sábado, fevereiro 27, 2010

MADEIRA - AO SÉTIMO DIA


Ao sétimo dia depois da catástrofe é de reconstrução que se fala, depois de deitadas as mãos à obra desde a primeira hora, por parte de todos. Alberto João Jardim disse , insensatamente - digo eu - que « Como não rebentou o que eu fiz, as obras que farei são na linha do que eu fiz » , o que não é consequente com o equacionar das questões necessárias que terão que ser respondidas , o esforço financeiro necessário à reconstrução e ás dificuldades do país.

Segundo os Técnicos , em opinião publicada no Publico :

"A Madeira não pode ser a mesma depois de 20 de Fevereiro. Tem que ser estrategicamente planeada para fazer face a este tipo de catástrofes", diz o engenheiro Danilo Matos, ex-director do gabinete de planeamento da Câmara do Funchal. "O perigo é continuar o estilo e o método de trabalho da Madeira "nova" e não querer parar para pensar."


Tal como o geógrafo Raimundo Quintal, Danilo Matos aponta como exemplo a reconstrução de Angra de Heroísmo, após o sismo de 1980. A catástrofe potenciou a maior operação de regeneração urbana alguma vez empreendida em Portugal, com o financiamento do Estado confiado a um Gabinete de Apoio à Reconstrução, cuja acção preparou a candidatura à inclusão na lista dos locais Património da Humanidade da UNESCO, concretizada em 1983.

Mas o modelo açoriano não deverá ser seguido pelo governo da Madeira, que nunca abdicou de gerir directamente os fluxos financeiros canalizados pelo Estado e União Europeia para a região. "Não vamos criar novas estruturas", garantiu ontem Conceição Estudante, porta-voz do governo nesta crise.


Danilo Matos reforça que a reconstrução deve ser entregue "a quem sabe, pondo um ponto final no aproveitamento político e no oportunismo de alguns". Os políticos, acrescenta, devem distanciar-se e dar lugar a uma equipa técnica e científica, multidisciplinar, que agarre não apenas os trabalhos de reconstrução imediata mas, sobretudo, "prepare a Madeira para o futuro". (...)

Mas a avaliação financeira da catástrofe não deverá incluir apenas os prejuízos de bens e infra-estruturas, mas também os custos de um conjunto de obras e planos que têm de ser feitos para minimizar consequências no futuro. "O perigo é querer reconstruir tudo para que tudo volte à mesma. Há coisas que não só não devem ser reconstruídas como terão que ser alteradas ou simplesmente destruídas", diz Matos.


Para o geógrafo Raimundo Quintal, "mais laurissilva significará menor risco de aluvião" e a recuperação da floresta indígena, para além dos benefícios no domínio da biodiversidade, garantirá uma maior infiltração de água e uma protecção mais eficaz dos solos.

Além disso, para minimizar os efeitos das cheias, diz ser necessária uma gestão cuidada dos canais de escoamento e políticas urbanas que impeçam a instalação de explorações agrícolas, habitações e armazéns nos leitos de cheia. Até porque "parte do que agora aconteceu é o resultado de 33 anos de Madeira "nova" - uma Madeira sem modelo, sem planeamento e governada para ganhar eleições".
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Ajudar a Madeira :

- Na compra da edição desta semana da Visão está a contribuir com 50 cêntimos.

- Box solidária :

« Os CTT lançaram uma campanha nacional de recolha de bens essenciais para envio para a Madeira, no âmbito do seu Programa de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social, com aceitação em todas as 900 Estações de Correio do País.

Basta a qualquer pessoa dirigir-se a uma Estação de Correios, pedir a caixa solidária grátis, enchê-la com os bens e marcar como destinatário a palavra MADEIRA.

Não é preciso selo nem mais morada e o envio é grátis. Os CTT tratam de entregar os bens.

As Instituições destinatárias serão a Caritas da Madeira e a Associação Protectora dos Pobres do Funchal, que já informaram estarem a precisar principalmente dos seguintes produtos/bens:

  • - Lençóis
  • - Cobertores
  • - Mantas
  • - Almofadas
  • - Roupa interior (H/ S e criança)
  • - Roupa em geral
  • - Produtos de higiene
  • - Fraldas
  • - Leite em pó
  • - Comida para bebé
  • - Enlatados

2 comentários:

Anónimo disse...

Raimundo Quintal: "Alertei para o que podia acontecer e chamaram-me inimigo da Madeira"

O conhecido geógrafo e investigador madeirense Raimundo Quintal, presidente da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal e ex-vereador do Ambiente da câmara da cidade, afirma em entrevista ao Expresso que alertou várias vezes as autoridades, nos últimos anos, para o desastre que poderia ocorrer na ilha, mas chamaram-lhe "fundamentalista, radical e inimigo da Madeira".



A entrevista em:

http://aeiou.expresso.pt/raimundo-quintal-alertei-para-o-que-podia-acontecer-e-chamaram-me-inimigo-da-madeira=f567907

Anónimo disse...

A China um país governado pelo Partido Comunista, defensor dos trabalhadores, bla bla bla...

Está a falhar na fiscalização... Porque se a Apple está na China alguém deu autorização para se implementar... Se alguém deu autorização para se implementar e não actua na fiscalização é tão culpada quanto a Apple, um dos vários demónios capitalistas...

Mas se formos a ver por cá também se passa o mesmo... é vermos na Festa do Avante, as crianças atrás do balcão a servir bifanas e finos...

Comunistas só no nome porque no resto são tão piores que os Capitalistas...


http://www.ionline.pt/conteudo/48843-apple-admite-trabalho-infantil-em-fabricas-na-china