quinta-feira, setembro 12, 2013

NOVAS VISÕES




Jovem português idealiza cidade ecológica auto-suficiente (com FOTOS)

Já se imaginou a viver numa comunidade auto-sustentável, amiga do ambiente, em estreita relação com a natureza? Um jovem português, além de sonhar com esse lugar, foi mais longe e projectou-o. A Eco-Village é uma cidade que responde a todas as necessidades fundamentais das pessoas, sem terem de recorrer ao meio exterior para a subsistência e bem-estar.
Foram as preocupações a respeito da “situação global actual catastrófica”, de exploração humana, animal e de recursos, que levaram Rui Vasques, de 25 anos, a criar a Eco-Village Community. Formado em Design de Produção Industrial, Rui concebeu o projecto no âmbito da sua tese de mestrado – que acabou por lhe valer o Prémio Melhor Aluno de Curso IADE 2012. A ideia inicial era a de criar uma casa sustentável, mas depressa cresceu para se transformar numa cidade inteira.
Trata-se de um modelo social auto-suficiente assente na permacultura, em energias renováveis, no tratamento local de resíduos e na produção local de recursos. Ou seja, Rui idealizou uma comunidade sustentável, feita para viver em perfeita sintonia com a natureza e as práticas ecológicas.
O projecto é elaborado e nada lhe falta. Na sua visão de lugar ideal para viver, Rui inclui uma praça principal destinada a eventos, uma zona destinada a sistemas (como a central energética e os tratamento de águas e resíduos) e outra de produção animal e agrícola. Existem ainda zonas de restauração, de lazer, de cultura (onde se situam as bibliotecas e escolas), artística e desportiva. A zona habitacional inclui 32 habitações privadas e 28 habitações comunitárias.
As casas são construídas com base na técnica SuperAdobe – a partir de sacos de terra prensados em forma de arco e cúpula, extremamente resistentes a catástrofes, com excelente isolamento térmico e acústico, passíveis de personalização e de baixo custo. O processo de construção é fácil, rápido e tem um impacto ecológico mínimo.
A Eco-Village é orientada para o centro – zona comunitária e de maior importância –, que se encontra à mesma distância de todos as outras zonas, facilitando as deslocações. “Para além disso, todas as infra-estruturas obedecem ao mesmo padrão de ‘x’ que facilita a sua construção e implementação”, explicou o designer ao Green Savers. A expansão da estrutura também é possível, através da adição de módulos com a mesma forma aos círculos externos.
Este modelo adapta-se a qualquer parte do planeta, uma vez que o material de construção é local – a própria terra. As zonas desertificadas ou as grandes planícies são naturalmente os melhores sítios onde o aplicar. “A ideia é construir em zonas rurais, longe da agitação e poluição das grandes cidades, para repovoar as zonas ‘esquecidas’”, explicou o jovem.
A cidade ecológica pode albergar entre 300 a 500 pessoas.
Em sintonia com a natureza
Na Eco-Village, os resíduos são separados e tratados individualmente: as águas cinzentas são limpas localmente, os resíduos orgânicos são transformados em adubos através de compostagem, os resíduos sólidos são reaproveitados e os materiais poluentes e descartáveis são reciclados. A energia é gerada a partir de colectores solares com células fotovoltaicas e painéis solares e com o auxílio da energia eólica e geotérmica, dependendo do local de implementação. Os alimentos são produzidos com base na permacultura e agricultura biológica. Mais sustentável é impossível.
O projecto inovador pode ser posto em prática de variadas formas e Rui já equacionou uma forte candidata ao seu arranque. “Uma das ideias é criar um resort de turismo sustentável onde os turistas adquirem uma nova experiência de vida ao passar uma temporada num local que produz a própria energia, água e alimentos, e onde existe uma enorme variedade de conteúdos, valores e actividades”, explica.
Segundo ele, um resort Eco-Village poderia ser implementado “algures perto da Nazaré para a comunidade estrangeira de surfistas, no Algarve para os amantes do sol, no Alentejo ou nas montanhas do norte para turismo rural”.
Rui está agora a dar a conhecer a sua ideia ao mundo – apresentou-a recentemente em Náchod, na República Checa – e a explorar as hipóteses de a concretizar em Portugal. Para isso, o jovem designer defende que tem de haver uma união de esforços e cooperação entre entidades com objectivos comuns: o desenvolvimento sustentável, o empreendedorismo e a inovação.
Conheça mais em pormenor esta ideia inovadora de origem portuguesa com selo verde e acompanhe as viagens do Rui pelo país a partilhá-la, para o caso de o querer ouvir e candidatar-se a primeiro habitante da sua comunidade. (fonte sapo-greensavers)

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