Blogue Ambientalista da Margem Sul / Portuguese Environmental Blog "Pense Global , Aja Local" Save the Portuguese Forest / Salve a Floresta Portuguesa
sexta-feira, abril 29, 2005
Primavera de Abril no Seixal / Papoilas na Flor da Mata-Seixal
Uma das canções de Abril cantava "Uma papoila crescia, crescia, grito vermelho num campo qualquer"..."como ela somos livres...de crescer..." e também "uma gaivota voava, voava, asas de vento coração de Mar"..."como ela somos livres de voar"... eram essas as palavras de quem cantava Abril e vivia a Liberdade.
Hoje os "herdeiros" de Abril parecem-se cada vez mais com os herdeiros de fortunas caídas do céu e que se limitam a gastar...a gastar... hoje no Seixal , o concelho mais endividado do País herdada que foi a fortuna de um espaço ambiental "criado por Deus e bonito por natureza..." limitaram-se a destruir, vender, retalhar, fazer enriquecer uma meia duzia, alimentar o partido, fazer festas, foguetes... viver acima das suas possibilidades, à custa do bem estar dos cidadãos que os elegeram (Seixal aumentou em população, de 30 ooo para 180000 habitantes).
E continua, a alimentar o monstro das dependências e influências criadas, cada vez mais se retalham espaços verdes considerados como protegidos pela propria autarquia, para que com as licenças de construção e outras formas de negócio consigam o dinheiro que os bancos já não emprestam. Seixal está no topo de uma lista negra de não concessão de crédito bancário pois a sua capacidade de endividamento é de -253% ou seja, você não ia querer que a sua familia estivesse nesta situação porque se estivesse era melhor fugir para outro lado porque podia viver mais sete vidas que não ganharia só para pagar as dividas que tinha.
A Câmara do Seixal o que faz? Urbaniza, ganha com o dinheiro que dá a ganhar, contrata o A.Silva e Silva para fazer uma nova e faustosa sede de serviços (que aluga milionáriamente, é como se você, o endividado do exemplo anterior, apesar da situação, alugasse um palacete no Restelo) e entretanto fosse vendendo as recordações mais queridas da familia, entenda-se no Seixal como sendo o Ambiente e todas as zonas verdes por mais protegidas que sejam.
E depois faz festa (QUARENTA MINUTOS DE FOGO DE ARTIFICIO ESTE 25 ABRIL!!!), ou seja , é como se você , endividado, desse as maiores festas na quinta Patino e com isso, apesar de "teso" mostrasse o contrário, e se endividasse ainda mais só para alimentar essa imagem , a diferença é que se fosse você e a sua familia, certamente já estava preso , o senhor Presidente de Câmara que assim malbarata os dinheiros e bens publicos que é suposto bem administrar goza conosco, e talvez seja um dos dinossauros hoje incomodados com as limitações que querem impôr a estas situações...
Mesmo que hoje voltássemos a reeditar Abril, não o de que resultaram foguetes, Mercedes, ou "Comunismo" Champanhe e Caviar e verdes faz de conta mas o que cantava coisas simples como uma papoila ou uma gaivota, sendo elas cada vez mais escassas e os valores hoje cada vez mais outros... cantar-se-ia talvez ...O betão que crescia crescia ... e a todos nos aniquilou, fez desaparecer as gaivotas, a floresta e a natureza...o mar poluiu e a gaivota mergulhou de vez...
Vale-nos que hoje apesar de não ser esse o seu desejo, sermos livres de protestar e de fazer MUDAR (apesar de nos adrmecerem com as futilidades, nos convencerem a trocar de carro de ano a ano ou de casa a cada dois, e assim vivermos adormecidos por entre "Bon Chiques" e a "ruralidade" das "celebridades" !!!
Os nosso filhos merecem mais que conhecer uma quinta por "aquele" modelo de programa , merecem ,pelo menos o bom que nós (adultos de hoje) tivemos, a natureza, a qualidade de vida e a paz , postigos abertos, casas sem trancas, campos de papoilas para correr e não o betão , a criminalidade cada vez mais violenta , um futuro que não se vislumbra fácil pelo que se esbanja no presente.
Senhores presidentes de Câmara, com os vossos faustos, com a vossa ignorância e com as vossas dividas estão a hipotecar o futuro das futuras gerações. Pode tardar, mas irão responder por isso!
Por Abril
O A-Sul agradece a quem o lê , as mensagens recebidas e o apoio! Divulgar também é participar e contribuir para um melhor futuro , pelo que se agradece a web-publicity por amigos. Obrigado a quem nos dá informações ...lá iremos, fotografaremos e denunciaremos. Agradecemos à Quercus e a todos os outros blogues e sites que nos têm nos seus links.
Este é um blogue construtivo por um futuro com futuro
OBRIGADO.
segunda-feira, abril 25, 2005
A Protecção do Ambiente é uma conquista de Abril
Como este cartaz no Seixal menciona, antes não era permitido protestar por melhor urbanismo, por melhor habitação, por melhor qualidade de vida, por uma vida com futuro. A liberdade de expressão era uma utopia, logo , cartazes como este tinham de ser colocados durante a noite e o mais provável era serem retirados durante o dia pelas forças protectoras do regime.
Esse mesmo regime fazia o que queria em termos de gestão do território e quem protestava já sabemos o fim que tinha... é por isso que hoje temos o Barreiro, Sines...a Siderurgia, plantavam-se projectos ao sabor da vontade da "meia-duzia" para quem Portugal era gerido.
Data da ultima década do regime as primeiras migrações do interior para o litoral onde foram instalados os primeiros e principais projectos o que a par com os processos de colonização e emigração foram a primeira vaga de esvaziamento do interior, uma situação que ainda hoje não foi invertida.
Não havia forma de criticar e corrigir o erro, até que veio Abril e a liberdade de expressão uma realidade, mas uma realidade em muitos concelhos cerceada agora pelo novo poder, o "poder local" eleito e representativo do voto popular, não era agora a ditadura e a censura a corrigir os "desvios" aos interesses "municipais", era como que a muito querida "ditadura do proletariado" a orientar a ordenar, a normalizar hoje temos a versão seculo XXI dos "comités locais" nos "foruns de discussão municipal" em que ouvem quem querem e fazem o que já antes tinham decidido.
Veio entretanto mais gente para as grandes cidades, incentivadas pelos investimentos que continuavam em não se fazer no resto do país , e esse boom associado à falta de habitação fez disparar as barracas e para os mais "endinheirados" a habitação "normal", mas construida clandestinamente , sem critério ou tecnica, construiu-se em terrenos de aptidão agricola, ecologica, sobre linhas de àgua, dizimou-se floresta e a maioria das autarquias não fiscalizou, não fez cumprir o Regulamento Geral de Edificações Urbanas (o que poderá significar uma catástrofe no caso de um terramoto) fechou-se os olhos e muitos construiram sobretudo nos arredores de Lisboa, habitação de gosto duvidoso, num neo-barraco-apalaçado sempre que possivel revestido a azulejo de casa de banho.Data também dessa altura , finais dos anos 7o as primeiras noções de "ambiente" , com programas televisivos como "Só há uma Terra", com as intervenções de Gonçalo Ribeiro Telles, Nuno Portas...entre muitos outros.
Passaram-se entretanto trinta anos, trinta anos de poder local e liberdade de expressão e acesso à informação. E o que temos hoje? Sobretudo na Margem Sul? Duas pontes que ligam à outra margem , os mesmos erros em Alcochete e Montijo que três décadas antes foram cometidos em Almada e Seixal, e Almada e Seixal (que aumentou de 30000 para 180000 habitantes) a agravar a sua qualidade ambiental sobretudo na ultima década onde se construiu e destruiu (ecossistemas, zonas verdes, espaços florestais e agricolas) mais do que nunca antes, mesmo considerando a época àurea dos clandestinos, que afinal servem hoje de zona tampão e de qualidade habitacional comparativamente aos blocos de apartamentos "todos diferentes , todos iguais" que nascem todos os dias, ao sabor dos amigos e da "meia duzia" para quem agora os municipios são geridos.
Sobre a liberdade de expressão em termos de ambiente, essa é outra história, autarquias como as do Seixal, sonegam informação à população , destroem a tentativa de que os cidadãos se informem entre si, segundo nos contaram e deram provas, placards informativos feitos pelos cidadãos desaparecem mal são colocados, os cidadãos que formam movimentos civicos são perseguidos e caluniados (e ameaçados) o que conta é a propaganda do "Boletim Municipal" e os foguetes no 25 de Abril (40 minutos de fogo de artificio este ano. Quanto custou? Quem pagou? Se a Câmara está falida e não foi dos cofres da Câmara que saíu o dinheiro, que contrapartidas foram dadas a quem cobriu a despesa?).
Mas a nivel nacional a coisa parece não ser também fácil, na passada quinta feira num coloquio sobre ambiente Luisa Shmidt e Pedro de Almeida Vieira referiam que "O peso que a construção civil tem no produto interno bruto do país faz com que, segundo a sociologa, os jornalistas sejam 'incomodados' quando começam a investigar o sector da construção civil, chegando mesmo a afirmar que existe um 'conluio' para afastar estas questões dos meios de comunicação (...) o difícil acesso à informação em matéria de ambiente é outra das dificuldades no jornalismo ambiental... a sociologa , que vê esta questão como uma das pesadas heranças deixadas pelo Estado Novo, lamenta que o Estado português não disponibilize a informação ou que não seja 'sério na informação que transmite'...
Falta pois Cumprir Abril é que se vivesse hoje, José Afonso certamente que estaria a pensar no lobie da construção e na corrupção instalada nas autarquias quando dizia "Eles comem tudo e não deixam nada..."
domingo, abril 24, 2005
Pinhal junto a escolas trocado por Bomba de Gasolina
A Câmara do Seixal quer instalar uma Bomba de Gasolina entre duas escolas , sim, é o ultimo disparate conhecido da autarquia ao que parece, ao pretender arrazar com mais uma àrea de pinhal em Pinhal de Frades, com a curiosidade desta àrea se situar entre dois estabelecimentos de ensino ,a EB 2+3 de Pinhal dos Frades (já "servida" com um cabo de alta tensão) e o Externato Atlântico , sendo hoje utilizado pelos alunos para prática desportiva em algumas ocasiões e para desfrutar do ar que aquelas àrvores permitem ser mais puro .
Não é a primeira vez que se instala a polémica com a istalação de bombas de gasolina no concelho do Seixal, há outros casos de polémica e até de alegados favorecimentos por parte da autarquia ao atribuirem licenças de implantação onde não seria suposto existirem postos de abastecimento de combustivel, nas a par da atribuição de licenças de urbanização esta é uma das formas que os autarcas...e as autarquias têm de "fazer dinheiro" pelo que nada há a espantar...
Este caso é só mais um, não lembraria a ninguém ali residente ( junto ao Mercado de Pinhal de Frades e Escolas) que havia de ter como vizinhança uma Bomba de Gasolina, nem à comunidade educativa ,que agora deixa de ter "só" a angustia do cabo de alta tensão que paira sobre a escola para ter também os perigos inerentes a uma bomba de combustivel, para os residentes acabou-se o sossego de uma zona pacata e aprazivel onde fizeram a aplicação das suas poupanças e o seu projecto de vida junto a uma zona verde protegida no PDM.
A população pensa já em acções contra tal pretensão da autarquia, tal como a destruição do pinhal protegido para uma mega urbanização , tudo isto contraria o PDM em vigor e o mais elementar bom senso , parece pois credivel o que muitos ali acusam a Câmara do Seixal, de que, a autarquia quer tornar esta aprazivel zona do concelho no pior da Bela Vista em Setubal ou Cova da Moura na Amadora...assim se cria a instabilidade e insegurança e se ganham mais votos.
Com a nova bomba de gasolina, os ocupantes ilegais de Vale de Xixaros, a "Quinta do Mocho da Margem Sul" (onde a policia se recusa a entrar) que a Câmara pretende realojar no pinhal (já não ao abrigo do PER uma vez que os residentes denunciaram o negócio...) mas agora sob a forma de um bairro de "custos controlados" vão ter já um sitio para abastecer as suas viaturas mais perto que a Flor da Mata ou o Casal do Marco.
Deve ser nestes "desfavorecidos" que a Câmara pensa ao criar a nova Bomba de Gasolina pois que nos actuais residentes não é de certeza que nunca ninguém pediu tal coisa , pediram sim para aquele local um pavilhão gimnodesportivo que servisse a população escolar e local, mas isso os pagadores de impostos de Pinhal de Frades e os seus filhos não merecem.
quinta-feira, abril 21, 2005
Cemitério do Feijó, bomba relógio ambiental ou como não deve ser um cemitério!
No Feijó/Almada, a escassas centenas de metros do Forum Almada temos um dos mais vergonhosos monumentos ao culto dos mortos de todo o Mundo, ou a visão CDU do tratamento da memória e dos restos mortais dos cidadãos.
Nasceu com o pressuposto de um espaço verde, um jardim de meditação e de encontro com as memórias afectivas dos cidadãos e uma forma digna mas nova em Portugal de culto dos mortos, prometiam ser um cemitério tipo Anglo-Saxonico, sem tumulos ou jazigos, um espaço verde onde as lápides emergiriam de um tapete relvado onde vivos e mortos estivessem em dignidade e qualidade.
Ao principio assim foi, mas depois abandonou-se a relva e o espaço ajardinado reduziu-se ao minimo, como todos os espaços verdes da Margem Sul, claro que se arrazou e urbanizou o envolvimento florestal da zona de implantação do cemitério, depois veio o Almada Forum... mas o mais grave até em termos de saúde pública foi a forma compulsiva com que a Câmara de Almada ditou o seu culto dos mortos, sem paralelo em algum cemitério conhecido em Portugal ou no mundo, tirando os cemitérios de campanha ou as valas comuns.
No mais grave atentado à nossa cultura judaico-cristã (mas podia ser Budista por exemplo...) os caixões são depositados directamente na terra, cobertos com terra formando um monticulo...e é tudo!!! quem quizer lá pode pôr uma lápide... não são permitidas pedras tumulares ou campas nem uma simples lage de betão para evitar o espectáculo macabro dos abatimentos de terra quando as urnas cedem ao tempo e ao peso da terra que sobre si é depositada.
O que é que isto implica? Implica que quando chove os monticulos de areia se esboroem tornando para quem não tem lápide, impossivel qualquer localização, outro problema é de saúde publica, quando chove as infiltrações são inevitáveis tal como os abatimentos (não há coberto vegetal ou campa de pedra ou cimento que sustenha a areia), à medida que a madeira dos caixões vai apodrecendo, a àgua da chuvas tudo inunda... e depois essa "àgua" vai-se depositar nos aquiferos mais abaixo...e a escassas dezenas de metros dali é um dos principais pontos de captação de àgua do concelho.
Se estas observações de indole material não bastassem ficam as feridas não visiveis de quem tem os seus mortos ali sepultados e vê aquele espetáculo desolador, ao contrario do que se passa em qualquer outro cemitério que não aquele e perguntam o que fizeram ou os seus mortos para serem tratados de uma tal forma e explorados também os vivos (e muitas viuvas de fracos recursos) por uma máfia de arranjadores de sepulturas, uns funcionários que a troco de algum dinheiro vão mantendo a forma daqueles monticulos de areia ,um trabalho de remuneração garantida no tempo, pois que aquelas construções de areia fácilmente perdem a forma.
Na Aldeia da Luz fez-se um trabalho exemplar de respeito e conservação da memória com o trabalho de transladação de todo um cemitério.Nos cemitérios do Sul do país é comum os caixões serem depositados em "ocos" caixas de cimento e tijolo , depois cobertas por uma lage de pedra ou cimento...No Feijó/Almada, onde residem maioritáriamente pessoas do Alentejo (com a mesma cultura e respeito pelos seus mortos) elas são aqui tratadas duma forma antropologica e sociologicamente bárbara por parte da Câmara de Almada, para além do grave problema de saúde pública que poderá ocorrer a qualquer momento com a contaminação dos aquiferos motivada pelas infiltrações no cemitério.
segunda-feira, abril 18, 2005
Hoje comemora-se o Dia Mundial da Terra, adoptámos o lema pensar global, agir local , pelo que assim sendo é para nós o dia de todas as "terras" e de todos aqueles que nelas de uma forma ou de outra contribuem para um futuro com alguma esperança, contrariando os interesses instalados e pensando também nas gerações futuras.
Portugal não é um país onde se pense ambientalmente, nem em cidadania, esta atitude valeu-nos chegar aqui, AO FUNDO! Esta forma de pensar a Terra e o Desenvolvimento não nos troxe progresso, nem uma economia forte, para aqueles que só pensam que o progresso e o bem estar vêm de processos industriais ou estratagemas comerciais.
Regredimos na Europa e distanciámo-nos dessa mesma Europa, somos o país europeu onde mais se construiu e aquele que detém o maior consumo per-capita de cimento...mas isso não nos trouxe progresso, logo não é betonizando que construimos o nosso futuro, o betão só nos levará ainda mais ao fundo de onde dificilmente sairemos.
Tivemos quatro ministros do ambiente em quatro anos, o que mostra o cuidado que o Poder tem com estas questões, sendo que paralelamente não havia no proprio programa do governo linhas programáticas ambientais que atenuassem essa rotatividade no cargo, um cargo ocupado por pessoas sem perfil ou carisma (depois de Pimenta, Macário ou Socrates) rodaram um ex-autarca Isaltino, o Theias ... e chegámos ao Guedes, que até poderia ter deixado marca, mas não aqueceu lugar.De modo que com o XVII Governo e com as figuras escolhidas parece ter renascido a esperança de que o futuro é ainda possivel com este programa:
."O Governo colocará a politica de ambiente e ordenamento do território no centro da sua estratégia para o desenvolvimento do país"..
."combate às alterações climáticas no quadro do Protocolo de Quioto...tendo em vista a redução das emissões de gases com efeito de estufa"..."
."A politica de ambiente e ordenamento do territorio tem dois objectivos principais:alcançar a convergência ambiental com a europa e promover a coesão territorrial, a nivel nacional e europeu... importa tambémproporcionar em Portugal níveis de protecção ambiental e de qualidade de vida equivalente aos dos nossos parceiros europeus..."
."Promover a coesão territorial, favorecer o desenvolvimento das regiões e cidades...conservação da natureza e biodiversidade; desenvolvimento regional e local..."
."As politicas de desenvolvimento regional e local procurarão enquadrar e contariar a tendência de excessiva litorização do país e desertificação do interior com o seu reverso que é a expansão descontrolada das àreas urbanas e urbanizáveis, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.Serão estimuladas iniciativas que contribuam para um sistema urbano mais policèntrico e para uma relação cidade campo mais integrada e equilibrada..."
."Um melhor ambiente e ordenamento do espaço nacional pressupõe uma maior sensibilização dos cidadãos e dos diversos agentes para a importância de uma politica de território.Neste dominio o Governo propõe desenvolver três medidas prioritárias: aposta na educação para o ambiente e ordenamento do território...realização de campanhas mediáticas sobre problemas concretos... lançamento de um programam de "animação e sensibilização local"... simultaneamente é fundamental investir na formação dos autarcas e funcionários ..."
."Uma cultura de território mais exigente proporciona um maior grau de envolvimento dos cidadãos.Mas estes precisam ter mais confiança nas entidades publicas com poder de decisão nessa matéria.Com este objectivo o Governo pretende adoptar seis medidas prioritárias:promoção e regulação de novas formas de participação cívica...clarificação do sistema de participação e acompanhamento institucional dos planos... utilização das possibilidades do e-goverment na gestão ambiental e territorial....criação do sistema nacional de informação territorial.... e finalmente publicitação sistemática dos investimentos publicos co-financiados pela União europeia ou financiados pelo Governo..."
Estes são excertos do programa do XVII Governo para o Ambiente, aconselha-se a leitura na totalidade do documento no site oficial ou em ambio.blogspot.com nós cá estaremos para ver se o mesmo é cumprido ou se uma vez mais não passamos das intenções, bloqueado pelos interesses instalados de autarcas , partidos ou influências externas e que trouxeram o ambiente e o País ao estado lastimável a que chegou! Veja-se a Margem Sul!
sexta-feira, abril 15, 2005
Saúde pública em risco no Seixal
A Câmara do Seixal é das de todo o país, das que mais dinheiro gasta em autopromoção e propaganda, então em vésperas de eleições é o que se vê , artigos diários em vários jornais, um oneroso boletim de propaganda da autoria do proprio municipio e actividades diversas de alienação e "diversão".
Mas na verdade é pura propaganda, um verdadeiro faz de conta, ontem vinha no PUBLICO um artigo sobre o "sucesso que a promoção de compostores" teve (distribuidos algumas dezenas num municipio de 180000 habitantes) só não é ridiculo para quem não lê e não perspectiva querendo-se convencer que vive no melhor dos municipios.
Antes de distribuir os compostores deviam era correr com os impostores que gozam com o futuro dos cidadãos brincando com coisas sérias como o ambiente, a qualidade de vida e o ordenamento do território e urbanismo (que têm impacto em coisas tão sérias como a criminalidade e a saúde pública) , o resto são manobras de diversão.
Por exemplo a foto representa um deposito de esgoto a céu aberto em Pinhal dos Frades, este esgoto é aqui concentrado , encanado e despejado directamente para o rio Judeu...e para o rio Tejo onde é despejado sem tratamento, mas atravessando antes zonas densamente habitadas... a população protestou, mas o que fez a autarquia? No dia em que se realizaram as jornadas com a presença dos representantes da CCR de Lisboa e Vale do Tejo (na passada semana) ...foi diligentemente retirar os cartazes... Palhaçada!!!
terça-feira, abril 12, 2005
Seixal construiu Escola sob uma linha de Alta-Tensão (EB 2+3 Pinhal dos Frades)
Há mais de trinta anos que existem estudos sobre a influência dos campos electromagnéticos criados pelas linhas de alta tensão na saúde humana. Há estudos que estabelecem uma correlação não negligenciável entre esses campos electromagnéticos e casos de doenças do foro oncologico nomeadamente em crianças.
Há já alguns anos que Directivas Comunitárias estabeleceram regras e condutas na gestão destas linhas, nomeadamente no que se refere à ocupação humana dos sitios onde essas linhas passam, há também legislação nacional que regulamenta a construção nessas mesmas zonas o que de certa forma dá ênfase ou, no minimo, cautela e credibilidade aos estudos anteriormente mencionados.
Não se compreende pois que há nove anos, no Seixal em plena Àrea Metropolitana de Lisboa, capital de um país membro dessa Comunidade Europeia, se tenha construido uma escola (EB 2+3) sob uma dessas linhas de Alta Tensão, muito menos se compreende que quem cedeu esse terreno para tal construção tivesse sido a propria Câmara Municipal do Seixal, entidade encarregue para a respectiva àrea de jurisdição de fiscalizar e fazer cumprir todas as regras inscritas no Regulamento Geral de Edificações Urbanas.
As regras de construção e implantação da Escola face ao Cabo de Alta Tensão foram nenhumas, como se ele não existisse, e tão caricata é a situação que um dos postes (um daqueles que diz "Cuidado Alta Tensão") se encontra na própria vedação da escola e junto a uma zona de elevada concentração de crianças, a paragem do autocarro.
A incosciência foi muita e a incompetência dos projectistas só tem paralelo com a má-fé com que uma autarquia atribui a um terreno destes , caracteristicas para aí ser instalado um estabelecimento de ensino (era mais barato...) , ou da DREL que deu o aval por parte do Ministério da Educação fazendo a caracteristica assinatura de cruz por parte do Estado sempre que se tratem de iniciativas do "Poder Local", como se este fosse sempre formado por pessoas de bem.
Agora com a asneira feita, os mais de mil alunos rezam para que a exposição a que são sujeitos diáriamente não lhes traga problemas de saúde a longo prazo, que nenhum dos cabos se solte ou se parta o que poderia provocar um verdadeiro desastre numa hora de recreio cheio, e ainda mais esperam que em tempo de trovoada nenhuma descarga atinja a escola ou o poste junto à paragem de autocarro quando esta está apinhada de crianças (o que quando há chuva e trovoada redobra o numero de quem procura abrigo) o que seria uma verdadeira tragédia.
Também caricato é o facto de apesar de ter uma população de mais de mil alunos, de ser considerada uma escola modelo, inclusivamente a quem já foi por mais de uma vez entregue o titulo de "Eco escola", este estabelecimento não tem um pavilhão desportivo onde os estudantes e a comunidade local possam praticar desporto, ou até mesmo um mero campo de jogos com as condições minimas para a prática desportiva ... é que... não é possivel instalar recintos desportivos sob cabos de Alta Tensão...
Se algo acontecer, lá virá a autarquia limpar as mão como até aqui, a REN a dizer que era muito onerosa a passagem subterrânea daquelas linhas ,como até aqui, e a DREL a mostrar-se muito incomodada e a não compreender como foi possivel aquele projecto...mas uma coisa porém se garante não poderem ficar descansados: É que toda a comunidade educativa tem alertado para o problema, feito exposições e alertado a opinião publica e os Media.
Se algo de dramático acontecer teremos pois culpados, o que é bom saber, mas também vitimas que se poderiam ter evitado e que nada poderá substituir.
Este caso ocorre no mesmo municipio que promove a construção (embora na zona mais insalubre do Concelho) do futuro Centro de Estágio do Benfica ou a iniciativa "Seixal Saudável", e acabou de construir uma nova e luxuosa sede para os seus serviços técnicos ou um recente e ultramoderno (e dispendioso) pavilhão multiusos para um clube local...
domingo, abril 10, 2005
"Uma autêntica palhaçada"
É conhecida a posiçã do a-sul sobre os 'Verdes', mas parece haver um prurido geral para denunciar ou acabar com esse embuste politico, assim é, pois , de saudar o artigo publicado no PUBLICO de sab 9/Abr e assinado por Helena Matos , para o qual aconselho uma leitura na sua totalidade. Registam-se no entanto aqui varios excertos:
« ...os "Verdes" politicamente não existem nunca existiram.Criados há mais de 20 anos, não se lhes conhece uma iniciativa parlamentar de peso...O problema dos "Verdes" não é serem vermelhos por dentro - coisa que nem sequer foi segredo; o seu problema era e é limitarem-se a declinar em versão light o discurso do PCP.Esta estratégia funciona muito bem, quando transposta para movimentos de intelectuais,movimentos pela paz ou pela solidariedade, grupos de jovens ou de utentes...
Mas, num parlamento, tudo rapidamente se reduz a uma caricatura. O Partido Ecologista "Os Verdes" é , em Portugal, uma criação administrativa do PCP, como aliàs, o foram e são tantos outros movimentos e organizações. Simplesmente estes ultimos desaparecem discretamente do nosso olhar, quando deixam de ser uteis, coisa que não é possivel fazer com um partido com assento parlamentar e que , ao contrário do MDP-CDE nem sequer tem históricos para lhe fecharem a porta...
"Os Verdes" surgem na AR em 1983.No final da década de 70, a possibilidade de Portugal optar pela energia nuclear tornara-se no caldo de cultura excelente para o aparecimento de várias organizações ambientalistas...esse era um mundo polifacetado onde se cruzavam militantes desiludidos...com nomes incotornáveis da cultura portuguesa como Antonio José Saraiva.
O Partido Ecologista "Os Verdes" não tinha nada a ver com este mundo.Foi criado por uma cúpula partidária.Ao fim de 20 anos é um corpo estranho que se mantém.Nunca conseguiu ganhar credibilidade na àrea do ambiente, nem peso politico.
As palavras que a 17 de Março de 1983 o então deputado pelo PPM proferiu na AR, ao tomar conhecimento que nas listas da APU para as próximas eleições constava um Partido Ecologista "Os Verdes" foram : "O chamado 'Partido Verde' não é conhecido em nenhum meio ecológico existente em Portugal (...), não é conhecido em nenhuma das ligas de protecção da natureza e defesa do património que existem pelo país fora.(...) As pessoas que vieram a público nunca foram 'verdes' , ecologistas, nem nada fizeram até hoje, em Portugal, em defesa da protecção da natureza, em qualquer situação que se relacione com a defesa do ambiente.
(...) Ora, como esse auto-denominado 'Partido Verde' nada afirma, nada clarifica, as pessoas que o integram não são conhecidas do meio, eu, em nome do meu partido, afirmo muito claramente que consideramos a existência desse auto-denominado 'Partido Verde' uma autêntica palhaçada.
quinta-feira, abril 07, 2005
Seixal, protestos da população contra um rio transformado em esgoto a céu aberto!
A Câmara do Seixal realiza anualmente a iniciativa Seixal Saudável, pertence até ao grupo das "Cidades Saudáveis da Europa".
Se não conhecesse-mos o Seixal diria-mos uma iniciativa "saudável", mas como considerar saudável um concelho onde a qualidade ambiental piora de ano para ano e as leituras dos niveis de ozono troposférico e poluentes do ar são preocupantes?
Como considerar saudável um concelho que gasta mais em propaganda de autopromoção que na construção de estações de tratamento de esgotos, despejando directamente no Estuário do Tejo os seus esgotos ?
Como considerar saudável o concelho que destroi anualmente centenas de hectares de zonas verdes, algumas delas protegidas , tornando-as terreno de construção?
Como considerar saudável o Concelho que cede para construção de uma Escola Secundária um terreno que é atravessado em toda a sua extensão por um cabo de alta tensão ?
Como considerar saudável um concelho que em vez de promover a integração dos mais desfavorecidos dando-lhes habitação condigna junto dos outros cidadãos, os segrega para as zonas mais "agrestes" e marginais do concelho, construindo guetos onde nada existe?
Como considerar saudável um concelho que não aceita ideias ou posições contrárias aos seus dogmas programáticos e aos interesses pessoais dos autarcas?
Como considerar saudável um concelho que tem rios transformados em esgotos a céu aberto (foto Rio Judeu esgoto de um milhar de habitantes despejado directamente no Tejo) e projecta ainda maior carga humana para junto a essas linhas de àgua?
Como considerar saudável um concelho que quer instalar um hospital no meio de uma zona verde (Rede Natura 2000) mas onde a maioria dos cidadãos não tem acesso nos centros de saúde ao "Médico de Familia"?
Como considerar saudável o concelho que cede para construção do centro de estágio de uma das principais equipas de futebol a zona considerada mais insalubre da região e promove ao mesmo tempo mais algumas dezenas de hectares de construção?
Como considerar saudável o concelho que considera "sustentável" um aumento demográfico de 30.000 para 155.000 habitantes em 30 anos e com praticamente a mesma rede viària e infraestruturas , com menor àrea verde e maior àrea construida?
Conclusão, este é um concelho demasiado doente para se autoproclamar saudável e pretender ser exemplo para a Europa .Senhores autarcas, vão à Europa ver como se faz e não tenham as vossas referências culturais e turisticas ... e "antropológicas" ... restringidas só ao Brasil e em Cabo Verde .
quarta-feira, abril 06, 2005
Lá vem outra vez o folclore do "Seixal saudável", a propaganda Estalinista no seu melhor, como se o que desse qualidade de vida às populações fosse construir mais um hospital ou discutir "a saúde" entre dois cafés, bolinhos e jantaradas. Quanto custa esta charada aos municipes? Não era melhor promover a saúde com qualidade ambiental e protecção dos cidadãos ?Dando-lhes espaços verdes que produzem gratuitamente ar puro e absorvem a poluição que a mancha urbana que os senhores autarcas promovem gera? Não era melhor no dia a dia promoverem urbanizações saudáveis , até socialmente? Não era melhor promover Centros de Saúde onde fossem promovidos os cuidados primários e todos tivessen o seu "Médico de Familia" ? Pois é , mas em vésperas de eleições é este o folclore que se pretende dar votos, mesmo sendo a mesma fantochada de sempre...
segunda-feira, abril 04, 2005
Os cidadãos sabem que as más decisões sobram para si e para as suas familias, os autarcas esses tiram (sempre) contrapartidas, politicas ou materiais, e , acabado um mandato (que contou a dobrar para a reforma!) logo lhes espera um outro cargo politico ou privado. Mas mesmo nos concelhos onde o estalinismo tem os seus arraiais e mecanismos montados, os movimentos civicos , mesmo actuando na clandestinidade por força das circunstâncias e pelas perseguições a que são alvo, estão actuantes e vivos, a foto mostra uma manifestação no Seixal em Dezembro de 2000 contra a construção de um bairro social numa zona protegida do concelho, a Flor da Mata.
A proposito e sobre o tema dos bairros sociais que temos analisado, escreveu na passada semana na revista "Sábado" , Pacheco Pereira, o seguinte:
"A ideia politicamente correcta de que não se deve nomear a côr, nacionalidade (no caso de emigrantes) ou qualquer outro pormenor considerado racista, sexista, ou xenófobo, nas noticias dos crimes, é só e apenas isso: politicamente correcta. Na prática censura-nos uma informação que devia-mos ter: a relação entre a criminalidade e os factores sociais e culturais onde ela encontra raizes.
Nos crimes não há (não deve haver) desresponsabilização individual por razões "sociais" e muito menos "explicações" colectivas que desvalorizem o acto criminoso, e é insensato pensar que não há "meios" de cultura favoráveis que incluem hoje a côr da pele, a idade,os padrões de consumo "cultural" e o "ambiente", a ecologia dos sitios...
É verdade para... os mil e um "espertos" de todas as economias fora do fisco, sempre na linha entre a corrupção activa e passiva; para os ciganos,eternos vendedores e compradores de tudo o que se compra e vende; para as máfias da emigração, que exploram métodos expeditos de "protecção" e punição; e para os desenraizados violentos dos suburbios negros , e, a prazo islâmicos.
As recentes mortes de policias não foram obra de "bandos de pretos", mas uniram no assassinato duas realidades do crime: a nova criminalidade violenta e agressiva dos bandos de negros da segunda geração, ou seja, portugueses filhos da primeira geração de emigrantes das nossas antigas colónias de Africa...
...as explicações sociais são mais que conhecidas, em particular para a nova criminalidade violenta ligada a grupos de jovens negros: vida de gueto, segunda geração, sem vontade de integração dos pais, sem a subserviência da emigração que veio da miséria absoluta e aceitava tudo sentindo o racismo da sociedae branca e respondendo-lhe com uma cultura de identidade no crime e na violência. Muito Centro comercial, muito filme americano, rap, jogo de video, nenhuma escolarização ,e, na cabeça a violência como afirmação de força e identidade...
Depois há os grandes negócios clandestinos de sempre, a prostituição, a droga, as armas e todo um mundo de oportunidades na "industria da noite", a dos ricos e a dos pobres. Uma nova riqueza consumista, dinheiro mal ganho por todo o lado, no "estado social", na economia clandestina da construção civil, nos jeitos e "biscates, nas lojas que nascem e desaparecem sem que ninguém as perceba, na lavagem de muito dinheiro, tudo isto atrai uma competição sem tréguas, onde habitam personagens não muito distintas dos da Quinta das Celebridades, quer as vindas de Cascais quer as da Brandoa...
Aqui Portugal mudou, e muito, e precisa de compreender sem ser aos sobressaltos televisivos de cada crime. Precisa de outros policias, outros magistrados e, num ou noutro caso, de novos procedimentos adoptados a uma realidade mais cruel .Mas precisa também de outras escolas e outros suburbios , porque estes , feitos pela ilegalidade consentida de autarcas e governantes, vieram do crime e da pobreza e perpetuam o crime e a insegurança."
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