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domingo, março 22, 2009
VEIO O METRO, FOI-SE O DESCANSO
É preciso um jornal do Norte para dar voz às gentes do Sul:
« Os moradores da rua Lopes Mendonça, em Almada, perderam o sossego com a passagem do Metro Sul do Tejo. Queixam-se do ruído causado pelo ranger dos comboios nos carris e pelas buzinas usadas pelos maquinistas.
O barulho naquela rua próxima do centro de Almada é tal que a maioria das cerca das 125 famílias que ali residem já optou por colocar vidros duplos nas janelas. Muitas também decidiram pôr a casa à venda. "Só neste prédio estão quatro apartamentos e eu também não quero ficar aqui", referiu, ao JN, Manuel Amendoeira, salientando que já "não há a tranquilidade que existia".
Lembrando que tudo foi feito para evitar que o MST passasse naquela rua, incluindo a apresentação de um plano alternativo, o morador recorda que "durante a noite o silêncio torna o barulho ensurdecedor". "Conheço pessoas que nos primeiros tempos não foram capazes de aqui permanecer por causa do barulho", conta José Ganhão, outro morador, frisando que "o metro veio incomodar o sossego das pessoas", devido ao tocar das campainhas e ao simples passar das composições pelos carris, que se torna mais forte nas curvas existentes nas extremidades da rua.
O descanso para estes moradores dura apenas três horas, entre as 2 e as 5 horas, período em que os comboios não circulam entre Cacilhas e a Universidade, a única linha do MST - projecto que custou 390 milhões de euros - que passa pelo meio do arruamento. Sentindo-se lesados no seu bem-estar, os moradores da Rua Lopes Mendonça apresentaram no início do ano uma queixa à Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAOT), que originou a realização de uma inspecção no passado dia 2 de Fevereiro. O relatório, a que o JN teve acesso, reconhece que em alguns dos locais monitorizados os níveis de ruído ultrapassam o estabelecido por lei, mas frisa que a situação ocorre mesmo quando o metro não está a circular, devendo-se ao trânsito rodoviário. A IGAOT conclui assim que a actividade normal do MST "cumpre os requisitos legais aplicáveis a ruído", tendo em conta que quando os limites são ultrapassados "também o são na ausência do tráfego ferroviário". Sobre a utilização de buzinas, o documento lembra que é "obrigatório o toque da campainha dos veículos quando duas composições se cruzam, de modo que os transeuntes sejam avisados da existência de um comboio encoberto". Estas conclusões não satisfazem os moradores, que enviaram ontem uma carta a contestar o relatório. "A resposta não é correcta. Não é a realidade. Eu gostava era de ver os resultados da monitorização", afirmou, ao JN, Vítor Costa, que encabeçou a reclamação apresentada à IGAOT. "Eu já aqui moro há 20 anos e sei bem o barulho que faziam os carros. O metro faz muito mais", garante, dizendo preferir ter duas faixas de trânsito automóvel em cada sentido do que o MST.
A concessionária Metro Transportes do Sul (MTS) assegura, por seu lado, que está a cumprir a Declaração de Impacto Ambiental, embora lamente o incómodo provocado pelo ruído criado pela passagem dos comboios naquela rua. "É legítimo que se possam incomodar.
É uma rua relativamente estreita em que há uma proximidade grande entre a via e as fachadas das casas", declara o presidente da MTS, José Luís Brandão, revelando, porém, que "não há muito a fazer".»
SANDRA BRAZINHA JN
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3 comentários:
A comunicação social local e grande parte da nacional está controlada pela Câmara de Almada e afins, com interesses na exploração dos cidadãos.
Basta sabermos que já ocorreram muitos acidentes, alguns graves com o MST e nada foi noticiado, nem em jornais, rádios ou canais de televisão.
Contudo sabem dar relevo a uma fantoche Comissão de Utentes dos Transportes Públicos, controlada pelo PCP que tem à frente uma militante do PCP, autarca na Assembleia Municipal de Almada.
Tal como o azeite vem sempre ao de cima, numa mistura com vinagre, a passagem do tempo está a revelar a imbecilidade da decisão da Presidente da Câmara de Almada contra as pessoas.
CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA
Edital n.º 309/2009
Termos de Referência para a elaboração do Plano de Pormenor do Almaraz
http://dre.pt/pdf2sdip/2009/03/060000000/1158311585.pdf
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