não será invertido este ano. Com a contracção no consumo e a queda do volume de vendas no comércio retalho, a construção de novos projectos não será uma opção, aponta a consultora. Já para 2013, a Associação Portuguesa de Centros Comerciais refere que estão previstos dois novos espaços em Setúbal.
Europa em queda
A tendência de quebra é semelhante na Europa. Em 2011, o número de aberturas de novos centros comerciais foi idêntico a 2010, ano em que se registou a maior descida desde 1983 neste indicador. Segundo o estudo European Shopping Centre Development, que é publicado semestralmente pela Cushman & Wakefield (C&W), em 2011 “as aberturas de novos centros comerciais na Europa foram afectadas por atrasos na construção em diversos mercados”. As estimativas iniciais apontavam para 6,8 milhões de metros quadrados inaugurados (um aumento de 15% face a 2010), mas na prática abriram 5,9 milhões, em linha com o período homólogo de 2010.
Dos 34 países analisados, 19 registaram quebras neste sector, sobretudo, a República Checa, Áustria, Eslováquia, Croácia e Bulgária, onde não se registaram aberturas. Em 2011, inauguraram 197 centros comerciais, 65% dos quais localizados na Europa Central e de Leste. À semelhança dos últimos anos, a Rússia e a Turquia foram os mercados mais activos.
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